Desde Buenos Aires – Para quem chega pela primeira vez ao estádio do Huracán, é fácil perceber o porquê do apelido “Palácio Ducó”. A bela fachada que ostenta dois escudos do clube e o nome da instituição nos remete aos gloriosos tempos do Globo no futebol argentino. Localizado no bairro fabril da cidade, Parque Patrícios, a cancha é pura nostalgia e detalhismo para qualquer amante do futebol argentino. Pintada nas cores vermelho e branco, impressiona as três torres que cortam o espaço e erguem o nome do clube em um horizonte que pode ser visto desde as avenidas mais distantes do lugar.
Cada rodapé, cada contorno foi cuidadosamente preparado para que esse estádio carregasse consigo, o sentido daquilo que representa a cultura argentina de futebol. E como todo estádio por aqui, também sofreu com as avarias e ação do tempo. Parece parado em um passado distante, fora de lugar. Mas por isso tudo tem a sua beleza no pitoresco fato de seguir existindo e resistindo a qualquer modernidade. Até mesmo as paredes descascadas ou as tribunas de cimento com encosto para as costas, parecem apresentar um sentindo de combate ao futebol moderno.
E neste sábado os donos da casa, e do belíssimo estádio, receberam os vizinhos do também tradicionalíssimo bairro de Boedo, bohêmio e “tanguero” por excelência. A partida era amistosa, é bem verdade, mas quando de enfrentam Huracán e San Lorenzo, o termo “amistoso” é uma mera formalidade que foge totalmente do que se pode ver em campo e nas arquibancadas. Ainda que não valesse nada, o Palácio de Ducó estava cheio de torcedores esperançosos em ver uma vitória sobre o maior rival. Jogo de torcida única, por questões de segurança, foi belíssima a festa organizada pelos anfitriões no momento da entrada do time em campo.
A “saudade” de enfrentar o Ciclón fez com que a torcida local entoasse alguns gritos contra o goleiro Migliore o que atrasou o início da partida. Com a bola rolando, nada que surpreendesse ninguém. Dois times de baixo nível técnico que vivem dos lampejos de seus camisa 10. Raros foram os momentos que os torcedores puderam festejar algo, então decidiram eles próprios criarem o motivo para uma alegria. Aos 20 minutos exibiam bandeiras da torcida rival e com cânticos discriminatórios, o árbitro se viu novamente obrigado a interromper o jogo.
Com a situação normalizada, os dois times combatiam no meio de campo e pouco chegavam ao gol. Apenas alguns chutes de longe serviram para contabilizar como “chances perdidas”. Final do primeiro tempo de uma partida que até então não demonstrava nenhum sinal de melhora.
Na volta para a etapa final, Caruso apostou e colocou a atual joia do San Lorenzo: Buffarini. O camisa 7 mudou um pouco a dinâmica do jogo, apresentando-se sempre pelo lado direito e oferecendo uma boa opção no ataque. Com fôlego incansável, sua principal característica, apoiava e defendia bem. Mas sozinho não podia fazer muita coisa. O Huracán, que foi ligeiramente superior no primeiro tempo, parecia perdido e não conseguia sair de trás.
O tempo foi passando, chutões de ambos os lados e o confronto entrou numa fase totalmente sem ação. Era muito mais entretenido observar as particularidades do estádio do que fixar os olhos naquilo que acontecia dentro de campo. Quando todos bocejavam e esperavam pelo apito final que autorizaria a volta para casa, os cinco minutos finais ganharam em emoção e valeram pelo jogo inteiro. O Huracán decidiu lançar-se ao ataque e sufocou o Ciclón em seu campo de defesa. Um bom teste para o time que iniciará o próximo torneio lutando contra o rebaixamento. O San Lorenzo conseguiu suportar a pressão final e o placar de 0 a 0 era o único que poderia acontecer na tarde deste sábado.
De interessante mesmo, apenas o estádio.
Ficha do jogo:
Huracán: Islas; Gallegos, Mancinelli, Dominguez; Minicci; Busse, Villareal, Battaglia, Martínez; Milano, Vega. DT: Héctor Rivoira
San Lorenzo: Ibañez; Martínez, Alvarado, Bianchi, Palomino; Buffarini, Tellechea, Reynoso, Alvarez: Bordagaray, Furch. DT: Caruso Lombardi.
Alterações: ST 12´ Jara por Bordagaray (SL), 13´ Bustos por Busse (H), 21´ Ramírez por Reynoso (SL), 21´ Quintana por Villarruel (H), 31´ por Milano (H), 40´ Chacón por Martínez (H), 43´Catalán por Buffarini (SL) y 44´ Villalba por Álvarez (SL).
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