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Mesmo com amargo empate, Argentina mostra que tem tons de Sabella

Por José Alves Marques Júnior, acadêmico do curso de Esporte da Universidade Estadual de Londrina/ 4º ano – Começou em Córdoba, nesta quarta-feira(14) a Copa Roca, e com ela a primeira partida entre os selecionados locais de Argentina e Brasil.

O futebol argentino ao contrário do brasileiro vive uma crise financeira, e de certa forma a seleção local foi prejudicada. Jogadores que no ano passado eram tratados no futebol argentino como destaques, como Erik Lamela (Ex River atual Roma ITA), Rick Alvarez (Ex Vélez, atual Internazionale ITA), Maxi Moralez (Ex Vélez, atual Atalanta ITA), Enzo Pérez (Ex Estudiantes atual Benfica PT), Federico Fernández (ex Estudiantes, atual Napoli), Luciano Monzón (Ex Boca atual Nice FRA) e Fabián Rinaudo (ex Gimnasia, atual Sporting PT), logo ao obterem êxito em suas respectivas equipes se renderam ao milionário mercado europeu.

Sabella manteve o ideal da partida passada pela Seleção Principal e manteve o esquema 3-5-2 com um meio campo compacto, de forte marcação e agressivo no ataque. Mesmo com a primeira partida da Seleção Local, nota-se que a Argentina começa claramente a ganhar o “estilo Pachorra”.

Diagrama tático ilustrativo 1: Confira a escalação e o comportamento dos jogadores da Argentina:

1)Orión, 5)Cellay, 6)Sebá e 2)Desábato. 4)Pillud, 8)Augusto Fernández, 10)Héctor Canteros, 11)Zapata e 3)Emiliano Papa. 7)Juan Martínez e 9)Mauro Boselli.

Sabella armou um meio campo com 3 volantes que formavam um triângulo de base alta, sendo que nos momentos de marcação, Zapata retornava e formava junto a Canteros o denominado “doble 5”, ou seja, dois volantes de contenção em ação. Fernández também retornava parar marcar, mas era mais o encarregado de ser um meia pela direita, como Lucho González atua na maioria das partidas. Canteros era uma espécie de coringa no meio campo de Sabella, onde este era o encarregado de roubar a bola e carregá-la pelo meio da cancha.

Diagrama tático ilustrativo 2: Os avanços de Héctor Canteros e o comportamento da Seleção

1)Orión, 5)Cellay, 6)Sebá e 2)Desábato. 4)Pillud, 8)Augusto Fernández, 10)Héctor Canteros, 11)Zapata e 3)Emiliano Papa. 7)Juan Martínez e 9)Mauro Boselli.

Quando Héctor Canteros avançava pelo meio, Fernández dava abertura pela direita e Martínez pela esquerda, ambos com os apoios dos alas Pillud e Papa. Mauro Boselli era o centro avante nato em todas as situações. Zapata era o homem da retaguarda nos momentos de avanço de Canteros.

A Argentina na primeira etapa conseguiu imprimir bem o esquema proposto por Sabella. As melhores chances saíram das jogadas em profundidade de Martínez, dos avanços de Canteros junto com Fernández pela direita, e pelas infiltrações de Boselli pelo centro. No primeiro tempo, a Argentina perdeu Boselli, machucado, que cedeu lugar a Gigliotti, que pouco conseguiu exercer sua função em campo. Papa e Pillud foram efetivos nas jogadas pelas alas, principalmente Papa. Com os avanços de Fernández pela direita, e com Neymar atacando pelo mesmo lado, Pillud se viu obrigado a atuar em muitos momentos defensivamente.

No 2º tempo o padrão da partida decaiu, e a Argentina continuava com as melhores jogadas saindo dos pés de Canteros. Martínez se machucou e cedeu lugar a Pablo Mouche, e Fernández a Chávez. Mesmo com as entradas, o padrão tático da equipe não se alterou, e o placar também. Durante a partida, mesmo com a boa atuação de Canteros sob o apoio de Fernández e Martínez, a Argentina mostrou-se em certos momentos carente de um enganche centralizado.

Apesar dos selecionados locais não terem tanta visibilidade como os demais que atuam na Europa, pode-se notar pela partida alguns pontos positivos: o padrão tático imposto por Sabella, Héctor Canteros, Iván Pillud e Juan Manuel Martínez. Depois da partida, Sabella em conferência à imprensa declarou que para a próxima partida de volta pela Copa, tentará viabilizar a convocação dos argentinos que atuam no Brasil, conferindo chances a Montillo e D’Alessandro.

A Seleção Argentina volta a enfrentar o Brasil dia 28 de Setembro em Belém no Estádio Olímpico do Pará, o “Mangueirão”.

Da Redação

Perfil utilizado para colunistas convidados a escrever no site FutebolPortenho.com.br

View Comments

  • Excelente análise tática! Ví esses dias atrás uma análise tua no blog do Globo Esporte do jogo contra a Nigéria.

    Sabella conforme o esperado manteve o 3-5-2 e neutralizou o time do Mano. Destaco o garoto Héctor Canteros, que marcava e saía muito bem pro jogo. Ele, Pillud, Martínez e até o Fernández merecem uma chance na principal.

    Pros brasileiros que esperavam uma goleada, levaram um "banho" estrategista do Sabella!

    O Brasil tem Damião, Gaúcho, Neymar, Oscar...mas falta padrão tático! Espero que a AFA tenha mesmo acertado na escolha do Sabella.

  • Como sempre, muito boa a análise José, gostaria de ver cada vez mais teus textos, e pra quem gosta mesmo de ver a Argentina jogar, os textos são muito bem elaborados!

  • Excelente análise!²

    Venho gostando muito do comportamento tático do selecionado Júnior,até porque para os primeiros jogos,tem sido muitas mudanças comparados a forma que atuava a equipe com o Batista,e ainda assim os jogadores tem respondido bem e de imediato ao que pede o Sabella. Isso enche de esperança!

    Quanto ao jogo de omtem,primeiro achei uma cartada e tanta o Sabella dar a 10 ao Canteiros,não sei a intenção disso,mas deve ter confundido os brasileiros pelo desconhecimento do volante central do Velez,que é trinco e volante por direita. Sendo que omtem jogou,e me lembrou bem do Mascherano tanto pela boa marcação quanto pela determinação. Ele é meu destaque da partida sendo que não esperava tanto,como do Martinez, Pillud,e outros jogadores que comentamos e apostamos não é de agora cara. Como bem mostrou no diagrama,o Canteiros jogou na frente da zaga,mas foi responsavel por ditar o ritmo do meio argentino,se apresentando a frente do Zapata, ainda que a Argentina tenha explorado as laterais omtem.

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