Na 160ª vez em que se enfrentavam, Huracán e San Lorenzo estavam em caminhos e realidades opostas. Caso vencesse, o San Lorenzo poderia se aproximar das primeiras colocações do Apertura indo a 21 pontos. Já o Huracán entrou pressionado pela 16ª colocação no temido “promedio” que define os rebaixados na Argentina. E analisando as últimas apresentações do Ciclón e do Globo, o San Lorenzo, de fato, era claro favorito.
Confirmando o prognóstico, o time comandado por Ramón Díaz começou com tudo. Pressionando o Huracán sobretudo pelo lado direito com Rivero e Juan Manuel Torres, o time azul-grená chegava com muito perigo ao gol de Monzón. O Huracán esperava no seu campo para tentar uma jogada de contra-ataque. Até os 16 minutos de jogo, o jogo era todo do San Lorenzo.
E então o Huracán atacou pela primeira vez na partida, com aproveitamento ideal. Depois de uma ajeitada de cabeça de Bottaro, o zagueiro Carlos Quintana dominou na área, fez duas embaixadas com a bola e virou para o gol, num chute violento. Migliore não foi capaz de segurar o Huracán abria o placar no Tomás Adolfo Ducó, para a festa da torcida quemera.
O gol mudou completamente a partida. O outrora dominador San Lorenzo sentiu demais o gol e passou a ficar recuado, chamando o Huracán para o ataque. E quando ia ao ataque, o Ciclón parava na defesa bem postada do Huracán. Porém, aos 37 minutos o San Lorenzo quase empata. Num presente de Quintana, Aureliano Torres fez um passe cruzado para a área e por muito pouco Balsas não empatou a partida. E o primeiro tempo acabou com a vantagem do Huracán.
O segundo tempo começou com os mesmos 22 jogadores. E quando os times estavam se ajeitando, o Huracán chegou ao gol, de novo, no seu primeiro ataque, mas agora da segunda etapa. Num levantamento para a área, Quiroga recebeu um passe de cabeça e, livre de marcação, encheu o pé e marcou o segundo gol do Globo. Um golaço do outro zagueiro da equipe de Brindisi.
Foi o que bastou para deixar o San Lorenzo ainda mais desorientado. Apesar das mudanças, o time de Ramón Díaz não reagia e o ataque seguia uma presa fácil para a defesa do Huracán. Prova do descontrole do Ciclón foi o lance que originou o lance do terceiro gol do Globo. Aos 21 minutos Nieto recebeu um passe de Lencina e foi derrubado desnecessariamente por Gastón Aguirre. Na cobrança do pênalti, Migliore defende o chute de Rodríguez. No entanto, o auxiliar levantou a bandeira e apontou uma invasão do goleiro. Na nova cobrança, Rodríguez convertou o pênalti e levou ao delírio a torcida do Huracán.
Depois do gol coube ao Huracán se defender e conter os poucos ataques do San Lorenzo até o apito final. O Globo venceu por 3 x 0 seu maior rival, depois de um jejum de 10 anos. E com três gols, algo que não acontecia há 34 anos. Para completar a festa quemera a lenda Brindisi ainda está invicta pelo Huracán contra o San Lorenzo e Ramón Díaz segue sem ganhar do Globo como técnico do San Lorenzo. Será uma semana de sonho para os torcedores do Huracán.
HURACÁN – Monzón, Lemos (Filippetto), Quiroga, Quintana e Cura; Montiglio, Soplán, Battaglia e Rodríguez; Nieto (Zárate); Bottaro (Lencina).
Técnico – Miguel Ángel Brindisi
SAN LORENZO – Migliore, Aguirre, Tula (Meza) e Bottinelli; Rivero, Juan Manuel Torres, Aureliano Torres e Benítez (Rusculleda); Romagnoli; Mensenguez e Balsas (Rovira).
Técnico – Ramón Díaz
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