Godoy Cruz bate o Peñarol em Mendoza

Desde Buenos Aires – Era um jogo de contrastes válido pelo grupo 8 da Copa Libertadores. De um lado o tradicional Peñarol, primeiro campeão do torneio, detentor de cinco títulos e acostumado aos torneios internacionais, além de ter sido finalista na última edição da Copa. Como mandante, se apresentava o Godoy Cruz de Mendoza, que disputa sua segunda Libertadores seguida. No ano passado, foi impedido de ir às oitavas justamente pelo Peñarol, que o derrotou nas duas partidas válidas pelo Grupo 8.

Mas apesar de todo o histórico do Carbonero na principal competição das Américas, quem tomou controle das primeiras ações da partida foi o Godoy, que aos 3 minutos chegou perigosamente com Villar. Os uruguaios responderam quase que imediatamente com Pérez que finalizou fraco de perna esquerda dentro da área e depois com Aguiar, que obrigou uma saída corajosa do goleiro Torrico.

Com 15 minutos, o jogo se apresentava muito interessante e com possibilidades para ambas as equipes. Villar, era até então o grande destaque com aparições em todos setores do campo e com uma linda seqüência de dribles próximo ao círculo central.

A grande chance para os visitantes se apresentou novamente nos pés de Aguiar, que soltou uma bomba de fora da área que explodiu na trave direita do gol da equipe mendozina, o goleiro só observava sem ter mais o que fazer além de torcer.

Aos poucos o Peñarol tomou controle da partida e jogava no campo do rival. Sempre com Aguiar e Pérez, que recebeu um lindo passe do voltante e deslocou do arqueiro, mas a bola perdeu-se pela linha de fundo. Os donos da casa só voltaram a se apresentar ofensivamente já no final da primeira etapa com um disparo de muito longe de Villar.

Foi um primeiro tempo de jogo equilibrado com melhores oportunidades para os visitantes. Os uruguaios mantinham a bola nos pés e envolviam os volantes e defensores do Godoy Cruz que vivia de lances esporádicos e dependia de momentos de iluminação de seu camisa 8.

E foi justamente com Villar que o Godoy Cruz encontrou seu gol. Numa jogada de linha de fundo, cruzamento do lado esquerdo e o craque apareceu livre para completar de chapa e de primeira, para o fundo das redes uruguaias, 1 a 0.

De fato o resultado não representava o que se via no campo de jogo e agora o Peñarol precisava sair para buscar o resultado. E as coisas deram volta de tal maneira, que ainda sofreu com a expulsão de González depois de receber o segundo amarelo.

Aos 25 minutos, dois grandes lances. Villar cobrou com força uma falta próxima a lateral, o goleiro rebateu e a bola sobrou nos pés do brasileiro João Pedro, atleta da equipe uruguaia, que na metade de campo deu um passe milimétrico para Estoyanoff. Eram dois jogadores do Peñarol contra um defensor argentino, mas hora de cruzar para o centro, Estoyanoff jogou no corpo do defensor a melhor oportunidade de empatar.

Depois foi a vez de todo o estádio prestar reverência ao autor do gol, Villar, que visivelmente cansado, precisou ser substituído.

Mas o lance mais incrível da partida foi proporcionado por Ramirez, que recebeu lançamento desde a metade do campo, correu sozinho após a falha do zagueiro, limpou o goleiro e na hora de concluir para o gol vazio, a bola deu um salto que acabou por atrapalhar a conclusão do goleador que isolou a bola por cima do gol.

Nos minutos finais a partida fica mais pegada e o juiz distribui cartões amarelos para os dois lados numa tentativa de tentar esfriar os ânimos. Os donos da casa ainda reclamaram de um pênalti sobre Ramirez já nos descontos.

Fim de jogo e vitória do Godoy Cruz sobre o Peñarol com a contagem mínima. Um placar que talvez não tenha sido o mais justo num jogo que durante todo o primeiro tempo foi de superioridade uruguaia. O gol no início da segunda etapa obrigou os uruguaios a buscarem mais o jogo e abrirem espaço para perigosos contra golpes da equipe mendozina, que foi superior durante todo a parte complementar, apesar da valentia dos visitantes para buscarem a igualdade.