Às 16 horas deste sábado, com transmissão ao vivo da ESPN+, a Argentina recebe a África do Sul pela segunda rodada do inaugural Quatro Nações, em Mendoza, no estádio Malvinas Argentinas. Foi justamente diante de sul-africanos, em 1965, que os hermanos começaram a angariar respeito e, meio que literalmente, até identidade própria no cenário do rúgbi mundial, conforme contaremos neste segundo especial sobre a história dos Pumas.
Após a seleção ser reativada em 1927 para nova visita dos British and Irish Lions, o ritmo do crescimento do rúgbi argentino só aumentou. Em 1928, por exemplo, já haviam 49 clubes afiliados na União nacional, dez a mais que no ano anterior. E criou-se a primeira união do interior, a de Santa Fe – presidida inicialmente por Henry Talbot, um dos jogadores presentes na partida inaugural da Argentina, em 1910, também diante dos Lions.
Até 1965, o ano-marco deste especial, o esporte ficou cada vez mais “argentinizado”, conforme vários acontecimentos: em 1931, por exemplo, a então The River Plate Rugby Union nacionalizou o nome para Unión de Rugby del Río de la Plata (que vinte anos depois viraria a atual Unión Argentina de Rugby, a UAR). E, com jogadores de origem não-espanhola sentindo-se mais integrados com a terra de nascimento do que com as das raízes, os duelos de “argentinos” vs. “estrangeiros” foi perdendo a razão de ser. Ele movimentava o calendário desde os primórdios (como “argentinos” vs. “britânicos”), paralelamente ao campeonato de clubes.
O espaço destes duelos “étnicos” foi ocupado pelo campeonato argentino de províncias, criado em 1945 após o ano anterior ver o Torneio do Centro da República, reunindo representantes de Córdoba, Paraná, Rosario e Santa Fe. Em 1960, já seriam doze uniões afiliadas competindo no torneio interprovincial. E, até 1965, apenas a União de Buenos Aires recebeu um novo clube afiliado pela 113ª vez, havendo paralelamente cerca de outros cem pelo interior argentino.
Antes do jogo de 1965 contra os Junior Springboks, os argentinos já os haviam enfrentado outras vezes. Trata-se não de uma seleção de juniores da África do Sul, mas sim de jogadores ainda não-chamados pela seleção principal; o mesmo ainda ocorre com os Junior All Blacks, da Nova Zelândia, ao passo que, atualmente, tal espécie de time B sul-africano é chamado de Emerging Springboks. O primeiro encontro com ele, marcando a terceira reunião da seleção argentina, ocorreu em 1932.
Assim como em 1927, o campeão argentino do ano ofereceu mais resistência do que a própria seleção. No caso, o Gimnasia y Esgrima de Buenos Aires, que perdeu por 5 a 11, enquanto a equipe nacional sofreu os reveses de 42-0 e 34-3. Curiosamente, em 1932 o Gimnasia y Esgrima La Plata, de fundação inspirada no GEBA e mais ligado ao futebol, também foi campeão de rúgbi, na segunda divisão.
1932 marcou ainda as requisições de outros clubes de futebol para entrarem na União de Rugby: Ferro Carril Oeste, em cujo estádio se dera os jogos contra os sul-africanos e onde seria a principal casa da seleção entre os anos 70 e 90; Porteño; e River Plate, este rechaçado imediatamente por fomentar o profissionalismo, instalado oficialmente no futebol no ano anterior – ver mais aqui.
Pela defesa ferrenha do amadorismo no rúgbi argentino, o próprio Gimnasia de La Plata teve de virar um clube independente da instituição-mãe (tornando-se o atual La Plata Rugby Club). O Ferro, também, até ser desafiliado em 1960 por notarem que o amadorismo era de fachada. O Porteño, que já se colocava entre os amadores no futebol, não teve maiores problemas. Falamos de sua trajetória nos dois esportes aqui.
Após o jogo de 1932, a seleção argentina voltou a se reunir em 1936, com nova visita dos Lions (vitória destes por 23-0), no ano da primeira viagem ao exterior, que marcou, enfim, as primeiras vitórias hermanas: um 29 a 0 e um 31 a 3 no Chile, que convidara os vizinhos em meios às festividades pelos 400 anos da cidade de Valparaíso. As duas seleções voltariam a se enfrentar em 1938, agora com os chilenos de visita, sendo derrotados por 33-3.
Por conta, em parte, da Segunda Guerra Mundial, apenas em 1948 equipes não-americanas chegariam à Argentina para duelar com a seleção. Naquele ano, quem veio foi um combinado das universidades inglesas de Oxford e Cambridge, que tiveram no time do CUBA o páreo mais duro: 10-0 para os britânicos, que venceram seus dois jogos contra a seleção argentina (17-0 e 39-0).
Entre as fileiras adversárias, estava William Barry Holmes, argentino de origem inglesa que estudava em Cambridge. Este fullback jogaria pela Inglaterra na edição de 1949 do Cinco Nações, tradicional competição anual entre as quatro seleções britânicas e a França (desde 2000, virou Seis, com a adesão da Itália. Tem no rúgbi quase o peso de uma Eurocopa).
Ainda em 1949, Barry Holmes, após atuar também pelo Barbarians (equipe a reunir para amistosos os principais jogadores do mundo), regressou ao país natal e logo seria chamado: neste ano, a seleção francesa viria excursionar pela Argentina, convidada para participar das comemorações dos cinquenta anos da União de Rúgbi do Rio da Prata. Os gauleses ficaram surpreendidos ao se depararem com Holmes outra vez naquele ano, agora defendendo as cores alvicelestes.
Pela primeira vez recebendo a equipe principal de um selecionado nacional, ainda que não vencendo, a Argentina soube resistir bem frente a uma das mais poderosas seleções do mundo em matéria de bola oval. Perdeu por 5-0 e 12-3. Dos outros sete jogos contra os franceses, destaque para o Estudiantes de Paraná (ainda hoje um dos poucos clubes de futebol e rúgbi no país), que perdeu por 14-0.
O progresso da seleção ficou mais evidente três anos depois, com bons resultados diante da Irlanda. Pela primeira vez, ainda que não por meio da seleção, os argentinos bateram uma seleção de alto nível – e que era a detentora do Cinco Nações de 1951. O Pucará impôs um 11-6 nos celtas. Mas também houve ineditismo para o selecionado, pela primeira não-derrota contra um adversário deste porte, ao conseguir um empate em 3-3. O combinado da província de Buenos Aires também empatou (6-6).
Em outro test match contra a seleção, os irlandeses enfim venceram, mas por baixos 6-0, despedindo-se com novo aperto, um 19-11 sobre o CUBA (tricampeão de 1950 a 1952). Já escalação que obteve o histórico empate contou com Julio Genoud (CUBA), Edmundo Caffarone (Olivos), Enrique Fernández del Casal (CUBA), Alfredo Palma, Julián Santiago (Hindú), Ricardo Giles, Guillermo Ehrman, Alberto Conen (CUBA), Miguel Sarandón (SIC), Rodolfo Grosse (Olivos), Lucas Glastra (SIC), Emilio Domínguez, Normando Tompkins, Carlos Swain e Ricardo Follett (os três, do Old Georgian). Em negrito, atletas do Pucará.
Por sua vez, Robin Gregg, Mick Lane, Richard Chambers, John Notley, Michael Hillary, William Hewitt, John O’Meara, Jim McCarthy, Patrick Kavanagh, Mick Dargan, Patrick Lawloer, P.P. Traynor, W.J. O’Neill, Fuzzy Anderson e John Smith foram os oponentes no campo do GEBA naquele 24 de agosto. Os pontos vieram com um penal de Fernández del Casal e um try de O’Meara.
Até 1965, a seleção jogou outras nove vezes contra potências, perdendo todas. Duas cada em novas vindas de França em 1952 (5-0 e 12-3); Oxford-Cambridge, em 1956 (25-6 e 11-3); e Junior Springboks, em 1959 (14-6 e 20-6); e três para a França em 1960 (37-3, 12-3 e 29-6). Houve só um triunfo, do combinado da cidade de Buenos Aires: 13-6 sobre Oxford-Cambridge em meio aos outros 33 jogos de clubes ou combinados argentinos contra tais adversários no mesmo período.
Na realidade, houveram, sim, vitórias da seleção, mas nos Sul-Americanos, contra as fracas equipes dos países vizinhos. Haviam sido realizados até então os de 1951, 1958, 1961 e 1964. Até hoje, a Argentina só deixou de vencer uma das 34 edições já ocorridas, isto porque não participou dela (a obtida pelo Uruguai, em 1981).
Por conta disso, o espírito na ida para a África do Sul era de buscar novos aprendizados em vez de uma crença verdadeira em vitória. Afinal, os principais adversários da viagem, novamente os Junior Springboks, regressaram invictos para casa nas duas ocasiões em que vieram enfrentar argentinos – seja os da seleção, seja os de clubes ou combinados. E, desta vez, seriam confrontados não pelas canchas de Buenos Aires, mas no templo Ellis Park, em Joanesburgo.
Gentilmente, a União local enviou Izak van Heerden para auxiliar os técnicos Alberto Camardón e Ángel Guastella (que atuara nos jogos de 1956, 1959 e 1960) na preparação portenha. Tratava-se do treinador que reerguera o time da província de Natal (o atual Natal Sharks) das últimas colocações ao primeiro título da instituição, um invicto em 1963. Van Heerden, que chegou em 6 de abril, a praticamente um mês para o embarque da delegação, se ligaria tanto à Argentina que até aprenderia a falar espanhol fluentemente.
O início, porém, exigiu rigidez: “Me lembro que no dia do primeiro treino, no Gimnasia y Esgrima, chovia torrencialmente. Nessa época, quando havia mal tempo, não fazíamos nada. Van Heerden chegou e viu que no campo não havia ninguém. Estávamos no bar, jogando truco. O cara fez nos trocarmos imediatamente. Foram duas horas infernais de treino, com saltos de sapo e corpo na terra. Havia mudado o método. Nos submeteu a um trabalho incomum, de extrema dureza. Fazíamos turno duplo, manhã e noite, e no meio trabalhávamos”, declarou o capitão Aitor Otaño, do Pucará.
Além de Otaño, os convocados foram Marcelo Pascual, Rodolfo Schmidt e Juan Benzi, também do Pucará; três dos Belgrano Athletic (Guillermo McCormick, Luis Raúl Loyola e Luis Gradín); um do rival Alumni, ex-potência do futebol e que ainda estava na segunda divisão do rúgbi (Eduardo Poggi); dois cada de Old Georgian (Ronaldo Foster e Heriberto Ricardo Handley), Pueyrredón (Eduardo Scharenberg e Guillermo Illía) e San Fernando (Walter Aniz e Luis García Yáñez); e um cada para CUBA (Héctor Goti), Los Tilos (Héctor Silva), Atlético del Rosario (Eduardo España) e San Martín (Jorge Dartiguelongue).
Detentor do título de 1964, o CASI foi quem mais cedeu, com cinco: Nicanor González del Solar, Enrico Neri, Adolfo Etchegaray, Manuel Beccar Varela e Agustín Silveyra. O arquirrival SIC forneceu três – Roberto Cazenave, Arturo Rodríguez Jurado e José Luis Imhoff. Estes dois últimos merecem destaque pelo rúgbi no sangue: Rodríguez Jurado era filho de um homônimo que jogara contra os Lions em 1927, o Chile em 1936 (capitão) e contra os próprios Junior Springboks em 1932, e que ainda fora pugilista campeão olímpico nos pesos pesados em 1928.
O outro é pai de Juan José Imhoff, do elenco argentino atual, que hoje voltará a enfrentar sul-africanos. Este, presente na Copa do Mundo passada, também teve louros na África do Sul: foi um dos Pampas XV (seleção de jovens da Argentina) que, meses antes do mundial, conquistou a Vodacom Cup, o segundo torneio doméstico de rúgbi em importância na terra de Nelson Mandela. Imhoff filho, por sinal, foi quem mais alcançou tries na vitoriosa edição de 2011.
Imhoff pai seria também um dos jogadores a tornarem-se técnicos da seleção, repetindo a trajetória do então treinador Ángel Guastella. Poggi, Scharenberg, Otaño, Silva e Gradín seriam outros. Este último iria ainda mais longe: entre 1996 e 2000, presidiu a União Argentina de Rúgbi.
Outros familiares daqueles jogadores a também serem selecionados em outra ocasião são Gonzalo Beccar Varela (irmão de Manuel) e Daniel Beccar Varela (filho do tio-avô destes). Atuaram nos anos 70, assim como Manuel Rodríguez Jurado, irmão do Arturo de 1965 e igualmente filho do Arturo de 1927, 1932 e 1936. Eduardo González del Solar, a ter jogado mais cedo na década de 60, era irmão de Nicanor.
O começo da turnê de 1965 foi errático. Na primeira escala da excursão, em 8 de maio, em Salisbury (hoje, Harare), derrota por 17-12 para a Rodésia. No segundo compromisso, quatro dias depois e já na África do Sul, nova derrota: 25-13 para o time do Transvaal. Nos outros onze jogos até a hora de pegarem os Junior, porém, só deixaram de vencer duas vezes. Transvaal Ocidental (28-11 em 15 de maio), Sudoeste Africano (43-5 no dia 19), Transvaal Oriental (22-9 no dia 22), Griqualândia-Oeste (32-12 no dia 26) e Distritos do Nordeste (17-6 no dia 29) foram batidos em sequência.
Nenhum destes adversários existe mais: a Rodésia virou o Zimbábue em 1980, após o fim do apartheid local, e o Sudoeste Africano, depois da independência em 1990, tornou-se a Namíbia; ambas são as duas seleções africanas de mais tradição na Copa do Mundo de Rúgbi, estando abaixo só da poderosa vizinha. Os demais, após a adoção do profissionalismo em 1995, se converteram respectivamente nas franquias Golden Lions, Leopards, Falcons, Wildeklawer Griquas e Blue Bulls.
A série de vitórias foi interrompida com um empate em 6-6 com o Border, já em 1 de junho. Daí, os resultados foram 27-6 na Província Oriental (dia 3), derrota apertada por 3-0 para os Distritos do Sudoeste (dia 5) e triunfos de 22-6 nas Universidades do Sul (dia 9), 20-12 no Boland (dia 12) e 17-14 no Estado Livre de Orange (dia 16). Com exceção da equipe universitária, as demais também correspondem atualmente em timees profissionais, respectivamente Border Bulldogs, Mighty Elephants, Eagles, Boland Cavaliers e Free State Cheetahs.
O jogo mais aguardado ocorreu no dia 19. Os anfitriões foram Dries Pretorius (Transvaal Setentrional), J. Serfontein (Distritos do Sudoeste), Barry Ackermann (Província Ocidental), Johan van der Schyff, Alan Wiggett, Hugh Bladen (os três, do Transvaal), Kid du Preez (Cabo do Nordeste), Koos Claassen (Transvaal Setentrional), Louis Slabbert, Oupa du Pisanie (ambos do Estado Livre de Orange), o capitão Brian Irvine (Natal), Ernst Claassen (Transvaal Ocidental), Willem Storm (Transvaal Setentrional), Spiere van Rensburg (Transvaal Ocidental) e R. Dercksen (Distritos do Sudoeste).
No rodízio de jogadores argentinos (nenhum esteve em todos os jogos da viagem), a formação para a ocasião foi Cazenave, Neri, Pascual, Rodríguez Jurado, España, Poggi, Etchegaray, Loyola, Silva, Scharenberg; Schmidt, Otaño, Foster, González del Solar e García Yáñez. O árbitro foi o local Piet Robbertse. Das 40.000 pessoas na plateia no Ellis Park, houve quem esteve também para tentar alguma consolação: mais cedo naquela mesma data de 19 de junho de 1965, os Springboks principais, em viagem à Oceania, haviam perdido pela primeira vez para a Austrália.
O início teve leve supremacia caseira contra o nervosismo argentino, principalmente nos line outs (as cobranças de lateral). A virada começaria a partir dos 17 minutos da etapa inicial. Pretorius, dentro de seus 22 metros, cometeu knock-on (infração após o jogador deixar a bola cair e quicar para frente). Assim descreveu a revista El Gráfico na época ao que se sucedeu: “um rápido galope de González del Solar, clássico peixinho de Etchegaray, Poggi correu inclinado e habilitou R. Jurado, que limpamente quebrou a defesa, entrando direto e forte; enfrentou o full-back e com um largo passe tomou Pascual, que chegou ao in-goal culminando uma bonita jogada”.
Os visitantes abriam três pontos (valor do try na época, atualmente em cinco) e, com bons tackles – agarrões lícitos no oponente para freá-lo e tomar-lhe a bola -, souberam segurar a reação adversária. Dez minutos depois, os argentinos lograram novo try, a jogada mais valorizada, quando o rugbier coloca a bola consigo no chão na linha de fundo rival ou logo depois dela.
Scharenberg interceptara passe mal dado a Ackermann após scrum (investidas dos dois times entre si pela bola após alguma infração) nos dez metros argentinos. Disparou com a bola e passou-a a España ao enfrentar o ponta sul-africano. O colega driblou o full-back e apoiou a bola próxima à bandeirinha. 6-0 e aplausos da torcida para os surpreendentes sul-americanos.
O escore foi mantido até o intervalo e poderia ter sido maior, se Poggi não errasse os dois chutes de conversão (cobranças de bola parada sempre oferecidas ao time que fez o try), cada um a oferecer dois pontos a mais. Por outro lado, os Junior Springboks também erraram o pé, perdendo duas penalidades.
Com o placar adverso, os donos da casa foram com tudo no início da segunda etapa, obrigando os argentinos a apelarem para os chutes para afastar a bola de sua linha de fundo. E foi em um kick accross de Etchegaray na saída de um scrum que Loyola em pique colocou 9-0 no escore. Poggi, em seguida, acertou a conversão e o placar ficou com onze pontos a favor da visita.
A reação sul-africana continuou, ganhando especialmente nos line outs. Du Preez conseguiu dois tries, colocando algum fogo na partida, mas as conversões não vieram. Os próprios pontos vieram meio tardiamente, faltando quinze e cinco minutos respectivamente. E o resultado ficou 6 para os Junior Springboks, e 11 para os nascentes Pumas. O apelido surgiu na imprensa local, por conta do distintivo argentino, a carregar um felino por inspiração do Buenos Aires CRC (ex-FC) e dos British and Irish Lions.
Inicialmente, um leão, como os destes, o animal já havia sido alterado para uma onça-pintada (jaguar, para os argentinos), por esta ser realmente nativa do país. O equívoco da mídia sul-africana, que escreveu também que “os Pumas chegaram à maioridade no rúgbi mundial com essa atuação” (conforme o Cape Times, da Cidade do Cabo), porém, fez sucesso entre os vencedores. Mesmo que a onça não tenha sido retirada do distintivo, o puma, também presente na fauna argentina, acabou adotado por estes como alcunha. Do lado vencido, o baque foi tão grande que nenhum dos jogadores derrotados se tornaria Springbok, ao contrário do que ocorrera com os de 1932 e 1959.
Quatro dias depois, novo jogo e nova vitória, sobre o Natal, por 24-14. Depois de outros três dias, relaxados no último compromisso, veio a quarta derrota da vitoriosa e redentora passagem pela África, em um 31-11 para o South African Country Districts XV. Mas a última impressão daqueles que viajaram jogadores e voltaram Pumas foi a torcida portenha carregando-os cerca de um mês depois, em 25 de julho, após baterem por 30-6 o campeão francês de 1964, o Pau, no estádio do Gimnasia y Esgrima de Buenos Aires. O capitão Aitor Otaño acabaria eleito o esportista argentino do ano, sendo o primeiro rugbier a ser coroado com o chamado Olimpia de Oro. Apenas outros dois, até hoje, também o foram (Hugo Porta e Gonzalo Quesada).
A série volta no dia 8 de setembro, terceira data do Quatro Nações. Abaixo, vídeo a mostrar o primeiro try argentino, de Pascual, jogada que ficaria como a mais célebre não só daquela partida de quase 50 anos atrás, mas também do rúgbi argentino, ao menos nacionalmente:
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