Tido como um volante ‘brucutu’, Javier Mascherano tem demonstrado um perfil totalmente diferente nos jogos da Seleção Argentina. Claro que a passagem por um time brasileiro, sem tanto brilho, aumenta as críticas, uma vez que, para muitos, o que vale é o rendimento quando se joga no Brasil e não suas atuações no exterior ou na própria Albiceleste. Na última partida, contra Trinidad y Tobago (um adversário fraco, é verdade, mas que muito time no Brasil e da Argentina não venceria), Mascherano foi o melhor em campo. Iniciou jogadas, armou contra golpes, marcou um gol. Longe de ser um brucutu.
O jogador tem sido o atleta que mais tem falado com os jornalistas nas últimas duas semanas de preparação. Em suas últimas entrevistas, logo após o jogo e no dia seguinte aquela partida, o jogador foi pontual em suas palavras. “Temos que tranquilizar a euforia dos torcedores. Temos que analisar as coisas de outra maneira. O Mundial não vai ser fácil, temos grandes seleções e jogaremos em terras inimigas”, destacou Mascherano.
Tanto é que no dia seguinte, Mascherano manteve a sua postura. Lembrou que a Argentina há muitos torneios não chega sequer entre os quatro e por isso, falar em título num momento como esse é delicado. “Creio que o desejo de ser campeão existe. Mas temos que analisar as coisas de uma maneira diferente e pensar em algo mais curto. Estamos sempre esbarrando nas quartas de final e temos que dar um passo além. Creio que o primeiro passo é passar pela fase de grupos e depois pensar passo a passo. O nosso primeiro objetivo é ficar entre os quatro primeiros colocados”, ressaltou, em entrevista ao Olé.
Apesar de seus 29 anos, Mascherano hoje é um líder dentro do grupo. A experiência de dois mundiais ajuda em tudo isso. Tanto que o atleta ressaltou a importância da maturidade após quatro anos de uma eliminação dolorosa ante a Alemanha. “Os jogadores hoje tem um nível maior de rodagem, não só na seleção, mas no internacional e a nível humano. Nesse tipo de torneio, isso é muito importante. Em 2010 sofremos muito para nos classificar e agora tivemos tempo e fizemos da melhor maneira. Foi uma Eliminatória mais tranquila e deu ao técnico a possibilidade de optar por uma base”, agregou.
Mascherano chegará ao seu terceiro mundial. Em 2006, foi a capa do Olé após a eliminação nos pênaltis para a Alemanha. Quatro anos mais tarde, caiu diante da mesma seleção, onde o sistema defensivo foi o algo geral das críticas. Quem sabe a experiência que ele tanto exaltou, não só sua, como também a de todo o elenco, coloque a Argentina, ao menos, entre os quatro melhores deste Mundial.
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