O futebol suíço não é dos mais badalados do mundo, mas já cedeu jogadores à Albiceleste. Já foi palco do triunfo de outros. E sua seleção principal já foi treinada por um argentino e defendida em campo por outro, que até participou de Copa do Mundo. E a sub-20 já contou com um jogador de origens argentinas e que atualmente pertence ao Olimpo de Bahía Blanca.
O argentino que já jogou pela seleção principal da Suíça é o atacante Néstor Gabriel Subiat. Ele é filho e neto de dois ex-jogadores do Vélez, respectivamente o meia Néstor Gilberto Subiat e o ponta-esquerda Gilberto Alejo Subiat. O avô, que jogou nos anos 30, foi mais obscuro, pois o dono da posição era Ángel Fernández (titular como na maior parte daquela década) e o reserva imediato, ninguém menos que Juan Echevarrieta, posteriormente estrangeiro com mais gols pelo Palmeiras.
O pai, apelidado de Pájaro (“Pássaro”) pelos cabeceios, teve mais chances, mas sem continuidade também: concorria com Daniel Willington, um dos maiores ídolos do clube. Passou em 1966 ao Colón, que estreava na elite argentina, para enfim triunfar em 1967 no Platense do técnico Labruna. O clube fez campanha brilhante no Metropolitano, só parada na semifinal pelo Estudiantes em uma das maiores superações já vistas no futebol: com um a menos e perdendo por 3-1, o time de La Plata, que nunca havia vencido a elite, conseguiu virar para 4-3. Retratamos a epopeia neste outro Especial.
Apesar da decepção, a linha ofensiva Miranda, Mugione, Bulla, Subiat e Luis Medina ainda é citada de memória pelos torcedores mais velhos do sumido Platense, hoje mais famoso por ser um raro clube marrom no mundo. Subiat jogou ainda no Millonarios de Bogotá até ir à França (jogou no Mulhouse). Radicou-se lá e o filho, nascido em Buenos Aires em 1966, começou a carreira no mesmo Mulhouse, passou por outros clubes pequenos franceses e foi ao suíço Lugano em 1992. A boa média de gols o levou a estrear pela Suíça em 1994, a tempo de ir à Copa dos EUA, que marcava a volta helvética a Copas – a última do país havia sido naquele 1966 (onde enfrentou a Argentina) em que Subiat nascera.
O argentino jogou três dos quatro jogos da Suíça na Copa, mas sempre vindo do banco. Teve seu grande rendimento logo depois: foi contratado pelo maior campeão do país, o Grasshoppers, e acabaria eleito o melhor jogador do campeonato na temporada 1994-95. A Suíça paralelamente se tornou a primeira seleção classificada à Eurocopa 1996 e Subiat emendou um bi seguido na liga, mas não pôde ir à Euro, lesionado. Não foi mais o mesmo depois, embora ainda tenha ganho chances no tradicional Basel e, voltando à França, no outrora vencedor Saint-Étienne. Ele nunca jogou na Argentina.
Em 2000, novo reforço argentino na seleção: Enzo Trossero, um dos maiores zagueiros do Independiente (foi à Copa 1982), foi contratado como técnico após ser vice argentino no ex-clube. Já havia feito sucesso no Sion, treinando o penúltimo título do clube na liga, em 1992. A seleção concorria por uma vaga na Copa 2002, mas uma derrota em casa para a Iugoslávia complicou-lhe as chances. Já o defensor Dylan Gissi, nascido em Genebra filho de argentinos (seu pai, Oscar Gissi, jogou no Vélez nos anos 80), jogou em 2012 pela seleção sub-21, quando já pertencia ao time principal do Estudiantes. Seu irmão Kevin também nasceu em Genebra e começou a carreira profissional na Argentina, no Arsenal.
Outros hermanos também foram reconhecidos de forma oficial na Suíça. O meia Raúl Nogués, no La Chaux-des-Fonds, foi eleito o melhor estrangeiro da liga em 1984. O meia-ofensivo Matías Delgado, do Basel (onde foi campeão da última temporada), foi escolhido o melhor jogador do campeonato em 2006 – curiosamente, ambos são ex-Chacarita. Outro ex-Basel, Christian Giménez, foi eleito duas vezes seguidas o melhor atacante, em 2002 e 2003, anos em que ficou na artilharia e foi campeão. Também foi artilheiro e campeão em 2005. Na Argentina, jogou por San Miguel, Nueva Chicago e Boca – não confundir com outro Christian Giménez boquense, que defende o México.
Apesar do sucesso do trio, só outros foram convocados pela Albiceleste desde clubes suíços. Néstor Clausen, que possui ancestrais no país, ainda não havia a rigor jogado no Sion, que o contratara do Independiente campeão argentino de 1988-89 (campanha que relatamos aqui). Campeão da Copa 1986, o lateral assinou o contrato pouco antes da Copa América 1989, rumando à Suíça depois do torneio. Acabou de fora da Copa 1990, mas esteve no título de 1992, treinado pelo ex-colega Trossero.
Já para outro, estar na Suíça não foi problema para ir a uma Copa e ser titular, mesmo que fosse na segundona suíça: o zagueiro Nelson Vivas era um raro jogador do Boca aproveitado na “Riverção” do técnico Daniel Passarella. Foi ao Lugano após a Copa América 1997 e manteve a titularidade na seleção enquanto conquistava o título de acesso na Suíça, indo depois da Copa de 1998 ao Arsenal inglês.
A Argentina, em seis jogos, jamais perdeu para a Suíça, mesmo jogando quatro deles em casas oponentes. Ganhou de 2-0 em Sheffield na Copa de 1966 (gols de Luis Artime e Ermindo Onega), por 5-0 em Córdoba em 1980, por 2-0 em Berna em 1984, empatou em 1-1 na mesma Berna em 1990 e na Basileia em 2007 e a venceu por 3-1 em Berna em 2012; estes outros cinco jogos foram todos amistosos.
*Agradecimentos especiais ao amigo Esteban Bekerman, professor de Historia del Fútbol da Escuela del Círculo de Periodistas Deportivos de Buenos Aires e historiador do Vélez.
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