Ídolo do Boca Juniors completa 100 anos
Um dos maiores goleadores da história do futebol argentino, o ex-atacante Francisco Varallo, completa nesta sexta-feira 100 anos bem vividos. Único sobrevivente dos jogadores que atuaram em 1930, fez história com a camisa do Boca Juniors, onde até 2008, era o maior artilheiro do clube, com 181 gols, além dos 13 gols na era amadora. “Parece mentira eu ter feito tantos gols e tantos aniversários”, ri.
Revelado pelo 2 de Outubro, o jogador por pouco não incorporou o Estudiantes LP em 1928. “Fiz testes, marquei 12 gols em três partidas, mas os dirigentes eram Gimnasia e não me deixaram ir”, relata em um especial do Diário Olé desta sexta-feira. O seu futuro foi no clube tripero, onde conquistou o campeonato argentino amador de 1929 pelo seu novo clube.
No ano seguinte, o jogador foi para o Mundial, onde o próprio admite ter “más recordações”. Talvez pela bola na trave na final, quando a Argentina vencia por 2 a 1, no início do segundo tempo. Depois disso, veio virada, como todos sabem. Um dos momentos mais felizes, segundo Varello, “Recordo de Gardel na concentração. Um momento único”.
Logo depois disso, após uma proposta tentadora para época, por AR$ 8 mil. Ali, marcou 194 gols, e só recentemente foi ultrapassado por Palermo. Claro, o craque tinha um grande parceiro. “Fui para o Boca convencido também por Cherro. Ele chegou a mim, na Seleção, e disse: ‘se você for para lá será artilheiro. Ele que me convenceu sair do meio campo para ir para o ataque. Maradona é como Deus, e naquela época o Deus era Cherro”, elogiou.
Contudo, uma lesão no joelho, em 1937, que praticamente o afastou dos gramados, dois anos depois, com apenas 29 anos. “A partir dali, jogava e forçava muito o joelho. Ficava uma semana sem treinar, me recuperando. Dois anos depois, já andava muito mal e minha mãe me dizia: não jogue mais, Pancho. Era jovem”.
Sobre os dias atuais, Varallo critica o momento dos grandes e a falta de nível do futebol atual. “Antigamente tínhamos oito, nove equipes boas. Agora são só duas ou três. Será que mudou tanto o futebol?. Agora se defendem mais. As vezes fico rindo só, quando colocam quatro atrás e só um na frente”, comenta, lembrando os ataques com cinco atacante e dois zagueiros na década de 30 a 60.
Em 1994, a FIFA entregou ao atacante um prêmio único para um argentino: o da Ordem do Mérito ao jogador, uma homenagem aos maiores jogadores da história, na qual levou Yashin (RUS), Zico, Bobby Moore (ING), Müller (ALE), Beckenbauer (ALE), Pelé dentre outros.