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Irritado, Falcioni ressalta a boa partida do Boca

 

Após um fim de semana em que teve de conviver com uma sequência de especulações sobre sua possível demissão, o técnico do Boca Juniors, Julio Cesar Falcioni, não se mostrou aliviado após a contundente vitória de ontem sobre o Unión de Santa Fé.

A tormenta para Falcioni começou na sexta-feira, quando o dirigente Juan Carlos Crespi declarou que se a equipe não vencesse o Unión, a diretoria teria de começar a “pensar em um plano B” para comando técnico xeneize. A opinião mais comum é de que a declaração havia sido bastante precipitada, já que o Boca havia feito apenas uma partida na temporada, empatando com o Olimpo fora de casa. No entanto, nomes de substitutos começaram a ser ventilados, sendo Alfio Basile e Gerado Martino os mais comuns. Falcioni, no entanto, se mostrava irredutível: “só vou dizer uma coisa: não renuncio”.

A convincente vitória de ontem na Bombonera não foi o suficiente para conter o (justo) mal humor do treinador xeneize. Falcioni saiu de campo irritado, com cara de poucos amigos, e sequer deu a tradicional entrevista coletiva pós-jogo. “Estou contente por como a equipe jogou, criamos muitas situações de gol e jogamos muito bem, gostei da atitude, da resposta do plantel e fico muito feliz pelo grupo”. Essas foram as únicas palavras do treinador aos repórteres que o esperavam na saída do vestiário.

 A história mostra um aspecto importante do “mundo Boca”: a capacidade de criar crises permanentemente, mesmo que a partir do nada. A equipe teve um bom fim de temporada, treinou normalmente, trouxe alguns novos nomes, e graças a um empate fora de casa na estréia, as declarações inoportunas de um dirigente criam uma situação que poderia ter contaminado o grupo e atrapalhado o início da temporada. Uma situação que escancara o amadorismo que envolve o comando do clube de maior peso do principal torneio do país.

Tiago de Melo Gomes

Tiago de Melo Gomes é bacharel, mestre e doutor em história pela Unicamp. Professor de História Contemporânea na UFRPE. Autor de diversos trabalhos na área de história da cultura, escreve no blog 171nalata e colunista do site Futebol Coletivo.

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  • Tiago, isso é coisa de dirigente picareta e eleitoreiro que fica jogando pra mídia. Se bem que eu já vi coisa pior: no Apertura de 1995, o Navarro Montoya engoliu três perus numa derrota para o Racing (6x4 !!!) e ainda teve a audácia de dizer "ainda bem que o Heller [Carlos, dirigente da época com quem ele negociava seus contratos, vice do saudoso Antonio Alegre] vai embora" porque a chapa dele perdeu as eleições presidenciais para o Macri. Que, se não fosse o Virrey, provavelmente seria lembrado como um presidente medíocre e nebuloso. Mas ele soube associar os títulos com sua imagem, e como tem bostero otário que acredita nele...

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Tiago de Melo Gomes

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