Os últimos dias foram repletas de episódios de violência dos barra bravas contra dirigentes, membros de comissões técnicas e jogadores de seus próprios clubes. Dada a total ausência de providências das autoridades, começa a ganhar força entre os atletas profissionais a ideia de fazer uma paralisação em protesto contra a situação.
Na última semana os episódios de violência se intensificaram. Em guerra aberta contra o presidente Javier Cantero, que tem tirado seus privilégios, os barras do Independiente fizeram ameaças ao vice-presidente do clube, que na última segunda feira preferiu se licenciar do cargo, temendo as consequencias. Barras do Instituto de Córdoba ameaçaram seu jogadores afirmando haver “balas para todos”. Violentos barras do River teriam ameaçado os principais dirigentes do clube, inclusive o presidente Daniel Passarella, com gritos de “acesso ou morte”.
E ontem chegou o ponto culminante, com as ameaças de barras do Racing ao colombiano Gio Moreno, que chegou a ter uma arma apontada contra suas pernas. Lembrando que ainda no último domingo a partida da Academia contra o Boca Juniors no Cilindro chegou a ser interrompida devido aos cantos xenofóbicos da torcida local.
As respostas dos dirigentes a isso tudo são ridículas. Fingem indignação mas não tomam absolutamente nenhuma providência. Temem os barras, que, além de violentos, possuem ligações com políticos importantes. Preferem compor politicamente com eles, para utilizá-los em benefício próprio (a postura de Cantero, do Independiente, é completamente solitária). A AFA, exatamente como a CBF aqui, pouco se importa. Organizar e melhorar o futebol local não é uma de suas prioridades.
Nessa situação, os atletas começam a pensar em tomar atitudes. Ao que se comenta, a associação dos jogadores de futebol do país poderia realizar uma paralisação em protesto contra a insegurança em suas condições de trabalho. Sergio Marchi, presidente da associação, acompanhou Gio Moreno ao treinamento do Racing, e mais tarde deverá dar declarações sobre o assunto.
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Tirando a reação de Javier Cantero, presidente do Independiente, passa a impressão de que, para os outros dirigentes de clubes, AFA e o governo argentino, o problema não é com eles, e está tudo bem. E, de fato, há inúmeros interesses envolvendo estas partes citadas e as barras para que possam fazer cara de paisagem e fingir que não há nenhum problema...
Será que os jogadores daqui tomariam tal postura, ou simplesmente "contemporizariam", dizendo: "Esperamos que não haja nenhuma briga...", porém sem se posicionar de forma contundente contra o que acontece, aliás, é normal eles não se posicionarem para absolutamente nada... Não é mesmo Tiago?!