Temos que pedir desculpas a você, leitor do Futebol Portenho. As últimas duas partidas da Argentina não contaram com um texto em nosso site, aquele relato do jogo como a gente é acostumado a fazer nos últimos 10 anos. A verdade é que o futebol apresentado é tão desgostoso que nos tira qualquer intenção de fazer um texto, após uma cobertura (e crítica) massiva pelo Twitter (lá a gente acompanha mais a fundo, siga a gente lá).
Nesta sexta-feira, a Argentina entra em campo contra a Venezuela sem confiança. Não possui o favoritismo histórico de longa data. Nas últimas cinco partidas, perdeu duas, sendo a última derrota em março deste ano, por 3×1, na partida que marcou o retorno de Lionel Messi à seleção após o Mundial-2018. Por mais que a imprensa brasileira coloque a Argentina como favorita, tal favoritismo é tido apenas pelo peso da camisa.
O nível futebolístico da Argentina assusta. Por várias vezes já dissemos que ela perdeu a sua ideia de jogo, aquele futebol encantador com toques rápidos (toco y me voy) e um estilo ofensivo e com muita garra. Não sobrou nada. É decepcionante uma seleção campeã do Mundo que se tornou um catado. Vale relembrar que a Argentina, por muito pouco, não ficou fora da Copa do Mundo, em um continente que classifica quatro seleções e ainda dá uma vaga para repescagem. Ou seja: não é de hoje.
A falta de títulos incomoda a Seleção Argentina, principalmente por ter o melhor do Mundo em seu elenco. A pressão por títulos da Argentina sobre Messi não abalou Riquelme, por exemplo. Talvez, por se gabar nos últimos anos que era uma potência mundial, muito graças a Maradona, a Argentina se colocou em um patamar tão alto, que a queda agora tem sido grande, em um poço que parece sem fundo.
Mas vale lembrar que até 1978 não ganhou nada além de Copas Américas, enquanto seus dois rivais sul-americanos já haviam ganhado cinco Copas (3 Brasil e 2 Uruguai) e outras duas medalhas de ouro. E nem entro na polêmica daquele Mundial 78’ que até meu filho de dois meses já tá cansando de ouvir e saber.
A Argentina não pode entrar em campo contra a Venezuela já pensando no Brasil. Isso pode aumentar um possível vexame no Maracanã. Os venezuelanos estão em uma ascensão jamais vista. Se não fosse as longas eliminatórias sul-americanas, certamente alcançariam o Mundial da Rússia. Promissora, pode voltar a surpreender e alcançar uma vaga nas semifinais da Copa América.
Caso passe, a Argentina precisará abrir os olhos para não passar por um novo vexame no Mineirão. Por mais que o Brasil também não encha os olhos, os resultados recentes contra o time brasileiro não têm sido encantadores. E o ímpeto dos brasileiros em melhorar a imagem no Mineirão, em uma competição internacional, após o fatídico 7×1 de 2014, é imenso. E pelo futebol apresentado pela Argentina nesta Copa América, a Argentina é presa fácil.
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