Governo pressiona pelo retorno dos torcedores visitantes aos estádios
Governo argentino se antecipa à votação do Comitê Executivo da AFA, sobre a volta de torcedores visitantes aos estádios. Na manhã de hoje, o chefe de Gabinete de Cristina Kirchner, Aníbal Fernández, disse que “sempre o governo nacional foi favorável à presenças dos hinchas visitantes e fez saber que na opinião do governo o futebol de ascenso perde muito de seu glamour sem os torcedores visitantes.
“Não há muito sentido nisso (proibir a participação do público visitante). É como se você tivesse uma pizzaria e não quisesse vender pizza”, declarou Fernández ao programa de TV Baires Directo. Desta forma, expressou sua confiança na decisão favorável do Comitê Executivo da AFA sobre a volta dos torcedores, além de contar com a pressão da AFA junto aos responsáveis pela segurança nos estádios, já que na sua opinião a falta de segurança não pode continuar a ser motivo para a ausência dos torcedores.
“Desde o governo Néstor Kirchner sempre fomos favoráveis aos torcedores visitantes, porque acreditamos que essa seja a solução aos problemas de segurança, cuja solução temos que buscar por outras vias”. E continuou. “Se existem aqueles que geram vandalismo, temos de excluí-los definitivamente dos estádios”, disse o chefe de Gabinete, que deixou clara a posição do governo sobre o assunto.
Para a maioria dos cronistas argentinos, o informe coloca pressão sobre o Comitê Executivo da AFA, que se reunirá hoje à tarde para a decisão sobre o assunto. Contudo, é bem possível que esta posição faça justamente o contrário: alivie a entidade máxima do futebol argentino de uma decisão que novamente a colocaria em rota de colisão com setores da sociedade que não têm visto com bons olhos suas últimas ações. Dessa forma, tanto a AFA quanto seu dirigente máximo, Julio Grondona dividiriam com o governo o peso de uma decisão que já sofre condenação antes mesmo de ser aprovada.
Se a votação for pelo retorno dos torcedores aos estádios adversários, se reverterá uma medida que já dura quatro anos, quando em julho de 2007 o mesmo Comitê decidiu pela proibição. Quanto à responsabilidade pela segurança nos estádios, ela ficaria a cargo dos responsáveis pela segurança em cada província argentina.