Laterais defensivos devem ser a tônica da Argentina na Copa
Desde que assumiu a Seleção Argentina, uma das principais missões de Alejandro Sabella no comando da equipe tem sido ajustar o contestado sistema defensivo albiceleste. Em relação ao Mundial 2010, a Argentina renovou praticamente todo o setor, mantendo como possibilidade para o Mundial apenas o zagueiro do Atlético Mineiro Nicolás Otamendi, remanescente da Era Maradona.
Dos 28 jogos disputados até então, o que ficou evidenciado é que a Argentina sofre defensivamente pelas laterais. A falha cobertura pelos lados da grande área representou 38% dos 24 gols sofridos pela Argentina sob o comando de Sabella. O dado merece destaque, pois o quesito está abaixo apenas dos gols sofridos de bola parada, que se dividem em cobranças de faltas, penalidades, jogo aéreo e bolas alçadas(não concluídas por cabeceio). Confira os números
Conforme o citado, a Argentina pouco sofreu diante dos contragolpes adversários. A equipe de Sabella não costuma adiantar sua marcação, e muitas vezes adota uma postura mais contragolpista ( Análise: Argentina 2014 é forte nas rápidas transições ofensivas ), oferencendo pouco espaço para rápidas tramas dos adversários.
Diante do problema, a solução encontrada por Sabella vem sendo escalar seus laterais com postura mais contida no campo defensivo. Pablo Zabaleta(Manchester City-ING) e Marcos Rojo(Sporting-POR) são os laterais que mais atuaram na Argentina de Sabella. Além deles, os experientes zagueiros Hugo Campagnaro(Internazionale-ITA) e José Basanta(Monterrey-MEX) têm sido chamados para a Seleção e na maioria das vezes utilizados como laterais defensivos. Ao presenciar a atual Seleção Argentina, é comum que se note uma linha fixa de 4 jogadores no campo defensivo, com pouca participação dos laterais no ataque.
Na prévia de Paraguai x Argentina em Assunção pelas Eliminatórias 2014, Basanta deixou bem claro ao ser questionado sobre sua função quando escalado como lateral-esquerdo:
“A prioridade é defender”(José Basanta).
A seguir, dois vídeos analisando as falhas de cobertura dos laterais argentinos que resultaram em importantes tramas adversárias. Em análise, as partidas:
Argentina 4×0 Equador(04/06/2012), Argentina 4×3 Brasil(09/06/2012) e Alemanha 1×3 Argentina(15/08/2012)
http://youtu.be/prFXAHWOqFk
Principais chances criadas pelo Chile no duelo contra a Argentina(Chile 1×2 Argentina 16/02/2012) pelas Eliminatórias 2014, explorando a fragilidade das laterais da Argentina.
As poucas subidas ao ataque dos laterais são expressas em números também. Dos 60 gols convertidos pela Seleção de Sabella, apenas dois vieram de cruzamentos de laterais na linha de fundo. O gol de Banega em La Paz, após cruzamento de Clemente Rodríguez(26/03/2013) e o gol de Lavezzi, após cruzamento de Marcos Rojo no Monumental de Nuñez( 11/10/2013 ) contabilizam a participação dos laterais no campo ofensivo.
Durante as Eliminatórias, os laterais de origem realizaram menos cruzamentos certos à área que Lavezzi(5), Di Maria(4) e Messi(3). O ponto forte pela linha fundo atende pelo nome de Di Maria, jogador que mais buscou jogadas na linha de fundo, muitas vezes mais errando(28 cruzamentos errados) que acertando(4 cruzamentos certos) – dados via Footsats . A postura acuada dos laterais explica os números.
Diminuir o abismo de qualidade que existe entre o ataque e defesa tem sido a árdua tarefa de Sabella para fortalecer a Argentina rumo ao Mundial 2014. Difícil missão, mas fundamental para que a Albiceleste chegue forte no Brasil.
