Todo mundo esperava por um grande jogo, mas quem foi na Arena não viu nada de bom, exceto no fim da partida, quando teve até bola na trave de Guzmán. Com o predomínio das defesas sobre os ataques, Grêmio e Newell´s não saíram do zero e deixaram as emoções para Rosário. Assim, o Tricolor ainda lidera o Grupo VI, enquanto o Newell´s, pelos critérios de desempate, chega ao segundo posto.
Jogão prometia, mas foi aquele meia-boca nos primeiros 45 minutos. O Grêmio tentava apertar a saída de bola do Newell´s, além de gerar forte pressão sobre a área de Guzmán. Não conseguia. Já o Newell´s se preocupava mais em tirar a velocidade do jogo, praticando a posse de bola e tentando jogar no campo de defesa do Grêmio. Até que tinha posse, mas sem a qualificação necessária para gerar perigo ao arco de Grohe.
Mas o que chamava mesmo a atenção era o nervosismo do Grêmio. Isto, tanto na defesa quanto no ataque. Assim, a busca da precisão ofensiva, assim como a tensão na marcação, apenas pareciam aprisionar a equipe no seu respeito justo, mas excessivo ao rival. E assim, as ações não redundavam em nada positivo para o conjunto do Sul. Já o Newell´s até que chutou uma ou outra bolinha. Chutou uma com Ponce e outra com “La Fiera” Rodríguez, mas nada de sério. Desta forma, o placar em zero ficou à altura do futebol praticado no primeiro tempo.
Parte do problema vinha da preocupação de Enderson em retirar a velocidade do jogo do Newell´s pelos lados do campo. Preocupação justa, mas talvez excessiva, já que ela tornava o Tricolor gaúcho um mero refém do brilhantismo de seus meias e atacantes. Como eles não estavam bem, nada acontecia.
No segundo tempo, o jogo parecia ter o mesmo cenário do primeiro tempo. De certa forma, a Lepra até ensaiava repetir sua posse da primeira parte, porém, mais qualificada e possibilitando uma melhor transição ofensiva. Embora o “jogo de xadrez” parecesse o espetáculo em campo, ele não tinha graça nenhuma e a torcida local chegou a ensaiar algumas vaias. Foi assim até que Enderson mudou a equipe.
Wendell foi embora. Logo depois, Luan também foi. Mas foi a saída de Riveros que possibilitou a mudança do jogo em prol do Grêmio. Dudu entrou no seu lugar e deu profundidade à equipe. Fez ótimas jogadas, penetrando pelo setor direito da área de Guzmán. O porteiro leproso primeiro fez uma baita defesa em chute de Barcos. Depois defendeu mais uma. Depois contou com a trava para defender, por ele, a mais uma jogada de perigo do Grêmio. Foi Pará o nome do cara que tirou tinta da trave.
Isto quer dizer que os 13 minutos finais foram de domínio absoluto do Grêmio? Sim. Em parte por causa das alterações; em parte, por causa do esgotamento do conjunto de Berti no final da partida. Em parte por causa da saída de um volante para a entrada de um “garoto” cheio de energia. E o Newell´s?
Bem, a noite foi de pretensões pouco concretizadas da Lepra. Tentou tocar a pelota e de fato foi o dono da posse de bola no primeiro tempo. Mas a tentativa de jogar no campo do Grêmio, transformando domínio em jogadas de gol, não aconteceu. O mesmo ocorreu no final, quando tentou transformar a recuperação da pelota em grandes jogadas de contragolpe. Tampouco ocorreu. No fim, o resultado foi bom para os dois. A Lepra vai a segundo lugar no grupo e terá dois jogos em casa. Já o Grêmio, se mantém como líder do “mortífero” Grupo 6 e, nos critérios, com a melhor campanha da Libertadores até aqui. Ou seja, ficou de bom tamanho para os dois possíveis classificados à próxima fase.
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