Grandes argentinos correm sério risco de ficarem fora da Libertadores-2017
Com um regulamento diferente dos anos anteriores, o Campeonato Argentino desta temporada está deixando os clubes grandes em situações delicadas por uma vaga à Libertadores de 2017. Para se ter uma ideia, nenhum dos cinco grandes está no grupo que vai para a edição do torneio que vem. E restando seis rodadas para o fim da competição, é bem provável que isso aconteça.
Para a edição do ano que vem, os dois melhores clubes de cada zona (dois grupos com 15 clubes cada) asseguram vaga no torneio de 2017. A última vaga virá da Copa Argentina, que terá o ingresso dos grandes a partir da próxima fase, mas sem suas datas definidas.
Hoje, a Zona 1 é a mais equilibrada. O Godoy Cruz é o líder com 20 pontos, seguido pelo Arsenal (19), Rosario Central (18) e San Lorenzo (18), este, hoje, o único grande com chances reais de avançar na competição e ir para a Libertadores de 2017. Outro grande, o Independiente (16) segue na cola. Mas quem está mal das pernas é o River, com apenas 10 pontos (duas vitórias e quatro empates).
Já na Zona 2, estariam classificados o Lanús (25) e o Estudiantes (22), times que marcaram presença nas edições anteriores – o Pincha ganhando do Cruzeiro em 2009, inclusive. Dos Cinco Grandes, estão Racing (15) e Boca Juniors (14), ambos com a necessidade de vencerem o máximo de jogos restantes e torcer contra outras equipes.
Pelo regulamento, os dois campeões de cada chave irão para a decisão do Campeonato Argentino de 2016, que encerra em 29 de maio.
Esta seria apenas a terceira vez em que nenhum dos cinco grandes estará na Libertadores e a segunda em que isso ocorrerá por falta de classificação: a de 1969 deveria contar com o River, vice nacional de 1968, mas ele e o campeão nacional (o Vélez) não a disputaram e só o Estudiantes, como campeão da edição anterior, jogou, sendo novamente campeão. Já a de 1983 contou com Estudiantes e Ferro Carril Oeste, respectivamente os campeões metropolitano e nacional de 1982.
A outra foi em 2010, a única edição sem ao menos um dos cinco grandes desde que o torneio se expandiu na virada do século para além das duas vagas fixas por país: Estudiantes (campeão anterior), Vélez (campeão do Clausura 2009), Banfield (campeão do Apertura 2009), Lanús, Colón e Newell’s (os melhores não-campeões da tabela agregada de 2009; o Colón parou na pré-Libertadores). Antes, nos tempos mais enxutos, as duas vagas ficaram com não-grandes nas edições de 1985 (Ferro Carril Oeste e Argentinos Jrs), 1975 (Rosario Central e Newell’s) e 1974 (Rosario Central e Huracán), mas tais edições contaram também com o Independiente, pela vaga de detentor da Libertadores anterior.
Rebaixamento
Curiosamente, somente um time será rebaixado para a B Nacional (Segunda Divisão). Tal clube deve ser o Crucero del Norte, com um promédio bem irregular na atual conjuntura. Ele seria substituído pelo tradicional Talleres de Córdoba, líder da Série B argentina com 25 pontos em 11 rodadas (serão 21 até o final) e ausente da elite desde 2004.
A partir da temporada 2016/17, haverá quatro rebaixamentos e dois acessos. Isso acontecerá até 2019/20, quando restarem 22 clubes na elite do futebol argentino, número que os dirigentes classificam como ‘definitivos’. Os rebaixamentos seguirão via promédios, ou seja, contabilizando as últimas temporadas completas.