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Inimigos da Albiceleste – Costa Rica

Em substituição à seleção japonesa, a Costa Rica participará de sua quarta Copa América, e tentará ao menos conseguir uma posição acima das quartas de final, posto que conseguiu nas suas duas últimas participações, em 2001 e 2004. Contudo, La Sele vive um momento conturbado e, do técnico La Volpe aos craques da equipe, ninguém se salva das críticas dos torcedores e da imprensa local. Da mesma forma que o México, a Costa Rica levará à Argentina sua seleção B.

Mergulhada em profundos questionamentos, após a desclassificação da Copa Oro, por Honduras, nos pênaltis, a Costa Rica se apresentará à Copa América com um selecionado sub-23, acrescido de cinco jogadores que formaram a equipe titular na maioria de seus últimos jogos. Já temos aqui vários problemas apontados pelos críticos locais. O primeiro tem a ver com os cinco escolhidos, já que nenhum deles escapa das fortes críticas pelo baixo rendimento técnico e tático atualmente.

O segundo tem a ver com La Volpe e o fato de ele ter perdido a grande oportunidade de oferecer a Brian Ruiz a chance de se firmar na seleção. O técnico manifesta clara reprovação ao futebol do atacante do Twente, da Holanda e não o convocou para o Torneio na Argentina. O terceiro tem a ver com o fato de que se era para aproveitar a base da seleção sub-23, quarta colocada no mundial da categoria, em 2009, no Egito, o cinco jogadores escolhidos teoricamente quebrariam essa base e formariam uma estrutura diferente para a equipe, que não teria tempo hábil para treinar e entrosar essa nova formação.

Quando chegou, em setembro de 2010, à Costa Rica, Ricardo La Volpe recebeu a missão de formar uma seleção e classificá-la para a Copa do Mundo de 2014. Chegou com prestígio e autoridade que pouco a pouco foram colocados à prova e dinamitados pelos péssimos resultados que a equipe conseguiu. Das 13 partidas disputadas, La Sele conseguiu três vitórias, oito empates e duas derrotas, com um aproveitamento de apenas 41%.

Na Copa Oro, foi ainda pior. Contrariando a proposta dos dirigentes de que a prioridade era a formação da equipe para o próximo Mundial, La Volpe disse, ao assinar o contrato, que vencer o torneio da Concacaf era uma de suas prioridades. Em quatro partidas pela Copa Oro, a equipe venceu apenas a fraca seleção de Cuba, na estréia, por 5×0, empatou duas e foi humilhada pelo México por 4×1, numa partida em que com 40 minutos da primeira etapa os comandados de Luis Fernando Tena já venciam por 4×0.

Ninguém no elenco parece compreender as variações táticas do treinador argentino. Em algumas partidas, ele pratica um 5-4-1, muito utilizado por La Volpe quando dirigia o México, em outras um 5-3-2, sendo que em ambas as formações o treinador aposta em dois laterais-volantes, que curiosamente não tem marcado bem, e que avançam pouco, pois apesar da forte proteção da zaga e do meio campo, não possuem a tendência para atacar, quando a equipe necessita.

Em momentos de dificuldades, La Volpe modifica o esquema para um 4-4-2, como ocorreu na derrota para o México, na Copa Oro, ou para um 4-3-3, como na partida contra Honduras. Os jogadores têm insinuado que não entendem o que deseja o treinador. Insinuam, mas tentam evitar declarações que afetem ainda mais suas relações com o comandante. Já La Volpe responde de maneira mais clara. Ainda no Aeroporto de San José, ao retornar da Copa Oro, o treinador argentino disse que não conta na Costa Rica com jogadores de qualidade para competições internacionais.

Quanto à formação titular, que deverá estrear em 02/07/2011, contra a Coômbia, o destaque vai para o jovem atacante Joel Campbell, do Deportivo Saprissa. Porém, setores da imprensa local não poupam La Volpe, sustentando que o jovem e imaturo jogador, não possui condição de assumir a responsabilidade que recai sobre suas costas. Alegam ainda que o pouco entrosamento da equipe é mais um fator que pode atrapalhar o desempenho de Campbell e que, por conseqüência, poderá desgastar a boa imagem da promessa costarriquenha.

Títulos: Nenhum
Posição no ranking da FIFA: 56º
Os Convocados:
Goleiros: Esteban Alvarado (AZ Alkmaar-HOL), Danny Carvajal (San Carlos) e Leonel Moreira (Herediano).
Defensores: Johnny Acosta (Alajuelense), Francisco Calvo (San Jacinto College-EUA), Óscar Duarte (Saprissa), Kevin Fajardo (Santos), Jorge Gatgens (Pérez Zeledón), Pedro Leal (Puntarenas), José Salvatierra (Alajuelense) e Heiner Mora (Saprissa).
Meio-campistas: Hansell Arauz (Santos), José Miguel Cubero (Herediano), Allen Guevara (Alajuelense), David Guzmán (Saprissa), Luis Miguel Valle (Alajuelense) e Diego Madrigal (Cerro Porteño-PAR
Atacantes: Randall Brenes (Cartaginés), Jorge Castro (Saprissa), César Elizondo (Saprissa), Josué Martínez (Saprissa) e Joel Campbell (Saprissa).
Técnico: Ricardo La Volpe
Craque do time: Joel Campbell
Cotação FP: Por tradição, falta de entrosamento e equipe inexperiente, não deverá chegar à segunda fase

Joza Novalis

Mestre em Teoria Literária e Lit. Comparada na USP. Formado em Educação e Letras pela USP, é jornalista por opção e divide o tempo vendo futebol em geral e estudando o esporte bretão, especialmente o da Argentina. Entende futebol como um fenômeno popular e das torcidas. Já colaborou com diversos veículos esportivos.

3 thoughts on “Inimigos da Albiceleste – Costa Rica

  • Se a seleção titular já é fraca, imagina a seleção sub 23 da Costa Rica. Deve ser o grande saco de pancadas da Copa América. Do grupo da Argentina, só a Colômbia deve causar problemas mesmo…

  • Willian Alves de Almeida

    Não conheço nenhum dos jogadores… Realmente, não deve dar trabalho.

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