Graças a Chichizola, River vence Racing e é líder do Torneio Final

Jogo foi feio no Monumental. O primeiro tempo começou com um excesso de vontade do River e com uma proposta de se defender do Racing que não dava em nada. No segundo tempo, o Racing melhorou, graças a entrada de Viola no lugar de Villar. Mas o placar já estava em 3×1. Hanche conseguiu descontar e Saja, em cobrança de pênalti, aos 47 minutos, teve a chance de empatar. Não conseguiu. O River levou a fatura por 3×2 e se iguala ao Gimnasia na liderança do Torneio Final. Restam dois jogos e a tabela está mais fácil para o Millo do que para o velho Lobo de La Plata.

Jogo começou num corre-corre daqueles. E a pelota sofria de um lado a outro, sem que ninguém a parasse no meio. Coisa feia de ver, porém animada. Num certo momento, todos se deram conta de que correr feito maratonista não tava com nada. Foi então que colocaram a pelota no chão e decidiram que pensariam sobre o que fazer com ela. Problema disso é que o ato de raciocinar parecia ausente no Monumental. Jogo ficou fraco e lento. Só que o conjunto do Mostarza se apresentava melhor posicionado na cancha.

Problema do River era o excesso e exploração do setor direito do campo. Só jogava por ali. Carbonero era um dos mais cerebrais e um do poucos que conseguia correr e pensar ao mesmo tempo. Já o Racing se preparava para explorar o contragolpe e surpreender a adiantada defensiva millonaria. Tinha Demónio Hauche em um bom dia. Villar também não jogava mal. Só que o conjunto de Avellaneda seguia a dar a impressão de que a ansiedade é maior que a competência e do que o o poder de definição dos atacantes racenguistas.

Bastou ao River forçar um pouquinho mais e chegou lá. Só que “daquele jeito”. Pelota levantada para a área e Saja foi buscá-la na cabela de Carbonero. O atacante caiu e o árbitro não deu nada, pois não fora absolutamente nada. Então, todo mundo resolveu cair na área também. “Keko” Villalba foi um deles. Exausto com o excesso das péssimas encenações, Diego Abal marcou pênalti. Na cobrança, Saja para um lado e pelota pro outro: 1×0 River.

Contra-ataque era fria. Conjunto do Mostarza percebeu isso logo e tratou de tentar propor o jogo. Demorou nada para igualar o placar. Pelota parada no flanco esquerdo, próximo ao meio-campo. Redondinha jogada para a área de Chichizola e a defesa do River ficou olhando para tudo, exceto para a bola. Diego Villar, nanico que é, precisou abaixar para testar forte para as redes de Chichizola: 1×1. Parecia que o Racing se encontraria no jogo e tomaria conta das ações. Maia ilusão.

Aos 43, Keko Villalba fez ótima jogada pelo setor esquerdo e a pelota sobrou na entrada da área para Carlos Carbonero. O cafetero não perdeu tempo e guardou: 2x para o River.

Segundo tempo começou bem parecido com o primeiro. Só correria pra cá e correria prá lá. Do nada pareceu que o Racing pouco a pouco colocava a pelota no chão. A ansiedade parecia trocar de time e era o River que se apresentava perdidinho na cancha. O jogo era fraco, mas aberto. Quando parecia que a Academia chegaria ao empate, novamente surgiu o Torito Cavenaghi para recolocar o Millo na frente do marcador. E foi de chaleira. Um golaço: 3×1 River.

Como Diego Villar já não produzia, Valentín Viola entrou no jogo e deu um toque de categoria ao meio-campo do Racing. O meio-campo ficou com o visitante, que, pouco a pouco, inverteu as propostas das duas equipes. Acuado, o River ficou com o contra-ataque, enquanto a Academia propunha o jogo, alternando os lados do campo e contando com a chegada na frente de Viola e até de Cerro, algumas vezes. A pressão aumentou e Demónio Hauche empatou tudo aos 27 minutos: 3×2.

Daí até o final apenas o Racing conseguia jogar. Não que a equipe fosse um primor de categoria. Longe disso. Mas a garra da equipe, ausente nos minutos iniciais da partida, deu a tônica e otimizou as chegadas do conjunto do Mostarza. Viola teve a chance do empate. Hauche também.

Só que no último minuto teve uma falta perigosíssima na entrada da área. Cobraram de forma bisônia. A pelota foi levantada à área de Chichizola e a pelota parecia perdia até que Ariel Rojas foi lá e deu “mãozada” na redonda. Pênalti infantil e chance para o Racing empatar. O Porteiro Saja chegou para bater e chutou forte e com raiva. Chichizola voou para o canto e defendeu com firmeza. Final de jogo, River 3×2 Racing. Com o resultado, o Millo chega aos mesmos 31 pontos do Gimnasia e também lidera a competição a duas rodadas do final.

Joza Novalis

Mestre em Teoria Literária e Lit. Comparada na USP. Formado em Educação e Letras pela USP, é jornalista por opção e divide o tempo vendo futebol em geral e estudando o esporte bretão, especialmente o da Argentina. Entende futebol como um fenômeno popular e das torcidas. Já colaborou com diversos veículos esportivos.

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