Libertadores

Histórico: Arsenal de Sarandí vence Unión Española e vai às quartas de final da Libertadores

Braghieri comemora o gol que que a classificação para o Arsenal
Braghieri comemora o gol que que a classificação para o Arsenal

Atuando no Santa Laura, o Arsenal de Sarandí venceu o Unión Española por 1×0 e se classificou pela primeira vez na história para as quartas de final da Libertadores. Não foi um jogo dos sonhos, mas foi uma partida perfeita, dentro dos limites do modesto conjunto de Sarandí. Porém, tudo isso importa menos do que o feito do Viaducto. Fez história e agora espera o Nacional do Paraguai para tentar ampliar esse momento de felicidade. Palermo é o condutor do Arsenal, mas vale recordar que Alfaro montou essa equipe e tem sua mão no grande mérito da equipe de Sarandí.

O jogo em si foi das piores coisas de se ver na atual edição da Libertadores. Joguinho de um time que só queria se defender contra outro que não sabia se realmente gostaria de atacar. Resultado disso foi o sono que contaminou até a torcida chilena no Santa Laura. De início, o Unión Española formava com uma linha de defesa bem fixa e sem os avanços de seus laterais. Ainda assim, a equipe parecia ofensiva com as duas linhas de três do meio para o ataque. Enquanto isso, o Viaducto formava com duas linhas de quatro e bem compactadas do meio-campo para trás. Proposta por trás disso era o contragolpe. Só que isso não acontecia, pois o recuo para marcar era acentuado e não contava com gente que facilitasse as coisas, quando a pelota saía do campo de defesa.

Mesmo assim, quem chegou com perigo no primeiro tempo foram os argentinos. Milton Caraglio arrematou de longe para uma defesaça do porteiro Diego Sánchez. Outro que quase marcou foi Furch, que em belo arremate viu a pelota carimbar o travessão do guardamentas chileno. Contudo, tanto o Arsenal quanto o conjunto local não acertavam o último passe e a conclusão era sempre um Deus nos acuda.

Na segunda etapa, o Arsenal voltou com muita disposição e coragem. As linhas recuadas se adiantaram e permitiram à equipe de Palermo que em alguns momentos dominasse o anfitrião. Só que o conjunto local logo se deu conta disso e também saiu para o ataque. A partir disso, tivemos um jogo no Santa Laura.

A posse de bola era toda de Los Diablos, enquanto o Viaducto pensava somente em contra-ataque. Se por um lado o Arsenal não estivesse no melhor de seus dias; por outro, Sperdutti e Milton Caraglio se superavam. O primeiro deixava de lado o meio campo e se transformava num atacante de lado de campo. O segundo, Milton Caraglio, era o nome do jogo: marcava, recuperava a pelota, atuava centralizado, caía pelos flancos etc. Algumas vezes era o atacante que a comunidade Arsenal deseja; por outro, o melhor defensor da equipe.

E foi Caraglio quem chegou nas redes primeiro. Colocou a pelota no arco do porteiro local, mas o assistente técnico invalidou o lance por impedimento que pareceu não ter acontecido. Porém, poucos minutos depois, Diego Braghieri foi o nome do gol. Sperdutti carregou para o lado do campo e cruzou na medida para o defensor argentino guardar de cabeça: 1×0. A partir daí o controle do jogo foi todo da equipe agora dirigida por Martín Palermo.

Mas não foi recuando que o Arsenal fez isso. O tempo todo Palermo insistia do banco para que sua equipe se mantivesse no campo de defesa chileno. Fato é que nem sempre isto foi possível. Mas não precisou. Dominando completamente os últimos minutos da partida o Viaducto levou a vitória e se classificou pela primeira vez na história para as quartas de final da Libertadores. Alfaro tem muitos méritos nisso, embora o clã dos Grondonas não pensem da mesma forma e o tenha demitido de maneira truculenta e imbecil.

Joza Novalis

Mestre em Teoria Literária e Lit. Comparada na USP. Formado em Educação e Letras pela USP, é jornalista por opção e divide o tempo vendo futebol em geral e estudando o esporte bretão, especialmente o da Argentina. Entende futebol como um fenômeno popular e das torcidas. Já colaborou com diversos veículos esportivos.

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