Há 25 anos: Independiente bi da Supercopa, no Maracanã, sobre o centenário Flamengo

A característica saudação dos anos 60, agora puxada por Serrizuela no Maracanã: mística copeira. Nota originalmente publicada nos 20 anos daquela noite

Se nessa semana que passou um Flamengo superior levou a pior contra o Racing, há 25 anos a decepção era maior contra a outra força de Avellaneda. Afinal, até aquele 6 de dezembro de 1995 nenhuma outra equipe argentina fora campeã no Maracanã. Trata-se de mais uma honra exclusiva do Rey de Copas, o Independiente, no campo que faltava para quem já havia dado voltas olímpicas longe de casa no Centenário, no Nacional de Santiago e no Defensores del Chaco. O recordista da Libertadores é também o recordista da Supercopa, valorizado torneio existente entre 1988-97 que reunia os campeões da Libertadores. Em ambas as competições, o Rojo foi o primeiro argentino bicampeão e bi seguido, com diferença de trinta anos para a dobradinha 1964-65 e a de 1994-95. Aquela taça de 1995 foi por quinze anos o último título internacional do clube, até o time, por superstição ou não, voltar a usar a camisa reserva “escocesa” na final contra o Goiás na Sul-Americana 2010.

Apesar do bi seguido, as equipes-base de 1994 e 1995 eram substancialmente diferentes entre si. Só três estiveram no elenco titular das duas conquistas: José Serrizuela, zagueiro em 1994 que virou volante em 1995; Diego Cagna, volante-direito que passou a volante-esquerdo; e o armador Gustavo López. De um lado, o time de 1994 praticava um belo futebol sob o técnico Miguel Ángel Brindisi, deixando poeira em gargantas de três torcidas brasileiras (Santos, Grêmio e Cruzeiro) antes de levar a melhor na decisão sobre um Boca treinado por César Menotti. Já o de 1995, menos artista, destacou-se mais pela aplicação e entrega – e a grande figura acabou sendo o futuro jogador mais velho das Copas do Mundo, o colombiano Faryd Mondragón.

Para entender melhor o contraste entre os dois títulos seguidos, vale primeiramente ler como foi a vistosa campanha de 1994, que contamos aqui. Aquele time fora campeão com os ombros já leves: a volta olímpica se deu três meses após a do Clausura 1994, o qual já encerrava jejum de meia década, tempo demais para um clube ainda tão acostumado a taças – e entre um troféu e outro, ainda encerrou-se já no Apertura um incrível jejum de onze anos sem derrotar o Racing. Com o time indo bem na Supercopa em meio a todo esse contexto extra, a torcida não ligou muito para o 11º lugar no Apertura. Mas a ressaca bateu no primeiro semestre de 1995, com novo 11º lugar, no Clausura. Ela foi amenizada com a conquista da Recopa Sul-Americana.

Ídolos da Supercopa 1994 (Usuriaga, Islas e Garnero em pé, Gustavo López e Rambert agachados) quase todos trocados em 1995 (Burruchaga, Mondragón e Clausen em pé, Gustavo López e Mazzoni). E o técnico Miguel López

Mas o técnico Brindisi, crente de que um ciclo havia se encerrado (ele declararia isso em 2002), selou sua saída em comum acordo com a diretoria – na sequência, sob comando interino de Ricardo Pavoni, antigo capitão do elenco tetra continental nos anos 70, o mesmo Vélez derrotado na Recopa daria o troco nas oitavas da Libertadores. De tão mal contada, a saída de Brindisi ensejou rumores de que o treinador não se dava bem com o capitão, o goleiro Luis Islas, veterano do elenco e outro a ir embora no desmanche generalizado ao fim do primeiro semestre de 1995. Islas rechaçou esse boato em 2008: “[tenho de Brindisi] uma imagem linda. É um técnico muito capaz, sério e transparente. Não [terminamos brigados]. O clube tinha uma dívida muito grande comigo, e por isso fiquei com o passe. Mas era muito difícil para o Independiente dizer ao torcedor: ‘Islas vai embora’. Então, em vez de comunicar que me deviam grana e que não podiam me pagar, se buscou outra explicação”.

Os fatos corroboram a versão dos dois: Brindisi deixou o Independiente apenas onze dias depois de vencer Recopa. E o clube fez caixa vendendo diversos ídolos além de Islas: por exemplo, o goleador Sebastián Rambert foi à Internazionale (junto com Javier Zanetti, do Banfield); o endiabrado Alveiro Usuriaga, ao Necaxa; o correto volante Hugo Pérez, ao Sporting Gijón; o lateral-direito Néstor Craviotto, ao Estudiantes. Exceto o colombiano Usuriaga, todos eram nomes recentes da seleção argentina. Só que o caixa não significou reposição técnica à altura; no máximo, o zagueirão Pablo Rotchen, lesionado ao longo da Supercopa 1994, já estava de volta. Mas, para piorar a sensação de desfalques, Gustavo López se lesionou. O rendimento do time, que já não era bom, despencou.

Mondragón, um dos recém-chegados, veio de férias prolongadas do Argentinos Jrs e com sobrepeso, tomando dois gols bobos para o Lanús em sua estreia, pouco lembrando o arqueiro que fecharia o gol nas finais. Também retornaram dois veteranos ídolos, remanescentes da última Libertadores e Mundial rojos, em 1984: o atacante Jorge Burruchaga, autor do gol do título continental e ainda mais herói com a seleção na Copa de 1986, veio de suspensão de dois anos por envolvimento no resultado arranjado entre o seu Valenciennes e o Olympique de Marselha em 1993 (escândalo que anulou o título francês dos marselheses e os rebaixou); o lateral Néstor Clausen, por sinal outro presente com a Argentina na Copa de 1986, estava no rival Racing.

Fila superior: Bustos, Domizzi, Arzeno, Kobistyj, Burruchaga, Acuña, Cagna, Mazzoni e Garnero; fila do meio: roupeiro Jorge Touriño, massagista Félix Cerussi, Dorta, Francisco Guerrero, Mondragón, preparador Luis Bonini, técnico Miguel López, assistente Humberto Grondona, preparador Claudio D’Ambrosio, médicos César Velásquez e Juan Oliveira, fisioterapeuta Raúl Alomar; fila inferior: roupeiro Lorenzo Gambetta, Silverio Penayo, Gustavo López, Molina, Álvez, Serrizuela, Rotchen, Ramírez, Clausen, Jara, Guillermo Ríos, Carranza e massagista Rubén Chaparro

Outra estrela era o preparador físico: Luis Bonini, do vitorioso Ferro Carril Oeste dos anos 80, posteriormente no belo Newell’s de Marcelo Bielsa, a quem auxiliaria ainda nas seleções argentina e chilena. Na comissão técnica, também havia quem tivesse já a experiência de uma final de Supercopa e de um triunfo sobre o Flamengo no torneio: Humberto Grondona, técnico do Racing finalista da edição de 1992, enfim era abrigado pelo clube do coração dele e da família (sim, ele é filho de Julio), ainda que como assistente do novo comandante. Que era, como Burruchaga e Clausen, outro campeão de Libertadores com o Rojo.

Tratava-se do ex-zagueiro Miguel Ángel López, ex-colega do antecessor Pavoni no recordista elenco tetracampeão seguido entre 1972 e 1975El Zurdo (“O Canhoto”), porém, precisou resistir. A base tão campeã recentemente havia ido embora, sobrando recém-chegados baratos e/ou veteranos e antigos reservas (casos de Javier Mazzoni e de Roberto Acuña, paraguaio nascido em Avellaneda) que custaram a se entrosar. “Atenção: aqui eu não encontrei uma equipe armada, e sim uma equipe que vinha de ser goleada por 4-1 para o River, 3-0 para o Vélez e 5-0 para o Boca (…). Demos a volta no Maracanã. E só lembro da seleção do Uruguai conseguindo”, ressaltou.

A derrota para o River, em casa, teve o atenuante de ter sido uma semana antes da Recopa. Mas a do Vélez, também em casa, eliminou o Rojo da Libertadores. A do Boca seria indesculpável de qualquer jeito. Esses resultados, ainda no primeiro semestre, só aumentaram o espanto pelo time ter vencido o belo Gimnasia LP em La Plata e impedido o time dos gêmeos Barros Schelotto de ser campeão do Clausura. Essa fase não melhorou com Miguel Ángel López no Apertura. A primeira vitória só veio na décima rodada. Na nona, vencia por 2-0 o clássico com o Racing e levou o empate em casa no último minuto.

Mais velho das Copas do Mundo, Mondragón celebra a classificação contra o River, comemora com Serrizuela o troféu e turista nas areias do Rio de Janeiro

Mesmo após a primeira vitória sob Zurdo López, logo veio nova intranquilidade: derrota em casa na 11ª rodada para o Colón, em 20 de outubro. O técnico precisou de escolta policial cerca de um mês e meio antes de vencer a Supercopa 1995. Que já havia começado, mas tampouco nela o futuro campeão vencia: precisou dos pênaltis para eliminar o Santos após 1-1 em Avellaneda (em 13 de setembro, perdia o jogo até o fim) e 2-2 na Vila Belmiro (4 de outubro, dessa vez com os argentinos virando para 2-1, mas levando empate do iluminado Giovanni aos 43 do segundo tempo), com Mondragón defendendo a cobrança de Jamelli.

Contra o Atlético Nacional, perdeu fora de casa por 1-0 em 25 de outubro, mas enfim venceu depois: reverteu na Argentina com um 2-0 já em 1 de novembro, dois gols do recuperado Gustavo López. O problema é que foi a vez do outro armador remanescente de 1994, Daniel Garnero, lesionar-se (tão gravemente que quase largou o futebol). As semifinais foram contra o River, outro time com um velho ídolo começando contestado de técnico de um elenco que capengava nacionalmente em 1995 mas ia longe além das fronteiras: Ramón Díaz. O Millo já havia parado nas semifinais da Libertadores nos pênaltis (pelo Atlético Nacional) e foi eliminado da mesma forma na Supercopa.

Mas não foi fácil. A ida foi em Avellaneda e começou desastrosa para os donos da casa: um blecaute conjunto da defesa roja rendeu um pênalti infantil logo na primeira investida visitante. Enzo Francescoli converteu e faria 2-0 em rebote da trave após grande jogada de Matías Almeyda. Mas, já no segundo tempo, La Chancha Mazzoni (o carrasco do Gimnasia LP) recebeu de Gabriel Álvez, girou e contou com a mão lisa de Joaquín Irigoytía para diminuir logo aos 20 segundos. E logo aos oito minutos Mazzoni empatou, cabeceando escanteio e contando com nova falha de Irigoytía.

Domizzi, Mazzoni (autores dos gols sobre o Flamengo), Gustavo López e o paraguaio Acuña celebram em Avellaneda. À direita, Gustavo acossado por Ronaldão no Maracanã

Gustavo López contou que teve certeza do título após aquele empate em casa ser alcançado. Em Núñez, o jogo ficou no zero e foi a vez de Mondragón novamente sobressair-se, defendendo o tiro de Gabriel Amato para pôr os Rojos em mais uma final – mesmo que o técnico Miguel López ainda não tivesse encontrado um time-base claro. Na estreia, em 13 de setembro, a escalação foi Mondragón; Juan Carlos Ramírez, Pablo Rotchen, Claudio Arzeno e Juan Ramón Jara (Diego Cagna); Roberto Acuña (Jorge Álvez), Roberto Molina e Daniel Garnero (Jorge Burruchaga); Cristian Domizzi, Javier Mazzoni e Luis Alberto Carranza.

Foi o único jogo do ex-xodó racinguista Betito Carranza na campanha, sendo hoje mais lembrado como uma promessa que não se cumpriu embora pudesse ter jogado em quatro dos cinco grandes, pois já vinha de uma recordada passagem pelo Boca (estreando na seleção nos primeiros jogos pós-Copa em 1994) e depois teria uma esquecida no San Lorenzo. Para o jogo da volta, Ramírez, que chegara a ser testado pela Argentina em 1995, mudou da lateral-direita para a esquerda, com a volta do ídolo Clausen. Se o miolo de zaga com Arzeno e Rotchen se manteve, o trio do meio-campo mudou por completo: Diego Cagna foi titular junto ao uruguaio Diego Dorta e a Domizzi, com Burruchaga avançado ao ataque junto a La Chancha Mazzoni e a Álvez.

Na derrota na Colômbia, Clausen e Ramírez seguiam nas laterais, mas Serrizuela voltou à zaga para o lugar de Arzeno, que por sua vez foi avançado à linha de quatro usada também no meio-campo, com Molina, Dorta e Cagna, com Mazzoni sobrando no ataque junto ao reestreante Gustavo López. Para reverter o revés, na Argentina o esquema foi com apenas três defensores (Clausen, Rotchen e Carlos Bustos) para sobrar mais alguém no ataque (de volta a um trio, com Gustavo López e Álvez acompanhando Mazzoni) municiado pelo meio composto por Domizzi, Cagna, Serrizuela e Dorta.

A festa no gramado…

Contra o River, Clausen e Juan Ramón Jara foram os laterais, com Bustos fazendo o miolo de zaga com Rotchen na ida e com Marcelo Kobistyj na volta. Serrizuela e Dorta foram titulares nos dois jogos pelo meio, acompanhados de Cagna na ida, com o versátil Domizzi formando o tridente ofensivo com Gustavo López e Álvez; e dos mesmos Gustavo e Domizzi na volta, em que o ataque se resumiu a Álvez e Mazzoni. A primeira final ocorreu uma semana depois, já com nova escalação: Mondragón, Clausen, Rotchen e Bustos, Domizzi, Molina, Serrizuela e Cagna, López, Mazzoni e Álvez teriam pela frente um Flamengo sedento para ter algum título em seu centenário após perda traumática do Estadual e fiasco no Brasileirão. O resultado ao fim da noite faria o técnico Miguel López enfim repetir para o Rio de Janeiro uma mesma escalação titular naquele torneio.

É que se o “melhor ataque do mundo” com Sávio, Romário e Edmundo não deslanchava pelo Brasil, dava certo na Supercopa. O Fla vencera todos os jogos, tanto dentro como fora de casa, incluindo um 3-2 sobre o Vélez em Liniers e um 3-0 em Juiz de Fora, com direito a gols do flop Edmundo nas duas partidas – na da volta, marcada pela briga generalizada após troca de sopapos com Flavio Zandoná, colocou entre as pernas de José Luis Chilavert. Mas o Mengão, desfalcado do próprio Edmundo após o “Animal” fraturar (ainda no início de novembro) no Brasileirão um osso do pé esquerdo, não teve vez no regresso à Argentina. Logo aos 36 segundos, Mazzoni emendou com cabeça bola alçada por Gustavo López. Ela bateu na trave, mas entrou.

Com o gol cedo demais e Romário isolado na frente, frear o ímpeto rubro-negro não foi complicado. No segundo tempo, Mazzoni habilitou de calcanhar El Pájaro Domizzi, que tocou um cruzado rasteiro para ampliar. Para não perder de mais, tamanha a apatia carioca, o técnico Apolinho trocou os atacantes Sávio e Nélio por Uéslei e Pingo para reforçar o meio. Assim, com apenas duas vitórias em sete jogos até ali (seriam oito), o Independiente punha uma mão na taça contra quem tinha seis triunfos (seriam sete, em oito) e o melhor jogador do mundo pela FIFA.

Ainda no Maracanã: as lágrimas do viúvo Burruchaga recordando a esposa, e a comemoração levada aos vestiários

Ciente da importância e da dificuldade em ter a taça, Romário teria treinado seriamente a semana inteira prévia ao jogo da volta. O ambiente flamenguista, que já havia passado da extrema confiança (diversos dirigentes foram por conta própria à Avellaneda e um, inconformado, vomitou críticas a Sávio no hotel) à repentina insegurança, piorou a três dias da partida no Maracanã: os noticiários divulgavam a morte não só de Yitzhak Rabin, mas também de três pessoas que se envolveram em acidente automobilístico causado por Edmundo; por mais que o atacante só pudesse voltar a jogar em 1996 por conta da lesão, a tragédia não deixou de influenciar no clima da Gávea. Mas a massa compareceu em peso: o público foi de 110 mil pessoas.

Copeiro, já tendo se classificado como visitante em dois dos três mata-matas da Supercopa 1995, o Independiente não se inibiu de jogar com o regulamento no braço. Não esteve exatamente retrancado, tendo inclusive conseguido concluir mais vezes a gol no primeiro tempo (como um sem-pulo de Mazzoni e duas faltas de Serrizuela), mas não tentou atacar – quando Gustavo López se insinuava com a bola, visava mais mantê-la afastada do campo de defesa de sua equipe do que para criar alguma jogada ofensiva. Os rojos souberam neutralizar um Sávio aceso e um Romário apático, prensando-os pelas pontas. Clausen teve grande atuação nisso.

Os cariocas não conseguiam se infiltrar pelo meio, tendo de apelar por ali a tiros de média e longa distância, que explodiam nos adversários. Quando a bola enfim perigava as redes argentinas, Mondragón se antecipava ou afastava bem (como se vê no vídeo ao fim da nota, nos8, 16, 43, 46, 49, 55 e 1h22 minutos). O próprio gol flamenguista foi bastante chorado, já a cerca de meia hora para o fim: Aloísio Chulapa cabeceou, Mondragón defendeu, Sávio tentou o rebote, Carlos Bustos tirou em cima da linha e enfim Romário acertou as redes. Mas nem mesmo uma pressão contínua de desespero os donos da casa conseguiram exercer no final, atrapalhados até por torcedor que invadiu o campo. O árbitro apitou o fim do jogo com os argentinos tocando tranquilamente a bola em pleno campo de defesa rubro-negro.

Festa emendada nas piscinas do Sheraton, com Arzeno, Kobistyj, Velázquez, Cagna, Acuña, Molina e Gustavo López (à direita, ele turistando) em registro às 3 e meia da manhã

Burruchaga, acionado para o lugar de López a nove minutos do fim (a outra única alteração se dera aos 20 do segundo tempo, com o meia Kobistyj recheando mais o setor ao substituir o ponta Álvez), foi um dos mais emocionados. Fez uma volta olímpica retardatária, consolado pelo “quase irmão” Negro Clausen. Um acidente automobilístico deixara o atacante viúvo em julho, logo quando enfim voltava ao futebol após a longa suspensão, e dizia que “sua Laura” o via lá de cima. O maestro Gustavo López notou, se juntou a eles e falou do orgulho em compartilhar a volta com Burru, “porque gritei seu gol no final da Copa de 1986 e agora caminho a seu lado”.

Na ressaca, os bicampeões levaram de 3-0 em casa na partida seguinte para o Vélez, na última rodada do Apertura. Mas torcedor rojo algum ligou: se vencesse, daria chances de título ao arquirrival Racing. A Supercopa veio justamente três dias depois após o lado alviceleste de Avellaneda (treinado, ironicamente, pelo mesmíssimo Miguel Ángel Brindisi que ainda comandava o vizinho no primeiro semestre) sonhar com o título argentino, depois de incrível vitória por 6-4 sobre o Boca de Maradona em plena Bombonera. Cagna voltara do Rio de Janeiro prometendo uma seriedade não vista contra o Vélez, agora o concorrente racinguista.

Se nessa semana foi a vez do Racing gabar-se por seu Maracanazo, os vizinhos ainda podem replicar: desde aquele 6 de dezembro de 1995, só outro clube argentino conseguiu ser campeão no principal templo brasileiro. O próprio Independiente, na edição de 2017 da Sul-Americana (o jogo de ida, na Argentina, é outro a fazer aniversário hoje, inclusive), até mesmo usando uma outra camisa branca com brasão escocês. Mas isso já é outra história, para outro Especial.

Por que o uniforme reserva do Independiente faz referência à Escócia? Explicamos aqui.

Por fim, mais festa, agora no avião: Kobistyj é encoberto pela bandeira de Domizzi enquanto os veteranos Clausen e Burruchaga aplaudem com o massagista Rubén Chaparro (camisa vermelha) e Álvez. Atrás deles, Rotchen ergue o troféu junto a Gustavo López, Mondragón e Molina

Caio Brandão

Advogado desde 2012, rugbier (Oré Acemira!) e colaborador do Futebol Portenho desde 2011, admirador do futebol argentino desde 2010, natural de Belém desde 1989 e torcedor do Paysandu desde antes de nascer

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