Primeira Divisão

Libertadores: Só sobraram dois argentinos

Dos cinco que iniciaram as oitavas de final, só sobraram dois. Rosario Central e Boca Jrs. seguem sonhando com o título continental, enquanto Racing, Huracan e o atual campeão River Plate deram adeus e voltam as atenções agora somente para o campeonato argentino. Os dois que seguem terão grandes desafios pela frente. Enquanto o Central enfrenta o Atlético Nacional-COL, time de melhor campanha até aqui, o Boca joga contra o tradicionalíssimo Nacional do Uruguai, que deixou o Corinthians pra trás.

 

Atl.Nacional 4-2 Huracan: arbitragem comprometeu

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Na terça-feira o Huracan já sabia que o desafio não ia ser nada fácil, mas mostrou a coragem típica do time que mais teve decisões dramáticas até aqui. Conseguiu segurar o resultado até os 24 minutos, quanto Victor Ibarbo colocou o Nacional a frente (em cobrança de pênalti que gerou muita reclamação por parte do Huracan). Mas dois minutos depois, Espinoza furou um bloqueio que já completava 656 minutos sem levar um gol. A partir daí a equipe de Eduardo Dominguez criou coragem e foi pra cima do time colombiano. Com mais nada a perder e apostando sempre em Wanchope Ábila, por várias vezes o time levou perigo real ao gol de Armani, assustando a torcida local presente no estádio Atanasio Girardot. Mas a figura da partida foi o árbitro venezuelano Jose Argote, alvo de muitas reclamações por parte dos jogadores do Globo. O árbitro errou por duas vezes em lances capitais da partida: a expulsão de Mancinelli e no pênalti mal marcado que originou o primeiro gol do jogo. O clube confirmou que fará uma reclamação formal na Conmebol e na FIFA contra Jose Argote

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O Huracan segue agora com as atenções voltadas para o Campeonato Argentino, onde está na quarta posição da Zona 2 com 20 pontos conquistados. O time volta a campo neste domingo às 18h30 contra o Boca na Bombonera.

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Instagram oficial do Huracan com reclamações sobre a atuação do árbitro

HURACAN: Díaz; San Román (Chacana), Nervo, Mancinelli e Balbi; Fritzler, Bogado, Montenegro (Risso), Espinoza e González (Romero); Ábila. DT: Eduardo Dominguez

ATLÉTICO NACIONAL: Armani; Bocanegra, Mendoza, Mina e Farid Díaz; Mejía, Perez, Ibarguen, Guerra (Copete) e Moreno(Torres); Ibarbo (Berrio). DT: Reinaldo Rueda

 

River 1-0 Del Valle: A blitz que não funcionou

Foi um massacre. Quem parou em frente a TV para assistir River Plate x Independiente Del Valle, logo no início da partida teve a impressão que os atuais campeões iriam passar por cima do time equatoriano, tamanho volume de jogo e chances criadas. Comandados por Andrés D’Alessandro, os Millionarios não deram chance para os visitantes e os primeiros minutos foram consituídos de uma esmagadora pressão em busca de reverter o placar desfavorável construído no jogo de ida. Mas a medida que o tempo foi passando, a velocidade e a intensidade do River começou a se transformar em pressa e o time começou a encarar o nervosismo. Mesmo apoiado pela torcida que lotou o Monumental de Nuñez, o time não conseguia traduzir a enorme pressão nos gols que precisava para virar a vantagem do Del Valle, que contava com uma noite inspirada do goleiro Azcona.

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Azcona: noite mágica do goleiro equatoriano. (Foto: Gustavo Garello)

Lucas Alario saiu do banco para reacender as esperanças do time de Marcelo Gallardo, quando aos 30’ do segundo tempo marcou depois de muita insistência. Mas o Del Valle conseguiu se segurar e deixou o River pelo caminho. Após o jogo, Marcelo Gallardo deixou em aberto seu futuro no clube. O treinador que ganhou a Copa Sul Americana em 2014, a Recopa e a Libertadores em 2015, disse que o River chega a um “fim de ciclo” e que várias coisas podem mudar a partir de agora dentro do clube. “Está na hora de pararmos e analisar bem o time que vem trabalhando com uma base desde 2014. Pode ser que a partir de agora várias coisas mudem no River e isso é normal dentro do futebol. Tivemos muitas alegrias neste período, mas os ciclos chegam ao seu fim e mudanças podem acontecer”, declarou. O River volta a campo no sábado, às 17h45 contra o San Lorenzo pelo Campeonato Argentino, mas praticamente não tem mais chances de lutar pelo título, já que ocupa a 10ª posição na Zona 1 com 15 pontos ganhos, 12 a menos do que o líder Godoy Cruz.

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Jogadores saíram aplaudidos pela torcida que reconheceu a luta em campo

RIVER PLATE: Barovero; Mercado, Maidana, Balanta e Casco; Ponzio, Domingo (Lucho González), Mayada e D’Alessandro (Mora); Driussi e Alonso (Lucas Alario). DT: Marcelo Gallardo.

IND. DEL VALLE: Azcona; Nuñez, Meza, Medina (Uchuari) e Brucil; Orejuela e Arroyo (Tellechea); Medina, Somoza e Cabezas; Angulo (Castillo). DT: Pablo Repetto

 

Atletico-MG 2-1 Racing: Que pasó, Saja?

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Se “os brasileiros se borram” quando vão jogar contra os argentinos, de acordo com o goleiro Saja do Racing, nada como ter em seu time um argentino para resolver a parada. Foi assim que o Atlético-MG conquistou sua vaga para as quartas de final, vencendo por 2-1 e deixando pra trás o Racing no Estádio Independencia. Lucas Pratto foi o nome do jogo e conduziu o Galo às quartas de final num show de raça e dedicação dentro de campo. Logo aos 13’ minutos do primeiro tempo, Pratto foi a linha de fundo e cruzou pro garoto Carlos abrir o placar. Cinco minutos depois, Leandro Donizete cometeu pênalti em Lizandro Lopez e tudo ficou igual. Contando com a experiência de Lizandro e com uma grande atuação do paraguaio Romero, o Racing criou coragem e levou perigo ao gol de Victor, mas a defesa atleticana conseguia se aliviar.

No segundo tempo, o Galo contando com o apoio de seu torcedor conseguiu a virada, numa falta de Rafael Carioca que Lucas Pratto apareceu de novo para marcar e dar a calssificação ao Atlético. A vontade de Pratto era tanta que o “Urso” ainda perdeu um pênalti, defendido por Ibañez, que poderia ter matado o jogo. O Racing ainda tentou no final, mas a zaga atleticana segurou o ímpeto da Academia e ficou com a vaga nas quartas de final. O destaque negativo deste jogo ficou por conta do preparador de goleiros Juan Carlos Gambandé que simulou comer uma banana, em claro ato de racismo contra torcedores do Atlético. O Racing se pronunciou dizendo recriminar qualquer ato do tipo, mas não disse se Gambandé sofrerá algum tipo de punição.

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O Racing volta a campo no sábado às 20h contra o Estudiantes de La Plata no Cilindro, mas praticamente não tem mais chances de título. Está com 20 pontos na Zona 1, 14 atrás do líder Lanús.

ATLÉTICO-MG: Victor; Marcos Rocha, Leonardo Silva, Erazo e Douglas Santos; Leandro Donizete (Clayton), Rafael Carioca e Junior Urso; Robinho (Eduardo), Lucas Pratto e Carlos (Hyuri). DT: Diego Aguirre.

RACING: Ibañez; Grimi, Sanchez, Vittor e Pillud; Aued, Videla, Acuña (Pereyra), Noir (Diego Milito) e Romero (Gustavo Bou); Lizandro Lopez. DT: Facundo Sava

 

Rosario Central 3-0 Grêmio: Crônicas de Marco Ruben

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O Rosario Central foi o time das oitavas de final que não encontrou muitas dificuldades para avançar a próxima fase. Depois da vitória na última semana por 1-0 sobre o Grêmio em Porto Alegre, o time entrou em campo com o apoio de seu torcedor no Gigante de Arroyito nesta quinta-feira e passeou pra cima do time gaúcho, que se viu na obrigatoriedade de sair para o jogo para reverter a desvantagem. Mas Marco Ruben novamente fez a diferença e logo aos 5 minutos jogou água gelada nos planos do Grêmio. Aos 22, Cervi foi derrubado na área e Ruben novamente aparecer para marcar o segundo, de pênalti. Mesmo tirando o pé, o Central dominou as ações e conseguiu conter as tentativas do Grêmio. Aos 12 do segundo tempo, aproveitando cobrança de escanteio, o zagueiro Donatti subiu sozinho para marcar o terceiro. O lance mais perigoso da equipe brasileira foi somente aos 32’ minutos quando Bobô invadiu a área e bateu cruzado para a grande defesa do goleiro Sosa.

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A vitória por 3-0 deu moral ao time que agora terá pela frente o Atlético Nacional, num confronto que promete ser o melhor da Copa Libertadores até o momento. Para o técnico Eduardo Coudet, isso não é problema. “É ótimo jogar contra a melhor equipe. Sabemos da qualidade que eles têm, mas temos um time que se entrega muito durante as partidas e vamos encarar este grande desafio. A vitória de hoje foi grande e foi pelo esforço destes jogadores”, declarou ao final da partida. A primeira partida entre Central x Nacional será em Rosario, no Gigante de Arroyito e a decisão no Atanasio Girardot, em Medellin.

ROSARIO CENTRAL: Sosa; Salazar, Donatti, Burgos e Pinola; Musto (Gil Romero), Montoya (Álvarez) e Fernandez; Cervi, Ruben (Lo Celso) e Herrera. DT: Eduardo Coudet

GRÊMIO: Marcelo Grohe; Ramiro, Geromel, Fred e Hermes; Maicon, Wallace, Douglas (Pedro Rocha) e Giuliano; Luan e Miller Bolaños (Bobô). DT: Roger

 

Boca 3-1 Cerro: Tevez, o gigante

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Parecia que ia ser tranquilo. Bombonera lotada, Carlitos Tevez mais uma vez inspirado e com um pênalti logo no início do jogo. Tudo estava se desenhando facilmente para o Boca conseguir a classificação sem maiores dificuldades, mas o Cerro lutou bastante e abrilhantou mais ainda a vaga da equipe de Guillermo Schelotto. Logo aos 3 minutos Tevez de pênalti abriu o placar, aumentando ainda mais a vantagem construída na primeira partida. Mas o Cerro foi pra cima e conseguiu o empate aos 12 minutos, com Rojas aproveitando um cruzamento que veio da esquerda do ataque. A partir daí o time paraguaio já sem muito a perder, foi pra cima e conseguiu levar bastante perigo aos donos da casa. Aos 32 minutos um lance gerou apreensão, quando o goleiro Orión saiu para dividir a bola com o atacante paraguaio Leal e acabou desacordado. Após receber atendimento médico o goleiro voltou a partida e foi importantíssimo em várias defesas que frearam o ataque cerrista.

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Orión desmaia em campo: apreensão no Boca

No segundo tempo se aproveitando de vários erros do time visitante, o Boca ampliou o placar e carimbou a vaga para as quartas de final, com gols de Pavón e Pablo Perez. Ao final da partida, Tévez ressaltou que a postura do time mudou após o primeiro gol e cobrou os erros. “Não podemos relaxar. Depois do pênalti parece que ficamos mais relaxados e logo depois sentimos que não estávamos mais bem no jogo. Tivemos sorte em construir o placar, mas não podemos errar. Em Libertadores quando se erra, acaba pagando”, disse.

O Boca agora enfrenta o Nacional do Uruguai, no confronto mais “pesado” das quartas de final. São 9 Libertadores em campo (6 do Boca e 3 do Nacional) e o duelo das equipes que mais entraram em campo na competição. O Nacional já fez 357 partidas pela Libertadores e o Boca 260, totalizando 617 jogos na história. Será o duelo com mais experiência acumulada em toda a história do torneio. O primeiro jogo será em Montevideu e a decisão na Bombonera, em Buenos Aires.


BOCA JUNIORS:
Orión; Jara, Cata Díaz, Insurralde e Fabra; Meli, Erbes (Tobio) e Pablo Pérez; Pavón (Palacios), Carrizo (Jonathan Silva) e Carlos Tevez. DT: Guillermo Schelotto.

CERRO PORTEÑO: Silva; Bonet, Mareco, Valdez e Alonso; Rojas, Dominguez (Ortigoza), Rodrigo Rojas e Riveros (Díaz); Leal e Beltran. DT: Gustavo Morinigo

Alexandre Silva

Quase ex-jornalista. Apresentador e repórter na Rádio Transamerica BH, mineiro e torcedor da Seleção Argentina desde a Copa de 98. @AlexandreSilva8

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