Na Bombonera, Boca e Lanús fecharam a rodada dominical de futebol na Capital Federal tão castigadas pelas chuvas dos últimos dias. Isto pouco importou à torcida, que mais uma vez lotou a cancha xeneize. Só que isto não animou nem uma equipe nem outra. O Boca parecia cansado e sem alma; o Granate, medroso e covarde. Assim, o zero a zero final não mexeu com a situação do Boca, mas sim com a da equipe do Sul, que agora tem River e Newell´s no seu encosto e com apenas um ponto a menos que o líder.
As duas equipes perfiladas em campo e a notória mensagem: o Boca parecia conformado com a posição de coadjuvante na competição. Assim o demonstrou a formação titular, com vários suplentes. Já o Lanús não queira nem saber dessa história; queria ganhar e foi para campo com o que o Mellizo possuía de melhor. Curiosamente, porém, foi o Boca quem tomou conta do jogo. O Granate se posicionava na situação de visitante, que esperava por uma bola para fazer a diferença. Este quadro foi bem pincelado nas chances de cada equipe: o Granate mal chegou à meta de Orión, enquanto o conjunto da Ribera chegou duas vezes com perigo para Marchesín.
O Boca, com um esquema 4-3-1-2, privilegiava o enganche, posição ocupada por Riquelme, de volta à equipe. já o Lanús veio a campo com o esquema preferido do Mellizo Schelotto: um 4-3-3, com bastante mobilidade ofensiva e forte pegada no meio-campo. Como de costume, a proposta de se defender, enquanto fazia uma leitura da partida, funcionou mais uma vez. Desta forma, a partir dos 25 minutos, o Granate começou a colocar as manguinhas de fora.
Sem o perceber, os alas do Granate se apresentavam ao ataque e surpreendiam a retaguarda xeneize. Pizarro fazia o mesmo, enquanto Ayala se posicionava à frente da defesa e intimidada as saídas do Boca para os contragolpes. Assim, o cotejo ficou parelho, na primeira etapa: uma certa luta de ambos, divisão das ações e um zero a zero justo para o que fizeram as duas equipes.
A segunda etapa prometia mais emoções e não decepcionou no início. Isto porque o Lanús voltou a campo disposto a sair com os três pontos. Explorando o costado de Clemente Rodríguez, o Granate foi quem teve a primeira grande chance do segundo tempo. Não deu em nada, assim como as chegadas do Boca, um pouco depois.
Percebendo a baixa produtividade da equipe, Bianchi resolveu mexer na equipe. Colocou a pessoa certa, Sánchez Miño; só que tirou a pessoa errada: Walter Erviti. Este último saiu reclamando e não foi sem razão. Enquanto Clemente era uma avenida para o Granate, Erviti era um dos homens mais ativos em campo: desarmava, ajudava na marcação e contribuía com um “sonolento” Riquelme na armação da equipe.
Com o passar dos minutos, a partida voltou ao mesmo marasmo que ocorreu na maior parte do primeiro tempo. O Lanús pareceu contente com o resultado, enquanto o Boca deu mostras de pouca disposição física para buscar os três pontos. Uma jogada aqui e outra lá. Mas tudo sem a precisão necessária para a construção da vitória. Enquanto os guardametas comemoravam o pouco trabalho, as duas equipes fechavam uma melancólica partida no zero a zero. Resultado justíssimo para a mediocridade de ambas.
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