Uma reunião na calada da noite pode ter sido crucial para evitar o inchaço do futebol argentino. O último legado de Júlio Grondona, muito para favorecer os pequenos, foi alvo de muitas críticas em uma reunião entre os dirigentes de San Lorenzo, Boca Juniors e River Plate, juntamente com o presidente da AFA, Luis Segura. O novo presidente, por sinal, armam uma espécie de golpe para que o novo mandatário da AFA renuncie em caso da confirmação do inchaço.
Daniel Angelici, presidente do Boca, Rodolfo D’Onofrio, presidente do River Plate, e Marcelo Tinelli, vice-presidente do San Lorenzo, se reuniram com Luis Segura na casa do dirigente do Ciclón, atual campeão da Libertadores. O novo presidente da AFA, no entanto, deixou a local da reunião mais cedo devido a rigidez da conversa, segundo apurou o site PlayFutbol.com. O tridente, no entanto, não está sozinho. Outros clubes da elite estariam contrariados com o inchaço, marcado para o início do ano que vem.
Um dos principais problemas é o quanto ao repasse do Governo Argentino, que pretende distribuir cerca de 1,220 milhões de pesos entre os 30 clubes. “Muitos dirigentes não concordam com o torneio com 30 clubes e vão reclamar com o Luis (Segura). Mas há que proteger as equipes que fizeram apostas importantes para subir, pois quando se votou os 30 clubes, havia um pressuposto de distribuição financeira, mas agora há uma disparidade muito grande”, revelou Matías Lammens, presidente do San Lorenzo, em entrevista à rádio La Red.
“Chegou a hora de pensarmos o que é melhor para o futebol argentino. Por omissão, por não conversar, aprovamos um torneio que não sabíamos como seria jogado. Economicamente é um dano muito alto jogar entre fevereiro e novembro devido a janela de transferência europeia”, destacou o presidente do Boca Juniors em entrevista ao Olé.
Nesta terça-feira, haverá uma reunião extraordinária na sede da AFA para definir a fórmula de disputa da competição. Nas propostas estão: a manutenção da ideia atual, com 30 clubes e 30 rodadas entre fevereiro e novembro — a última rodada seria entre clássicos; a possibilidade de dividir a competição em duas chaves de 15 clubes cada um; além de excluir o inchaço, mantendo os 20 times na elite.
Para evitar um descontentamento dos clubes que investiram pesado na B Nacional, há em estudo a possibilidade de dois acessos após a segunda fase do torneio, que seria disputada entre os 10 clubes que subiriam diretamente. Contudo, para a próxima temporada, haveria quatro rebaixamentos (e não três do atual formato) e apenas dois acessos, retornando o número de 20 clubes na primeira divisão.
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