De La Portada, Chile – Após um Mundial quase perfeito, a imagem de Mascherano ligada à Albiceleste parece consolidada. Mesmo tendo suas origens ligadas ao River Plate e uma carreira muito respeitável no Barcelona, onde joga há cinco anos, Mascherano é sobretudo um jogador de Seleção.
Geralmente nos jogos, costumamos a notar e nos apegar a dribles ou momentos que geram perigo de gol. Mas no decorrer de Argentina e Paraguai, na estreia da Copa América 2015, procurei observar com calma a trajetória de Mascherano em campo. Figura indispensável, sem dúvidas.
O comportamento em campo é de um treinador dentro das quatro linhas. Quando Romero dá a saída com a bola no chão, Mascherano recua já orientando com palavras e sinais aos dois centrais para que espacem a defesa e um dos laterais suba. A maioria das saídas em direção ao ataque começa com Mascherano, que diante do Paraguai acertou 81 passes, o maior número da Seleção na partida.
A postura de um general dentro de campo, que cobra dos jogadores maior participação e orienta para onde os zagueiros devem correr no calor dos contragolpes adversários são admiráveis quando se pode ver Mascherano em campo. Nas pausas, o camisa 14 quase sempre procura um companheiro para orientar. Como há pouco tempo com Sabella, Martino também tem um aliado dentro de campo.
Tévez, um torcedor em campo
Instantes finais do primeiro tempo e 2 x 0 no placar. Futebol vistoso dentro de campo, mas algo parece faltar para a maioria dos torcedores. Os gritos por Tévez começam, independentemente se a equipe precisa de maior poderio ofensivo naquele momento ou não.
Mas a Argentina voltou sem o jogador da Juventus para o segundo tempo, e alguns esbravejos nas arquibancadas já podem ser escutados: “mas não voltou com Tévez?”. O susto do primeiro gol paraguaio despertou Martino que logo chamou um jogador do aquecimento.
A sensação é que um torcedor e conhecido de quem está nas arquibancadas acaba de descer, vestir o uniforme e ser anunciado para a entrada. A entrada de Carlitos é um momento a parte no jogo da Argentina. Mesmo ausente da Seleção por quase três anos, Tévez segue sendo quase unanime entre os argentinos na equipe.
Martino vai conviver com o mesmo dilema que Batista viveu há quatro anos, na mesma Copa América, sobre escalar Tévez como titular ou ter a certeza de que sempre vai ouvir gritos e cânticos de quem um daqueles que ali estão para torcer desça e jogue pela Seleção.
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