Libertadores

Lanús perde para Olímpia, no Paraguai, e se complica no Grupo 2

Tudo levava a crer que o Lanús tentaria conseguir fora a vitória que não obteve quando atuou em casa, diante do Flamengo. Porém, a formação conservadora de Schurrer (na prática um 4-6-1) apenas conseguiu por alguns minutos afastar o Decano paraguaio de sua área. Proposta que não teve tempo de ser devidamente experimentada porque aos 24 minutos, o arqueiro Marchesín “engoliu um peru” e facilitou a vida do Olímpia. A partir daí, o time local melhorou, enquanto o Granate parecia perdido em campo. Na segunda etapa, o Granate voltou bem diferente e foi para cima do Olímpia. Empatou com um gol de Araújo e dava sinais de que poderia virar a partida. Contudo, foi novamente surpreendido e levou o segundo gol de um dos melhores em campo, Maxi Biancucchi, o primo de Messi, que tem defendido com glória a camisa do Olímpia. O Granate ainda tentou, mas parou na ótima atuação do porteiro Silva, que garantiu a vitória para os guaranis. Agora, o Lanús é o último colocado no Grupo 2 e terá de contar com mais sorte e mais coragem se quiser modificar sua difícil situação.

A formação conservadora que Schurrer levou a campo, um 4-6-1 deixava claro qual era a intenção do Lanús: congestionar o meio-de-campo, impedir o Olímpia de jogar, e se possível, fazer um gol no contragolpe. Desta forma, o que se viu foi um jogo lento, burocrático e sonolento no início. O Granate realmente conseguia impedir qualquer formação de jogada do Decano e até chegava mais ao campo de ataque do que o rival guarani. Porém, aos 24 minutos, após cobrança de falta, Marín cruzou fechado para a área e o arqueiro Marchesín deixou a bola entrar de maneira vergonhosa. Um presente para o Olímpia e mais uma das lições do futebol: às vezes a fixação pela marcação é tão demasiada que uma determinada equipe se perde justamente por desatenção neste quesito.

Então o Lanús perdeu o rumo e o conjunto paraguaio começou a mandar na partida. Aos 33, os argentinos perderam Valeri por contusão. Neira entrou no seu lugar e gerou mais ofensividade e agressividade na forma da equipe atuar. Aos 41, Pereyra teve a chance do empate, mas arrematou desviado e a pelota saiu à esquerda de Silva.

Contudo, o Lanús continuou com seu jogo burocrático. Como “La O” já estava na frente do marcador, tampouco se preocupou e acelerar a partida, o que fez do cotejo um mero joguinho besta em que a velha desculpa de que se trata de um torneio duro parecia justificar qualquer postura dentro de campo.

Na segunda etapa, o Granate voltou muito superior ao Olímpia. Schurrer abriu Regueiro pelo flanco direito e Neira pelo esquerdo, ampliando bem a ofensividade da equipe. O Olímpia desapareceu e o visitante teve três chances claras de gol, até os primeiros 10 mninutos. Teve ainda dois gols anulados: um deles corretamente, o outro de forma equivocada. Mas o ímpeto do Granate pouco a pouco foi se perdendo em razão de seus atacantes não se aproveitarem das várias jogadas criadas, Aos 24, quase a equipe foi castigada novamente. Marín cobrou falta e obrigou Marchesín a desviar para córner.

Porém, de tanto tentar, o Lanús chegou ao empate aos 26 minutos. Após boa jogada de Romero, Araújo disparou para o arco. Empate decretado mas por pouco tempo.

Aos 34, novamente quando o Granate estava melhor, Marín e Biancucchi tramaram bela jogada e o primo de Messi saiu na cara de Marchesín para tocar com categoria e guardar: 2×1 Olímpia. A partir daí, o Lanús foi todo ataque e criou várias situações de gol. Aos 39, Pavone arrematou de primeira e Silva fez o primeiro milagre da partida. Um minuto depois, foi a vez de Braghieri arrematar rasteiro para o segundo milagre de Martín Silva. Então veio o fim da partida e a história se repetiu. O Lanús jogou melhor, mas novamente fica com um resultado desfavorável. Desta vez contou com a contribuição de um erro absurdo da arbitragem, que anotou impedimento de Regueiro e anulou um gol legítimo (o assistente estava na linha da bola), mas também contou com o excesso de conservadorismo de Schurrer, que entrou em campo com uma formação extremamente conservadora. Mesmo que o Olímpia tenha vencido, o jogo mostrou que o comandante granate tinha medo de um mostro que não existia. Agora os argentinos são os últimos colocados do Grupo 2 e precisarão apresentar mais futebol se quiserem reverter sua já complicada situação.

Formações

Olimpia: Martín Silva; Renzo Revoredo, Adrián Romero, Sebastián Ariosa, Salustiano Candia; Osvaldo Hobecker (Eduardo Aranda), Sergio Orteman, Fabio Caballero (Paredes), Vladimir Marín; Maxi Biancucchi e Luis Caballero (Almirón). Técnico: Gerardo Pelusso.

Lanús: Agustín Marchesín; Carlos Araujo, Paolo Goltz, Diego Braghieri, Luciano Balbi (Carranza); Matías Fritzler, Diego González, Diego Valeri (Juan Neira), Mauricio Pereyra (Romero), Mario Regueiro; e Mariano Pavone. Técnico: Gabriel Schurrer

Joza Novalis

Mestre em Teoria Literária e Lit. Comparada na USP. Formado em Educação e Letras pela USP, é jornalista por opção e divide o tempo vendo futebol em geral e estudando o esporte bretão, especialmente o da Argentina. Entende futebol como um fenômeno popular e das torcidas. Já colaborou com diversos veículos esportivos.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

cinco × cinco =

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.