RiverSul-Americana

Grande, enorme, gigante! River Plate campeão da Sul-Americana

 

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Quando os deuses do futebol estão ao lado de um time, não há o que temer. Chances claras desperdiçadas não são punidas, pênaltis não marcados não fazem a diferença. Nem mesmo erros e as falhas defensivas prejudicam o time. Esse é retrato do River Plate no segundo semestre. Principalmente na Copa Sul-Americana. Tal clube passou por tudo isso durante a competição, mas se superou. Além da ajuda dos deuses, Pisculichi fez a sua parte. Principalmente na reta final. Não deixou sua marca na decisão, mas foi o responsável por duas assistências primordiais que resultaram no título do River Plate de maneira invicta na vitória por 2×0 sobre o Atlético Nacional.

O River Plate não voltou a ser grande. Até porque nunca deixou de ser. Demonstrou isso durante toda a temporada o seu peso. Caiu sim, mas de pé. E voltou no campo. Reergueu-se nos últimos anos. Apostou nas categorias de base, que sempre lhe renderam vários logros. Apostou em Ramón Díaz na montagem do elenco. E Marcelo Gallardo fez questão de aprimorá-lo. Contou com seus tradicionais uruguaios, que sempre ajudaram o time a ser o que é na Argentina. Em 2014, conquistou o título do primeiro semestre, não perdeu nenhuma partida para o seu arquirrival. Mérito é pouco para todos envolvidos na reestruturação.

No duelo desta quarta-feira, o primeiro tempo foi amplamente dominado pelo River Plate. Conseguiu controlar os espaços, ganhou várias oportunidades em vacilos do sistema defensivo do Atlético Nacional e pouco deixou o rival jogar. O problema é que os erros ao seu favor não foram aproveitados. E quem se aproveitou disso foi o goleiro Armani, que ia se tornando o herói da partida.

Quem mais desperdiçou oportunidades foi Teófilo Gutiérrez. O atacante colombiano por pouco não foi o vilão. Mas como dito, nem mesmo um vilão interno consegue derrubar um time quando os deuses do futebol estão ao seu lado. Ele teve boas oportunidades na primeira etapa, sendo a última delas a mais feita. O jogador recebeu passe em posição duvidosa, não acreditou na jogada e se atrasou. Ao tentar se recuperar, tentou driblar o goleiro Armani, que evitou o gol. Antes, Teo já havia desperdiçado uma boa chance num cabeceio e num chute cruzado, ambos no início do segundo tempo. O colombiano ainda teve outras duas chances de marcar, mas sempre parando no goleiro argentino Armani, do Atlético Nacional.

No segundo tempo, a impressão era que o Atlético Nacional havia se encontrado no jogo. Que tudo começaria a dar errado de vez ao Millonario. O River iniciou os 45 minutos finais de forma muito nervosa. Logo no primeiro lance, Ramiro Funes Mori tentou sair jogando e deu de bandeja para o contragolpe que quase resultado em gol. Era o retrato de três anos antes, quando o River era rebaixado para a B Nacional. Mas que foi definitivamente apagado instante depois.

E nada melhor do que Leonardo Pisculichi. Herói da classificação, Piscu foi insistentemente procurado pelo clube anos atrás, mas o Argentinos Juniors nunca quis liberá-lo. Após um primeiro semestre ruim, chegou de graça ao clube. E foi decisivo. Marcou um belo gol contra o Boca Juniors, além do gol de empate diante do próprio Atlético Nacional na partida de ida, o meio-campista desta vez mostrou sua eficiência nas assistências. Em cinco minutos foram duas. Com cara de replay.

Aos 9 minutos, Piscu bateu escanteio pela esquerda do ataque e Gabriel Mercado, que voltou de suspensão, marcou o primeiro gol da partida. Em lance idêntico, aos 13 minutos, o mesmo meia cruzou e Pezzella mandou para as redes. Curiosamente, Pezzella só esteve em campo devido a lesão de Maidana nas vésperas do confronto.

Fora os gols do título. O Atlético Nacional não soube mais jogar. O River mostrou o seu peso, a sua torcida e a sua glória. Conseguiu administrar a partida, controlar o jogo. Nada de catimba como dizem os desentendidos. Jogaram com tranquilidade e buscaram os gols na sequência. Poderia ter saído com uma goleada do Monumental, mas nem tudo é perfeito. Certo mesmo é que o time demonstrou o seu poder, a sua grandeza. Calou os críticos e faz ecoar o grito de campeão por todo o Mundo.

E que venha a Copa Libertadores.

Thiago Henrique de Morais

Fundador do site Futebol Portenho em 2009, se formou em jornalismo em 2007, mas trabalha na área desde 2004. Cobriu pelo Futebol Portenho as Eliminatórias 2010 e 2014, a Copa América 2011 e foi o responsável pela cobertura da Copa do Mundo de 2014

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