Categories: Primeira Divisão

Independiente leva aula tática do Banfield, de Matias Almeyda

Chávez marca o gol do Banfield contra o Rojo e sai para o abraço

Sétima rodada da B Nacional apresentou poucos gols, muitos empates e pouco futebol vistoso e agradável. Melhor para o líder, Defensa y Justicia, que soube vencer mais uma e reafirmar sua condição de melhor equipe da competição. Já o Rojo, sofreu para empatar em casa com o Banfield. Nesta partida, o Taladro foi o dono da bola, prenúncio de que pode ser mais um forte candidato ao acesso.

Independiente 1×1 Banfield

Anfitrião para o conjunto dirigido por Matias Almeyda, e figurando então na 19ª posição, o Rojo sofreu os diabos para igualar em um gol diante de um rival que lhe foi superior em todos os aspectos. Prova disso é que o porteiro Rodríguez foi o melhor homem em campo. Desde os primeiros minutos, o jogo foi o espetáculo do uso quase perfeito do futebol tático. Mas isto apenas por parte do Banfield. Deixando somente Chávez como homem avançado, o Taladro pressionava a saída de bola do Rojo a partir da entrada do balão do meio-campo. Então, um exército de cinco homens dificilmente deixava o jogo do Rojo fluir. Quando isto acontecia, o exército defensivo ocupava o setor logo a frente do arco de Bologna.

Compactados desde seu campo de defesa, ficava fácil para os visitantes saírem para o ataque, já que os passes curtos não encontravam resistência da marcação local. Impressionava a transição do Taladro para o ataque. E mesmo centralizado na frente, Chávez se deslocava para os cantos do campo, permitindo a aproximação ou o fator-surpresa, representado pela chegada breve nos homens do meio. Assim, o conjunto dirigido por De Felippe não via a cor da bola e praticamente não encontrava o rival, quando tentava marcá-lo. No ataque, o esquema de Almeyda desenhava um ousado 3-3-1-3, que era um pesadelo para a primeira linha de defesa roja. O massacre tático era tão rigoroso que, apesar dos cantos da torcida, quem parecia o dono do pedaço era justamente o conjunto do Sul.

Contudo, o jogo terminaria nos primeiros 45 minutos e o técnico rojo poderia arrumar a casa. Só que antes do último apito, Andrés Chávez anotou o gol de abertura do placar: 1×0. Porém, se a superioridade taladra foi evidente, ela estave longe do quadro que seria pincelado na segunda etapa.

Nos primeiros minutos, o Independiente deu mostras de que não se repetiria o domínio do rival. Mera ilusão. Após alguns minutos, a equipe de Almeyda retomou o domínio da partida e ainda sofisticou tanto sua disposição tática quanto à marcação no meio-campo e defesa. Neste momento, Rodríguez apareceu para salvar o anfitrião em várias oportunidades. Não fosse pela tarde feliz do porteiro e o Banfield dificilmente cederia a igualdade. Parte disso se deveu à incapacidade de vários atores locais em encontrar alternativas à marcação rival. Montenegro foi um exemplo disso. O jogador não esteve em um dia feliz e sua pontaria era ruim não apenas na conclusão de jogadas, como também nos diversos passes errados.

Porém, na base do sufoco e da entrega de vários jogadores, o Independiente chegou à igualdade. Só que tampouco a jogada foi construída para o gol de empate. Tratou-de de uma jogada ensaiada de De Felippe. Bola levantada para a área e Cáceres foi o nome do gol, aos 29 minutos da etapa complementar. Após o empate, o Banfield reduziu as dimensões do campo à região da área defendida por Rodríguez. Mais uma vez, o Rojo se valeu de seu porteiro para se salvar da derrota. Por ironia, a última jogada da partida foi protagonizada por Montenegro. Momento em que Enrique Bologna teve de mostrar que o arco do visitante também conhecia um jogador indispensável. Embora o resultado não tenha sido o mais justo, o Taladro sai fortalecido do encontro. Já o Independiete precisa de reação imediata. Para tanto, precisa contar com uma mudança radical em seu ataque. Isto porque seus homens de frente já acumulam quase 1.100 minutos sem marcar.

Defensa y Justicia 1×0 Huracán

Jogando em Florencio Varela, o Defensa recebeu o Huracán de Parque Patrícios e não decepcionou sua torcida. Apesar disso, fez apenas um gol no Globito. Porém, foi o suficiente para levar o Halcón a colocar cinco pontos em relação ao segundo colocado. Cláudio Guerra foi o autor do gol da vitória, logo aos três minutos.

Longe, porém, de se aproveitar da abertura do placar, logo no início, o líder não apresentou um grande futebol. Certo que o Globo foi a Florencio Varela para defender a igualdade. Mas é preciso ressaltar que o meio-campo local esteve improdutivo, demonstrando certo desgaste bastante incompreensível para uma competição que está apenas no início. Vale destacar que o Globo tem apenas nove pontos e se não corre sérios riscos de rebaixamento não consegue ser mais que um time de meio de tabela. Então, em partidas assim, importa menos a qualidade do futebol do que os três pontos. Feito alcançado pelo Halcón, que a cada rodada se distancia ainda mais de seus rivais.

A rodada apresentou poucos gols, muitos empates e no geral pouca emoção. Eis os demais resultados da sétima rodada: Brown de Adrogué 1×1 Adosivi; Douglas Haig 0x0 Boca Unidos; Ferro 0x0 Villa San Carlos; San Martín (SJ) 2×0 Sarmiento; Gimnasia (J) 2×2 Talleres (Cba); Sp. Belgrano 1×1 Unión; Patronato 1×1 Atlético Tucumán; Instituto 2×2 Independiente Mdz.; Crucero del Norte 2×0 Almirante Brown.

Joza Novalis

Mestre em Teoria Literária e Lit. Comparada na USP. Formado em Educação e Letras pela USP, é jornalista por opção e divide o tempo vendo futebol em geral e estudando o esporte bretão, especialmente o da Argentina. Entende futebol como um fenômeno popular e das torcidas. Já colaborou com diversos veículos esportivos.

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