Foi em 1973 que um time conhecido por “el Globo”, conquistou seu último renomado título, e com um futebol dos mais elogiados: saiba mais. De lá para cá, enfrentou momentos de incertezas e dificuldades fora e dentro de campo. Sem muito o que comemorar, especialmente após deixar escapar para o Independiente a última vaga na elite ao fim da segundona de 2013-14 e ver o rival San Lorenzo enfim vencer a Libertadores, o time em 2014 resolveu brincar na Copa Argentina, um torneio longo e difícil para se chegar ao objetivo final: título e vaga na própria Libertadores do próximo ano.
Deu certo. O Huracán voltou a ser campeão nacional (desconsiderando dois títulos de segunda divisão) após mais de 40 anos, e também após mais de 40 anos voltará à Libertadores: desde 1973 o clube foi quatro vezes vice-campeão, mas não bastou para se classificar ao torneio – até os anos 90, só os dois campeões anuais conseguiam, e o vice do Clausura 2009 foi ofuscado pelo desempenho apenas regular ao longo da temporada completa de 2008-09. A única Libertadores do clube até então foi a de 1974, onde só parou no triangular-semifinal contra os duríssimos Peñarol e Independiente, o campeão.
Após superar Boca Jrs, Banfield, Estudiantes e Atlético Rafaela, o Huracán chegou à final da Copa Argentina contra o Rosário Central. O adversário, por sua vez, tinha uma bela torcida no Estádio de San Juan presente nesta noite. “La academia rosarina” queria voltar a levantar um troféu e se colocar novamente entre os grandes clubes da América. Para isso contava com um time entrosado comandado por Miguel Russo. Do outro, estavam os rapazes de Néstor Apuzzo, jogando o favoritismo para o Central e se apegando na coragem de cada um para superar a batalha final.
O primeiro tempo da final da Copa Argentina mostrou um grande equilíbrio entre as equipes. O Huracán se posicionou em fase defensiva. Marcava com agressividade, negando espaços, caracterizando-se pela compactação curta, dificultando a circulação da bola por parte do Central. Em contrapartida, o time de Rosário apostava na ofensividade da dupla de ataque, mais as entradas de velocidade com Barrientos para ameaçar e conseguir criar chances claras na tentativa de abrir o placar. Com os times um pouco frios no jogo, a primeira etapa ficou no zero a zero.
E este placar ia prevalecer por mais 45 minutos. O time do Huracán não conseguia reter posse de bola na frente, trabalhava com passes lentos, sem objetividade e muitos erros de movimentação. Tendo mais espaços, o Central apostou na formação de linhas de passe próximas, mas falhava na transição entre os setores. Nenhuma das duas equipes conseguiu se aproveitar dos erros adversários e muito menos corrigir os seus para, enfim, fazer o gol sonhado da vitória. Fomos para a cruel disputa nas penalidades máximas.
Nas cobranças regulares, o placar foi de 3 x 3. No um a um, o goleiro Marcos Díaz, que já havia feito uma grande partida contra o Rafaela e também soube fechar o gol do “Globo” diante do Central no tempo regulamentar, se consagrou ao defender a cobrança da equipe “Canalla”.
Passar 41 anos na fila esperando por um dia de glória é para poucos. Muitos desistem, não resistem às pressões e derrotas amargas. Mas eles acreditaram mesmo tendo tudo jogando contra. Aliás, tudo não. Seus defensores da camisa vermelha e branca souberam honrar a tradição de um grande clube, que hoje, mesmo não estando na elite argentina, ainda, vai poder brilhar entre os grandes libertadores do continente.
#Huracán: Díaz; Mancinelli, Erramuspe, Domínguez, Arano; Villarruel (Gallegos), Vismara, Martínez; Toranzo (Gamarra); Espinoza e Ábila. DT: Néstor Apuzzo.
#RosarioCentral: Caranta; Ferrari, Gómez Andrade, Donatti, Delgado; Encina (Correa), Musto, Barrientos, Becker (Medina); Niell e Valencia (Loco Abreu). DT: Miguel Russo.
Árbitro: Mauro Vigliano.
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