Porto Alegre – Lionel Messi parece ter escolhido o Brasil para mostrar que ele sabe jogar pela Seleção Argentina. Algo que já dissemos em várias oportunidades, mas que muitos ainda não acreditam ou não levavam muito fé. Nos dois primeiros jogos ele não fez uma boa partida, é bem verdade, mas marcou dois gols decisivos. Algo de quem tem estrela na Seleção. E contra a Nigéria? Bem, ele fez o que fez. Anotou dois golaços e deu assistências. Sem contar as jogadas individuais. O pesadelo contra Enyeama desceu pelo ralo e a Argentina venceu por 3×2.
O futebol foi melhor do que as duas partidas, mas ainda muito distinto do que apresentou Colômbia, França e Holanda, por exemplo. Com mais espaços, os argentinos aproveitaram e tocavam bola de maneira fácil contra os nigerianos. Talvez pela fragilidade nigeriana nesse ponto, pelo menos no jogo contra a Argentina. O primeiro gol mostrou claramente isso. Mascherano, aos dois minutos, enfiou uma bola na medida para Di María, que levou até a grande área e a arrematou. A bola bateu na trave e na sobra, Messi bateu forte, sem chances para o goleiro.
Os argentinos também demonstraram sua fragilidade neste Mundial. Um minuto depois, uma falha coletiva do meio campo gerou o gol de empate dos nigerianos. Federico Fernández tentou cortar Babatunde de maneira afobada e o nigeriano tocou para Musa, que cortou Zabaleta e bateu cruzado. Romero se esticou todo, mas não conseguiu operar um milagre, como fez nas partidas anteriores. Essa que foi a única finalização direta ao gol de Romero durante todo o primeiro tempo.
Outro ponto positivo dos argentinos na partida foi nas finalizações de fora da área. Principalmente com Di María. O jogador do Real Madrid arriscou três chutes de longa distância em direção ao gol, que o goleiro Enyeama teve dificuldades de salvar. Já Agüero e Higuaín continuaram abaixo do esperado. O primeiro deixou o campo ainda no primeiro tempo, lesionado. Já Pipita teve duas oportunidades, mas a falta de preparo físico foi notória nos dois lances. Até conseguiu finalizar, mas não aproveitou. Uma no primeiro tempo e outra no segundo.
O primeiro tempo terminava sem a vitória da Argentina. Até as duas cobranças de falta de Lionel Messi. A primeira Enyeama salvou. Na segunda, ele praticamente fez uma reverência para a cobrança do argentino. Cobrança com muito jeito, sem força e com perfeição. Um gol que todo o estádio fez uma reverência também. Não tão maior quando ele foi substituído e aplaudido de pé com os cantos de que, das mãos dele, o tricampeonato será conquistado.
No início da segunda etapa, no entanto, mais uma falha defensiva. Aos dois minutos, Emenike ganhou de Garay e tocou para Musa, que só teve o trabalho de deslocar o goleiro Romero e marcar o gol de empate. A sorte dos argentinos é que três minutos depois, após cobrança de escanteio de Lavezzi, Marcos Rojo aproveitou que ninguém conseguiu ganhar no alto e o lateral marcou de joelho mesmo o 3×2. Um gol merecido para um jogador questionado antes do Mundial e que tem sido o melhor do sistema defensivo.
Após a saída de Lionel Messi para o ingresso de Ricky Álvarez, a Argentina caiu de qualidade. Não conseguia chegar com profundidade ao gol viu o meio campo nigeriano tomando conta da partida. Higuaín tentou fazer o pivô em algumas oportunidades, mas não conseguiu ser efetivo. Di María cansou e o substituto da Pulga não rendeu. Uma prova da “Messidependência” confirmada por Alejandro Sabella durante a coletiva de imprensa antes do jogo.
A Argentina sacramentou a primeira colocação com vários problemas que já eram sabidos e se confirmaram durante a Copa do Mundo. Conquistaram os 100% de aproveitamento ainda que com muito custo e com o intuito de ‘entregar’ em determinados momentos. Deixou espaços abertos aos nigerianos que quase empataram. A próxima parada agora será São Paulo, na próxima terça-feira, às 13h, contra a Suíça.
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