Desde Córdoba, estádio Mario Alberto Kempes – Argentina decidiu mudar de ares, saiu da capital do país, viajou até Córdoba e numa atuação irretocável, venceu o Paraguai por 3 a 1 e agora lidera com folga as eliminatórias sul-americanas para a Copa do Mundo de 2014. No meio da próxima semana enfrentará o Peru em Lima. De quebra, Messi marcou seu 28 gol pela albiceleste e esta apenas a seis de igualar a marca de Maradona, terceiro maior goleador da seleção com 34 tentos. Batistuta com 36 e Crespo com 35 gols lideram o ranking.
AMBIENTE
Para quem saiu do cinza constante de Buenos Aires num dia chuvoso, chegar a Córdoba e ser brindado com sol e céu azul, é mais ou menos como sentir-se em férias fora de hora. A cidade, aliás, se vestiu para a ocasião. Pelas ruas tudo era enfeitado com algo que nos remetesse imediatamente ao jogo. Já nas imediações do estádio, os sempre simpáticos cordobeses respondiam tudo com um sorriso escancarado no rosto. Demonstração explícita de que finalmente havia cegado o momento para quem por tanto tempo esperou, e teve, o merecido reencontro com sua seleção.
O sentimento comum era mais ou menos como algo do tipo; “viemos ver o Messi e seus amigos baterem uma bolinha”. Não estavam enganados. O fascínio que o camisa dez exerce em todo o mundo, não poderia deixar de ser diferente por aqui. No estádio, dentro ou fora dele, se ouviam cantos daqueles mais tradicionais e antigos de apoio e incentivo à seleção. O sotaque típico da gente cordobesa, marcava o entusiasmo em cada cântico, daqueles que quase já não escutamos mais quando a Argentina joga em Buenos Aires.
No instante em que tocaram os hinos, momento para arrepiar-se. Primeiro pelo atitude respeituosa dos cordobeses, que souberam escutar e aplaudir o hino paraguaio. Depois para a explosão de enegeria quando os acordes do hino nacional argentino percorriam todo o estádio. Forte, alto e vibrante. Assim Córdoba entoou o hino nacional argentino. Se emociona quem está do lado de fora, imagino o que deve passar pela cabeça de quem veste o peso de levar a dez nas costas e a braçadeira de capitão no braço. Logo em seguida foi o momento de cantar o hino em reconhecimento ao herói: “olê, olê, olê, olê, Messi, Messi!” No que já é uma mistura de ovação e oração.
JOGO
Nem bem a bola rolou, gol. Simples assim. Aos dois minutos de jogo, primeiro ataque pelo lado direito, Lavezzi escapa, mas não consegue finalizar. A bola sobra para Di María que com um toque de extrema categoria, crava no ângulo e faz um golaço, 1 a 0 para a Argentina. E aqui vale uma importante observação. Messi é craque, indiscutível e ponto final. Mas existe um jogador nesse time que se enquadra perfeitamente na expressão; “carregador de piano”. Angel Di María reúne como poucos, talento, habilidade e velocidade. Ainda por cima é voluntarioso e faz muito bem seu papel de coadjuvante para que Messi possa assumir o papel principal e ser o mocinho do filme. Se carregador de piano for uma expressao válida, Di Maria é o mais eficaz em atividade hoje em dia.
Como conseguiu o gol muito cedo, a Argentina diminui o ritmo e esperou o Paraguai sair para apostar tudo no contra-ataque. Deu-se início a uma prática que se estendeu até o final do jogo e que vale a pena ser corrigida por Sabella. Com a pressão dos homens de frente do Paraguai na saída de bola argentina, os defensores passaram a recuar constatemente para Romero. O goleiro tinha que livrar-se do problema como quem acaba de receber uma granada nos pés. Na noite de hoje foi feliz em todas as vezes que precisou se desfazer do “perigoso” objeto, mas vai que um dia…
Era hora de voltar a jogar e nesses momentos Messi não se esconde. Na primeira oportunidade clara que teve no jogo, cobrou falta que explodiu no travessão. Quem tratou de tranquilizar as coisas foi Higuaín, que venceu o defensor na corrida e num chute rasteiro, cruzado, colocou no cantinho para marcar o 2 a 1. Mais uma vez o estádio inteiro explodiu num grito de gol dos mais vibrantes, destes que um dia você já escutou. Era nítido pela postura dos atletas em campo que torcida e jogadores estavam em completa sintonia. Um público entusiasmado, incentivou quem poucas vezes faz uma visitinha por aqui.
O segundo tempo arrancou com Messi fazendo algo absurdamente… Messi (existe definição melhor que essa? Messi só pode ser comparado com ele mesmo). Driblou três adversários desde o meio de campo e na saída do goleiro deu aquela sua típica cavadinha, essa que passa penteando o cabelo do arqueiro, mas a bola caprichosamente bateu na trave. E tome aplausos para o gênio que veste a dez e carrega a faixa de capitão no braço esquerdo.
A partida seguia um bom ritmo e quando não era o craque da dez quem desfilava talento, era Di María quem dava mostras de disposição. Mas já diz o ditado; “água mole em pedra dura tanto bate até que fura”. E de tanto tentar, Messi teve sua terceira chance de marcar. Numa cobrança de falta, que ele mesmo sofreu, colocou magistralmente no cantinho, 3 a 1. Ele correu para comemorar com um entusiasmo que somente o clima daquele momento pode explicar. Correu como quem quer abraçar cada um dos torcedores presentes no estádio. O carisma e a humilde deste jogador é do tamanho de seu talento.
Fotos: Matías Izaguirre
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Depois de ler este artigo, eu sinto como se eu tivesse ido ao estádio, excelente, parabéns!
Mais um belo texto do Futebol Portenho!!!!!!!!!!!! Parabéns!!!!!!!!!!!!!!
sempre soube que o quarteto Messi-Di maria- Aguero -Higuain daria seus frutos , talvez seja o melhor Ataque da Atualidade em termos de seleções.
Ver essa seleção jogar é como assistir uma orquestra sinfonica, GRANDE ARGENTINA