Na oitava vitória por um gol de diferença, Boca conquista o título invicto

O último objetivo restante para o Boca Juniors em 2011 foi conquistado no estilo típico que Falcioni trouxe à Casa Amarilla. Das 12 vitórias na campanha bem-sucedida, oito vieram com um gol de diferença. O último derrotado do ano foi o All Boys, diante de uma Bombonera em festa, por 1 x 0, no gol de Dario Cvitanich, artilheiro do time, para selar uma volta olímpica invicta.

Não é um feito inédito na Argentina, ou mesmo na história do clube, mas traz boas lembranças aos Xeneizes. Os últimos campeões invictos foram os comandados de Bianchi, no Apertura 98. Mas a equipe deste ano tem como vantagem um recorde imponente: nunca um título argentino foi conquistado com tão poucos gols cedidos, pois foram apenas seis em 19 partidas. E apesar das várias vitórias “econômicas”, o ataque só não marcou mais que o do Godoy Cruz (25, contra 26 do Tomba).

Antes deles, apenas três clubes conseguiram tal honra de um troféu invicto, mas todos eles estão longe de tal honra no presente momento. San Lorenzo, Ferro e River, este já na época dos torneios curtos, graças a equipe do Tolo Gallego no Apertura 94. Mas em se tratando de sequência sem perder, o Boca da época do Virrey ainda está bem na frente da do Falcioni (40 jogos invictos, contra 29 do time atual).

O primeiro tiempo teve uma atividade apenas discreta, porque o Boca jogou relaxado e com o freio de mão quase totalmente puxado, ao passo que o Albo se retraiu e defendeu o empate. Desta forma, houve muitas imprecisões, pouco futebol e praticamente nenhuma situação de gol.

O conjunto da Floresta teve uma chance claríssima aos 21 minutos, mas Mauro Matos, o goleador da equipe com 7 tentos, quis enganar Agustín Orión, mas o goleiro respondeu de maneira brilhante e o impediu. Como resposta, no minuto seguinte, Pablo Mouche ficou cara a cara com Nicolás Cambiasso, mas o arqueiro abafou o grito de gol dele com uma estupenda defesa.

Esses dois minutos foram os mais emocionantes de uma partida que começou e terminou com Cvitanich como protagonista. O delantero dos anfitriões teve um gol anulado no minuto inicial, e ainda perdeu outro próximo aos acréscimos da primeira etapa.

Na volta dos vestiários, o jogo recomeçou com uma tremenda reviravolta: a controversa expulsão de Juan Pablo Rodríguez. O uruguaio foi para o chuveiro aos 3 minutos, depois de um forte golpe em Rolando Schiavi, diante dos olhos do árbitro Gabriel Favale.

Mas apesar da vantagem numérica, o time local não melhorou seu jogo pouco criativo. O momento mais tocante da noite aconteceu numa substituição, aos 27 minutos. Sebastián Battaglia entrou no lugar de Pablo Mouche, e graças a isso se tornou o jogador com mais títulos (17) na historia do clube. Sebá estava afastado dos campos desde a 6ª rodada do Clausura 2011.

Para sacramentar a festa ao nóbre volante, de uma jogada que Battaglia iniciou veio o gol da vitória. Walter Erviti deu continuidade no passe dele e deu a assistência para a definição de Cvitanich, de cabeça: 1 x 0, aos 33 minutos, placar final.

BOCA JUNIORS: Orión; Roncáglia, Schiavi, Insaurralde e Clemente Rodríguez (Sosa); Rivero (Blandi), Somoza e Erviti; Chávez; Mouche (Battaglia) e Cvitanich.  DT: Júlio César Falcioni

ALL BOYS: Cambiasso; Rudler (Coronel), Soto, Domínguez e Quiroga; Sánchez (Salom), Barrientos e Rodríguez; Zapata; Torassa (Perea) e Matos. DT: José Romero