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Lucchetti: “Pode não parecer, mas a torcida me apóia”

Em entrevista concedida ao jornal Olé, o goleiro do Boca, Christian Lucchetti, falou sobre o apoio que sente do torcedor, as dificuldades de ser goleiro do clube de maior torcida na Argentina, de Cláudio Borghi e sua permanência e até sobre seu futuro no clube.

Perguntado sobre sua ambientação no Boca e sobre a posição do time no Apertura, Lucchetti comenta que aos poucos vai se acostumando e que a situação não é nem boa e nem má para a equipe. Além disso, elogiou o elenco: “É um grupo espetacular. Quando vivemos o dia-a-dia podemos perceber se o grupo está ou não comprometido com a comissão técnica. E este grupo está. Vejo expressões de raiva e de vergonha, de querer passar por cima disso. Esta campanha dói para todos.”

Quando o assunto foi o apoio da torcida, o goleiro fez questão de frisar o apoio que tem: “A torcida do Boca é especial, diferente de todas. Contra o Tigre eles incentivaram o jogo inteiro, e isso que não estamos fazendo a campanha que esperávamos. Mas o importante é ter tranquilidade e sobretudo o apoio das pessoas, que estou sentindo. Pode não parecer, mas tenho notado isso. No campo, na rua, quando vou no açougue e na quitanda, as pessoas me apoiam me dizendo: ‘Vamos, Laucha’. Isso é que é o importante.”

O mendoncino endureceu as palavras quando perguntado sobre sua titularidade no arco xeneize. Disse que é uma decisão do técnico, desde que essa decisão tenha fundamentos. Sobre ser considerado um dos responsáveis pela má fase, o goleiro foi enfático: “Se me disserem que se o Lucchetti sair o Boca vai começar a ganhar todos os seus jogos, serei o primeiro a sair e não jogarei mais. Falo com o Bichi (Borghi), dou um abraço nele, agradeço e vou embora”.

A forma de jogo do Boca também foi analisada pelo jogador. Lucchetti afirmou que é mais acionado no Xeneize que no Banfield e que no Taladro o entrosamento era tanto que em alguns jogos ele nem tocava na bola. E no Banfield a preocupação com a defesa era bem maior que no Boca, onde se deve sempre tomar a iniciativa no ataque. Em 10 jogos realizados pelo Boca, Lucchetti levou 14 gols.

“Laucha” falou sobre como é ser goleiro do Boca Juniors: “É uma belíssima experiência. Estou no gol que todos querem estar e é lógico que eu seja mais criticado”. Revelou que a cada vez que perde tem uma semana ruim,  não quer atender telefonemas e nem mesmo falar: “Minha filha de seis anos diz a cada vez que perdemos: ‘Papai não vai ter vontade de falar, nem vai querer brincar, vai ficar chato’. Fico triste e de mal humor por não ter feito as coisas como deveria”.

E o técnico Cláudio Borghi não poderia deixar de ser comentado. Segundo Lucchetti, o “Bichi” é uma pessoa que sofre como os jogadores ou até mesmo mais que eles. Além disso, é simples, humilde e que sabe o que quer. E revelou que todos os jogadores querem dedicar a volta por cima no Apertura ao treinador: “Acho que todos nós estamos em débito com ele. É pura e exclusiva responsabilidade nossa que ele tenha colocado seu cargo à disposição”.

No final da entrevista, o goleiro diz que ainda não pensou em aposentadoria, pois ainda restam a ele muitos anos e que fisicamente não tem problemas. E quando indagado sobre ser goleiro do Boca por mais tempo (está emprestado pelo Banfield até o final da temporada), Lucchetti arrematou: “Sim, é óbvio que gostaria de ser o goleiro do Boca por muitos anos, mas aqui tenho que dar provas todos os dias. O Boca é uma prova diária e tenho que compreender.”

Alexandre Leon Anibal

Analista de sistemas, radialista e jornalista, pós-graduação em Jornalismo Esportivo e Negócios do Esporte. Neto de argentinos e uruguaios, herdou naturalmente a paixão pelo futebol da região. É membro do Memofut, CIHF, narrador do STI Esporte (www.stiesporte.com.br ) e comentarista do Esporte na Rede, programa da UPTV (www.uptv.com.br ).

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Alexandre Leon Anibal

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