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Argentina eliminada. E não há como defender

A previsibilidade ocorreu em Kazan. E mostrou que retrospecto não vence jogos. A Argentina foi eliminada de forma precoce da Copa do Mundo, nas oitavas de final para a França após um 4×3 que deu gosto de assistir. Mas não há como defender. Literalmente. Com uma linha defensiva alta e sem velocidade, impossível parar Mbapeé.

A tristeza maior é ver uma geração de ouro – e aqui, leia-se bicampeã olímpica – ficar sem um título com a seleção principal. Javier Mascherano, por exemplo, foi o primeiro a abandonar o barco. Cansou de ‘comer merda’, como já havia dito. Esteve nos últimos quatro mundiais como jogador. E acrescente aí 2002, quando era um dos ‘sparrings’.

Messi poderia ter sido decisivo, sim. Impossível defendê-lo em uma eliminação. Mas não é possível colocar toda a culpa sobre apenas um jogador. Dos três gols, participou de dois. Na última chance do jogo, a bola passou por si, ele pediu o passe, mas decidiram fazer outra coisa.

O gol inicial da partida começou com uma falha do Banega, no meio campo. Ninguém conseguiu parar Mbappé no meio campo. Talvez com medo de tomar o cartão amarelo e ficar fora da Copa, ou causar uma expulsão. O trabalho sujo coube a Rojo, que fez o pênalti indiscutível. Rojo, por sinal, foi substituído por um defensor lento, que esteve presente nos três gols da virada francesa. E por mais clichê que possa ser, linha defensiva da Argentina não merece qualquer defesa.

Os gols argentinos deram uma vida e alento. Ninguém poderia imaginar que, pelo que ocorreu no primeiro tempo, a Argentina pudesse estar à frente do placar no início do segundo tempo. Mas entre os 12 e 22 minutos, Pavard e Mbappé acabaram com o sonho argentino. Três gols em dez minutos. Não há como defender.

Sampaoli, por mais que tenha feito bons trabalhos antes de assumir a Argentina, e fosse um alento até para o grupo de colaboradores do Futebol Portenho, não conseguiu fazer o time jogar. Foram 14 formações diferentes. E 14 ‘catadões’ sem qualquer consciência tática ou padrão de jogo. E sem colocar Lo Celso em nenhum dos quatro jogos – que foi titular em vários amistosos – e Dybala, craque na Juventus. E isso em meio aos jovens Meza e Pavón. Não há como defender

Assim como não dá para perdoar as palavras de Sampaoli. “Isso não é um fracasso, não avalio como um tiro em vão”. Pelo que o time fez em quatro partidas, sim, é um fracasso. Por mais que tenha lutado até o final, é frustrante ver um bando em campo, sem qualquer propósito ou característica de jogo.

Resta saber agora o que virá. E mais um ano de jejum na conta.

Thiago Henrique de Morais

Fundador do site Futebol Portenho em 2009, se formou em jornalismo em 2007, mas trabalha na área desde 2004. Cobriu pelo Futebol Portenho as Eliminatórias 2010 e 2014, a Copa América 2011 e foi o responsável pela cobertura da Copa do Mundo de 2014

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