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José Varacka, a personificação argentina do pé-frio

Originalmente publicado no aniversário de 85 anos, em 2017 – e revisado, ampliado e atualizado

Jorge Antônio Putinatti, o Jorginho, foi um dos melhores ponteiros brasileiros nos anos 80. Mas não escapou do cruel codinome “Jorginho Pé Frio”. Mesmo vitoriosíssimo, Zlatan Ibrahimović volta e meia é cornetado por sucessivas quedas com a Suécia nas eliminatórias enquanto a seleção ou por deixar a Internazionale em 2009 para vê-la ser campeã, eliminando-o, na Liga dos Campeões (grande pendência da carreira de Ibra) seguinte. Na Argentina, talvez a figura mais equivalente seja a de um volante dos anos 50 e 60, José Varacka, raro nome presente em quatro dos cinco grandes argentinos: jogou em três (Independiente, River e San Lorenzo) e treinou outro (Boca). E não conseguir títulos oficiais em nenhum! Justo o único gigante argentino em que não esteve, o Racing, tão impregnado a jejuns, foi três vezes campeão durante a curiosa carreira de jogador de Varacka, que hoje faria 90 anos.

Para os mais jovens, vale falar antes um pouco mais de Jorginho para efeitos de comparação: ainda no Marília, viu os colegas vencerem a Copa São Paulo de juniores em 1979 (a grande conquista do clube) sem ele em campo, por ocupar-se com a seleção brasileira juvenil. Enfrentou depois sete anos da estiagem de títulos vivida no Palmeiras entre 1976-1993, período em que terminou não indo à Copa de 1986 (ano em que perdeu o título estadual para a Inter de Limeira) prejudicado por uma lesão no treino prévio no último jogo das eliminatórias. Em 1987, foi ao Corinthians, mas o passado impediu que empolgasse a Fiel. Rumou ao Fluminense em 1988, enquanto os alvinegros eram campeões estaduais sem o ponta. Nada. Mudou de tricolor, indo ao Grêmio. No Sul, Jorginho enfim foi campeão, estando no elenco campeão gaúcho, de 1989. Mas na reserva. Ainda como titular, perdeu o Grenal do Século – válido pelo Brasileirão de 1988, mas realizado já em janeiro de 1989…

E El Puchero Varacka? Ele também era apelidado ocasionalmente de El Polaco, embora fosse filho de eslovacos – a grafia original do sobrenome tem um circunflexo invertido (a braquia, comum no alfabeto latino das línguas eslavas) acentuando a letra C: é Varačka (significa caldeira) e a pronúncia, algo como “Varátch-ka”, mas a leitura para os hermanos virou “Varaca” mesmo. Jogou no Independiente de 1952 ao início de 1960. O clube vivia seu mais longo jejum, que durava desde 1948. Naquele 1960, o River pagou uma soma recorde por seu passe. Varacka deixou Avellaneda para, por dois pontos, ser no fim do ano vice-campeão dos ex-colegas, que enfim interrompiam a seca do Rojo. Agora era justamente o River quem começaria a sentir uma seca incômoda, que duraria de 1957 a 1975… em 1966, ele ainda esteve no San Lorenzo. Ficou até o fim do ano. Dali a um ano e meio, os azulgranas virariam a primeira equipe campeão argentina invicta no profissionalismo…

Varacka passou por quatro dos cinco grandes argentinos (no Independiente, está entre o irmão Emilio e o argentino negro Britos). Sem nenhum título…

Varacka, por outro lado, conseguiu ser campeão pela seleção, algo que tanto vinha custando à talentosíssima geração atual. Ele esteve no elenco que venceu a Copa América de 1959, a última que a Albiceleste venceria até a edição de 1991 (os 32 anos inclusive superaram no torneio a espera vivida entre 1993 e 2021), mesmo sendo titular nos três jogos da campanha desastrosa na Copa do Mundo no ano anterior – a ceifar a trajetória de muitos dos convocados à Suécia. A rara permanência na seleção a despeito daquele vexame foi reflexo de sua trajetória no Independiente, o clube com o qual mais se identificou.

No pior jejum do Independiente

O volante veio da base do Rojo, promovido ao time adulto aos 20 anos; estreou na liga argentina na 16ª rodada de 1952, em 7 de setembro, um derrota de 2-1 para o campeão River. Logo se firmou, participando de 13 dos 14 jogos que restavam na campanha 3ª colocada. Se os títulos não vinham, seu time não deixou de ter feitos notáveis. Em 1953, ele inclusive recebeu a companhia do irmão Emilio no elenco e na linha média da escalação em “pirâmide”. Foi o ano em que o Rojo tornou-se o primeiro clube a fornecer um quinteto ofensivo inteiro à seleção argentina. Tratava-se do Rodolfo Micheli, Carlos Cecconato, Carlos Lacasia (depois, Ricardo Bonelli), Ernesto Grillo e Osvaldo Cruz (Grillo seria vice-campeão da Liga dos Campeões pelo Milan e Cruz estaria no primeiro título nacional do Palmeiras, em 1960).

Além de serem o ataque que rendeu a primeira vitória argentina sobre a Inglaterra, eles se repetiriam na seleção por outras seis vezes até 1955. Aquela formidável linha ofensiva do Independiente aplicou naquele mesmo 1953 nada menos que um 6-0 em Chamartín sobre o Real Madrid, que já tinha Alfredo Di Stéfano, no que foi por quase uma década a última derrota madridista em casa para alguma equipe estrangeira, incluindo amistosos – e por causa de Varacka, logo voltaremos a abordar esse dado. Mas foi em 1954 o ano mais perto que El Puchero chegou do título argentino pelo clube de Avellaneda, a quatro pontos do campeão Boca. Que, justamente, deixava para trás sua maior seca, dez anos desde 1944…

Os clubes com os quais mais se identificou na Argentina: Independiente e River

Em 1955, o Independiente voltou a ficar a quatro pontos do título, tendo a defesa menos vazada. Nesse embalo, Varacka foi convocado à Copa América realizada em janeiro de 1956, no que foi sua estreia pela seleção. No torneio, jogou só no 2-0 contra o Chile. Em junho de 1957, jogou pela segunda vez pela Argentina, em um 1-1 com o Uruguai. Naquele ano, o Independiente ficaria em um medíocre 8º lugar, mas por culpa da debandada daquele ataque de outrora: novamente, teve a melhor defesa, reforçada pelo trio da linha média formada pelos irmãos Varacka com José Britos (raro argentino negro de relevo no futebol). Assim, mesmo sem disputar as eliminatórias, El Puchero foi convocado ao mundial.

A base da seleção foi formada por jogadores do River, time mais campeão daquela década. De forma que as ferozes críticas pela eliminação na primeira fase se refletiram nas campanhas seguintes dos millonarios. Que foram atrás daquele volante mantido na seleção. Varacka, afinal, fora um dos poucos poupados pela imprensa na derrota mais elástica da história da seleção, o 6-1 sofrido diante dos “primos” tchecoslovacos, que até o congratularam; o adversário Titus Buberník relembraria já em março de 2018 que “sabíamos de suas raízes, o cumprimentamos, ele mesmo nos relatou. Mas ele não sabia eslovaco, apenas ‘obrigado’, ‘bom dia’ e assim por diante. (…) Na minha opinião, ele foi o melhor dos argentinos naquela partida”. De fato, um ano depois, com Varacka participando de duas partidas, a Albiceleste recuperou momentaneamente algo do orgulho ao vencer a Copa América, deixando de vice o próprio Brasil recém-campeão mundial. Seria o único título do Varacka jogador.

No pior jejum do River

A contratação dele pelo River no início de 1960 veio exatamente em uma reação bancada pelo presidente riverplatense Antonio Vespucio Liberti, que buscava o fútbol espetáculo. Varacka foi contratado por 2,5 milhões de pesos, recorde nacional na época. O River terminou o torneio vice-campeão… e exatamente para o Independiente, que enfim encerrava a seca que vinha pendente desde 1948. E mesmo o vice só apareceu após uma reação incrível no segundo turno em prol de um futebol de resultados, pois o de espetáculo nunca veio – ainda que Varacka conseguisse se manter na seleção ao longo de 1960, agora como millonario. Mas um 5-1 do Brasil pela Taça do Atlântico foi por algum tempo sua última partida pela Argentina. Em 1961, nova decepção: o time de Núñez realizou uma pré-temporada promissora, com direito a um 3-2 sobre o Real Madrid no Bernabéu.

Independiente no Chamartín antes do 6-0 no Real Madrid: José Varacka, Barraza, Emilio Varacka, Violini, Arias, o técnico Crucci e Abraham; Micheli, Cecconato, Lacasia, Grillo e Cruz

Aquela foi exatamente a primeira derrota merengue em casa para estrangeiros desde aquele 6-0 do Independiente em 1953. Varacka foi o único homem presente pelo lado vencedor nessas duas partidas, intercaladas por 46 jogos sem que Di Stéfano e colegas perdessem em Madrid para forasteiros – o que incluíra em 1959 um 5-3 sobre o Santos, no único duelo entre Di Stéfano e Pelé. Outra curiosidade é que os três gols riverplatenses foram brasileiros, um de Delém (que chamara a atenção do River após gol naqueles 5-1 do Brasil sobre a Argentina em 1960) e dois de Roberto Frojuello. Na mesma excursão europeia, o River pôde vencer o Napoli por 6-1 e a Juventus por 5-2, jogo este com raro gol de Varacka, que abriu o placar. Mas, na volta à Argentina, o Millo terminaria a liga a nove pontos do campeão Racing.

Na pré-temporada de 1962, foi a vez do Santos ser derrotado, com a atuação de Varacka sendo descrita como “fenomenal” para parar Pelé. Não bastou para El Puchero ir à Copa do Mundo no Chile. E o ano terminaria iniciando uma incrível sina do River: a dor continuava, mas dessa vez porque os títulos escapavam por entre os dedos. E quase sempre por “culpa” do Boca. A mais célebre, em 1962 mesmo. Na penúltima rodada, os dois principais rivais estavam empatados na liderança e se pegariam na Bombonera. Brasileiros e pênaltis protagonizaram um histórico duelo: Paulinho Valentim, ídolo rival, converteu uma penalidade para pôr o Boca em vantagem e Delém teve a mesma chance para o River a cinco minutos do fim, mas a cobrança foi espalmada pelo arqueiro xeneize Antonio Roma – para os protestos enérgicos de Varacka contra o árbitro Carlos Nai Fono, que não aceitou repetir o lance apesar da escandalosa adiantada de El Tano Roma antes da batida.

O Boca abriu dois pontos de vantagem (o valor da vitória na época) e confirmaria o título ao vencer na rodada seguinte. Em 1963, o arquirrival se focou na quase vitoriosa Libertadores, mas voltou a estragar os prazeres em Núñez. O River, que venceu seus seis primeiros jogos, lutava pela taça palmo a palmo… com o Independiente. Que, tal como em 1960, terminou campeão por dois pontos. O Millo liderava, mas foi igualado na antepenúltima rodada ao perder o confronto direto. Na penúltima, foi ultrapassado: enquanto o ex-clube de Varacka ganhava, o River foi derrotado em pleno Monumental pelo Boca. Não adiantou vencer o último jogo, pois o concorrente protagonizou o escandaloso 9-1 no San Lorenzo.

River no Bernabéu antes dos 3-2 no Real Madrid: Ramos Delgado, Carrizo, Schneider, Varacka, Rodríguez, Ovejero (goleiro reserva) e Etchegaray; Pérez, Pepillo e o trio brasileiro Moacyr, Delém e Roberto Frojuello

Em 1964, o River, embora pudesse golear por 5-1 o Barcelona em julho (sem Varacka), já não lutou até o fim pela taça, mas viu o Boca campeão exatamente ao empatar em 1-1 um Superclásico na penúltima rodada na Bombonera. Já o roteiro de 1965, ano de um 3-2 sobre o Santos de Pelé em torneio no Chile em janeiro (é daquele duelo a imagem que abre essa matéria), se assemelhou ao de 1962: o River visitou a Bombonera na antepenúltima rodada. Tinha um ponto de vantagem. Abriu o placar e mantinha o empate até os últimos três minutos, quando levou o gol da virada. Para aumentar ainda mais a dor, esse gol e o gol do empate em 1964 foram anotados por um ex-River, Norberto Menéndez. Foram precisamente seus únicos gols pelo Boca sobre o ex-clube… o Millo venceu os dois jogos que restavam, mas o Boca também.

De todo modo, a luta contínua pelas taças recolocou Varacka, agora convertido em zagueiro, na seleção. Foi um dos líderes do título mais expressivo da Albiceleste até a Copa de 1978: a Copa das Nações de 1964, com direito a um 3-0 no anfitrião Brasil; o torneio servia para festejar os cinquenta anos da seleção brasileira, favoritaça em função do bi-mundial. Inclusive, se dizia que sua moral era tamanha a ponto de ter influenciado na convocação para o torneio. Seu último jogo oficial pela Argentina foi na primeira vitória dos hermanos sobre a Bolívia na altitude de La Paz, nas eliminatórias à Copa de 1966. Terminou convocado ao mundial, mas não entrou em nenhuma partida – no máximo, participou de amistosos não-oficiais de preparação, contra os clubes Cagliari (2-0 em 1º de junho de 1966, no estádio do San Lorenzo) e Austria Viena (derrota de 1-0 em 25 de junho, no estádio adversário).

Como treinador, glória somente na Colômbia

Ele foi à Inglaterra já como jogador do San Lorenzo; estreara ainda em março de 1966 pelo clube de Boedo (e assim escapou de outro trauma do River, a gallinada na finalíssima da Libertadores daquele ano…). Sua contratação foi pedida exatamente por Juan Carlos Lorenzo, também o técnico da seleção. Foram 872 mil pesos, valor que ensejou muitas críticas para um astro já decadente aos 34 anos. Esticou a carreira por mais um ano, no Colo-Colo em tempos em que o campeonato chileno era dominado pela Universidad de Chile e no modesto Miraflores do Peru, onde chegou a compor defesa com Vladislao Cap (ex-colega de River e seleção) e o brasileiro Zózimo.

Seleção: Varacka foi o segundo a defender em Copas do Mundo a Argentina como jogador (1958 e 1966) e treinador (1974), após a lenda Stábile (1930 e 1958)

Como treinador, Varacka também sofreu. Era o técnico do Gimnasia LP entre 1968-71, justamente no período em que o Estudiantes enfileirou quatro finais de Libertadores seguidas. Enquanto treinava o clube, também foi assistente técnico na fracassada eliminatória à Copa de 1970, a única em que a Argentina foi desclassificada dentro de campo… o grande momento de Varacka em 1970 seria como treinador gimnasista: seu Lobo chegou às semifinais nacionais. Mas aquele elenco, apelidado de La Barredora (“A Vassoura”, por varrer os rivais, incluindo um 4-1 no Estudiantes recém-tri da Libertadores) perdeu o embalo com a paralisação do campeonato em função de uma greve inoportuna. Na semifinal, o Rosario Central usou seu time principal e surrou por 3-0 um Gimnasia escalado com aspirantes, o que incluía o treinador Manuel Julián Miranda e um goleiro que não era o recordista Hugo Gatti e um centroavante que não era Delio Onnis, depois máximo artilheiro do campeonato francês.

Em 1972, El Puchero assumiu então o Boca. Chegou perto do título nacional, mas caiu novamente na semifinal, justo no Superclásico (onde na fase de grupos foi derrotado também por 5-4 em partida que ganhava por 4-2 após virar um 2-0…). Em 1974, alternou-se entre seu cargo retomado no Gimnasia (voltara a La Plata em 1973) com o de técnico da seleção na Copa do Mundo, em curioso triunvirato com o ex-colega Vladislao Cap e de Víctor Rodríguez. Ele e Cap, inclusive, se tornaram ali os segundos argentinos a servirem a Albiceleste como jogadores e depois como treinadores nas Copas, após a lenda Guillermo Stábile jogar a de 1930 e comandar em 1958. O Mundial foi um novo insucesso a Varacka, seguido de trabalhos sem relevo em 1975 por Atlanta e Argentinos Jrs.

O reconhecimento do treinador Varacka veio na Colômbia. Sob os cânticos “ataca, ataca ataca/El equipo de Varacka“, esteve como treinador nos primeiros títulos nacionais do Junior. Mas, até mesmo no primeiro título clubístico, foi inoportuno: na campanha de 1977, participou da maior parte, mas pediu demissão em novembro. Quando o troféu foi erguido, o cargo estava improvisado, com Juan Ramón Verón (pai de Juan Sebastián) se glorificando como jogador-treinador do clube de Barranquilla… com moral no Gimnasia, El Puchero voltou ao Bosque em 1978. Mas não evitou o rebaixamento em 1979. Em 1980, então, ele esteve à frente do segundo título colombiano do Junior, dessa vez do início ao fim. Assim, foi repatriado como bombeiro do Argentinos Jrs na luta contra o rebaixamento, em 1981.

A Varacka, ex-jogador do River e ex-técnico do Boca, só faltou o Racing: virou a casaca também no clássico entre San Lorenzo (ainda jogador) & Huracán (treinador)

Órfão de Maradona, o Bicho parecia condenado, mas recuperou-se a tempo de depender só de si na rodada final, ainda que para tanto precisasse vencer um duelo direto com o gigante San Lorenzo. Conseguiu: o último clube do Varacka jogador se tornou o primeiro gigante rebaixado na Argentina. Como se não bastasse ter virado carrasco azulgrana, também virou a casaca em Boedo, assumindo em 1982 o tradicional rival sanlorencista, o Huracán. Foi razoável: o 6º lugar no Metropolitano foi a melhor campanha quemera na década, mas ele deixou o Globo ainda na 23ª rodada. E voltou ao River, em 1983, entrando no seletíssimo grupo de quem treinou a seleção e a dupla principal do futebol argentino. Foi ainda mais trágico, em todos os sentidos. Teve o mérito de ser o técnico que recebeu Enzo Francescoli, mas o time caiu na quarta etapa do Nacional, eliminado pelo Argentinos Jrs.

Vivia-se severa crise interna em Núñez, chegando haver uma greve de jogadores por falta de pagamentos e necessidade consequente de usar-se juvenis. Em setembro e em outubro, baques literalmente fatais: os falecimentos do ídolo Ángel Labruna, ainda bastante influente no ambiente do Millo, e do jogador Víctor Trossero em pleno vestiário. Doze dias depois da morte de Trossero, Varacka, saturado, pediu demissão. Ainda em conta em Barranquilla, voltou ao Junior em 1984 para treinar os compatriotas Esteban Pogany, Edgardo Bauza e Carlos Ischia, mas a panelinha argentina dominante no lucrativo narcofútbol já era a do América de Cali.

Assim, em 1985 o Huracán lhe trouxe de volta. Não era o mesmo ambiente; El Puchero deixou Parque de los Patricios em janeiro de 1986, em meio à campanha que resultaria no primeiro rebaixamento huracanense. A carreira ainda rendeu nova passagem pelo Junior entre 1987 e 1988 e um trabalho escondido na Patagônia já em 1990, no Cipolletti. “Ele, sempre correto, embora mortificado pela má intencionada qualificação, preferiu não entrar em polêmicas”, relatou-se, a respeito da fama de azarado, seu verbete no livro Quién es Quién en la Selección Argentina.

Varacka faleceu em 22 de outubro de 2018, aos 86 anos. Pena: por pouquinho não viveu para assistir a final argentina da Libertadores, na Madrid onde tanto se consagrara.

Reconhecimentos: na volta olímpica de 1980 com o Junior e em 2016: Micheli, ele e Cecconato receberam placas do Independiente pelo presidente Moyano (o de vermelho)

Caio Brandão

Advogado desde 2012, rugbier (Oré Acemira!) e colaborador do Futebol Portenho desde 2011, admirador do futebol argentino desde 2010, natural de Belém desde 1989 e torcedor do Paysandu desde antes de nascer

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