Hoje o maior artilheiro da Argentina no século XX – ou o único artilheiro da Argentina superado por Lionel Messi, como queira – chega aos cinquentinha. Ou o goleador dos últimos títulos da seleção. Ou da última conquista da Roma na Serie A. Predicados não faltam mesmo para atestar a qualidade de Gabriel Omar Batistuta, um ícone do futebol dos anos 90 sem se limitar apenas àquela década. Hora de relembrar El Batigol.
Por essas ironias da vida, Bati acordou tarde para o gramado. Preferia as quadras: sua bola preferida na juventude era a laranja do basquete, mas o desempenho de Maradona na Copa de 1986 foi demais para o santafesino de Reconquista. Começou a dar então seus chutes no clube local de mesmo nome. Numa partida de aspirantes contra o Newell’s, chamou a atenção de Jorge Griffa, antigo ídolo de oponente (e do Atlético de Madrid) que se convertera em um dos maiores olheiros do futebol argentino. Logo foi incorporado para a base rojinegra. Após dois anos superando a distância familiar, poucos recursos financeiros e dieta para emagrecer, o atacante estreou no time adulto na terceira rodada da temporada 1988-89, recomendado ao técnico José Yudica pelo treinador dos juvenis: um ainda obscuro Marcelo Bielsa. Entrou no segundo tempo contra o San Martín de Tucumán, sem evitar a derrota de 1-0.
Em paralelo, o NOB, recém-campeão argentino da temporada anterior, começava a disputar também a Libertadores 1988, época em que o torneio era realizado somente no segundo semestre. E foi sob o peso de uma semifinal de La Copa que o recém-saído da quarta categoria leprosa fez seu primeiro gol profissional. Foi no jogo de volta de um confronto doméstico contra o San Lorenzo, clube de porte maior e já àquela altura sedento de modo especial pela conquista – era desde 1986 o único dos cinco grandes argentinos que ainda não havia levantado a taça continental. No campo do Vélez (era a década em que o Sanloré, sem estádio, alugava outros por toda Buenos Aires), o prata-da-casa liquidou a fatura. Um chute de fora da área desviou em um zagueiro e encobriu o goleiro Esteban Pogany, colocando 2-0 no placar aos 10 minutos do segundo tempo.
O jogo terminou em 2-1, com a Lepra (que já havia ganho o jogo de ida por 1-0) garantindo-se em uma final – e com Batistuta a já ter a titularidade nas duas partidas da decisão. Os rosarinos chegaram a sonhar com o título, ao vencerem por 1-0 no Coloso del Parque, mas em Montevidéu o tradicionalíssimo e escolado Nacional não deu chances: 3-0. Ainda não era o fim: houve uma prorrogação, mas o placar dela em 0-0 fez o troféu, pela diferença de gols no tempo normal, permanecer no Uruguai. Na ressaca, o Ñuls terminou o campeonato argentino de 1988-89 apenas em décimo segundo. Mas Bati, embora ainda inexperiente, já havia atraído olhares europeus: no torneio italiano de Viareggio, uma das mais tradicionais competições juvenis no mundo, ele, atuando emprestado ao Deportivo Italiano junto com outras promessas leprosas, foi o goleador da edição realizada em janeiro de 1989.
Cliente desde então do empresário Settimo Aloisio, detentor de seu passe, Batistuta esteve perto de ficar na Itália já ali; conversou com a Cremonese, que acabou preferindo seu colega Gustavo Dezotti, que de fato viraria ídolo em Cremona e figuraria pela seleção na Copa de 1990. Bati teria que aguardar um pouco mais para explodir, embora não tenha deixado de ascender na carreira: em meio à liguilla pre-Libertadores (na época, só o campeão argentino ia diretamente ao torneio; a outra vaga era disputada nessa repescagem cheia de anedotas que unia normalmente do vice ao nono colocado), Aloisio o emprestou a uma camisa bem mais pesada, a do River, que incorporou-se na mesma época com Hernán Díaz e Ramón Medina Bello. No início da liguilla, ainda pelo Newell’s, o jovem pôde marcar seus únicos gols no Clásico Rosarino – foram dois, em 5-3 sobre o Rosario Central no estádio neutro do Ferro Carril Oeste.
Batistuta chegou a Núñez especialmente para os jogos decisivos da liguilla (que existiu de 1986 a 1992 e cujos vencedores não se inibiam de dar até volta olímpica) e a primeira impressão foi muito boa, fazendo o gol do pequeno “título”. Na realidade, um golaço em que, girando o corpo, acertou o canto em um chute na entrada da grande área. A vítima? Novamente o San Lorenzo. Logo engatou uma titularidade, mas o bom momento no novo clube foi breve. Batistuta foi um dos millonarios que perderam pênalti na eliminação frente ao Grêmio na Supercopa de 1989. E quando Daniel Passarella assumiu o comando técnico no lugar de Reinaldo Merlo em 1990, o jovem perdeu sequência, começando ali a má relação com o ex-zagueiro. O Millo foi campeão com sete pontos de vantagem para o vice, em um título sem muito vestígio do reforço, que atuou em 19 dos 38 jogos e marcou três vezes – o último, ainda na 10ª rodada.
A falta de espaço com a banda roja o fez se transferir diretamente para o arquirrival. No Boca, estreou em setembro de 1990, sob natural desconfiança. Além do recente passado no “inimigo”, ainda não havia se tornado o goleador que prometia – além da passagem frustrante pelo River, mesmo no Newell’s Bati só entraria para a galeria de personalidades com o tempo, pelo que faria futuramente; ainda era visto como um tanto indeciso e lento nos tempos em que esteve no Parque Independencia, e parte da torcida ainda o vê como ingrato por ele preferir sempre exaltar mais o Boca. Em seus primeiros meses como auriazul, porém, ele realmente não explodiu sob o técnico Carlos Aimar. Mas continuava bem detectado pelo olho clínico de Bielsa (promovido a técnico do time principal da Lepra naquele ano), em um reencontro contra sua primeira equipe. Para enaltecer o desempenho de Mauricio Pochettino, então com 17 anos, em jogo de dezembro de 1990, Bielsa indagou a um jornalista: “você viu como ele anulou o Batistuta?”.
O arranque do atacante, que marcara só dois gols em seu primeiro semestre no Boca, não tardaria mais. Aimar caíra após um fraco desempenho do time naquele Apertura, substituído então pelo uruguaio Oscar Tabárez para o Clausura 1991 – foi naquela temporada 1990-91 que esse formato em Apertura e Clausura foi adotado. Sob El Maestro, finalmente surgiu o Batigol. Já eram cinco tentos até o final de fevereiro, incluindo um 2-0 contra o River no torneio de verão de Mar del Plata com dois dele, marcando pela primeira (e segunda) vez no Superclásico. Instigado pelas poucas oportunidades que tivera no arquirrival, Batistuta continuou um praticante recorrente da lei do ex. Disputou outros quatro duelos contra o River, todos naquele primeiro semestre de 1991. E ele e o Boca venceram todos, com o santafesino marcando outras duas vezes – ambas em outro 2-0, agora válido pela Libertadores e em pleno Monumental de Núñez.
Aquela vitória serviu para praticamente eliminar o rival em plena primeira fase, em contexto dos mais humilhantes: o River ficou em último em um grupo de quatro integrantes onde os demais três avançaram. Na última partida, um empate de compadres entre Boca e Oriente Petrolero, os dois com cinco pontos (então os mesmos do River, que não teria mais jogos), classificou ambos juntamente com o líder Bolívar. Por aquela Libertadores, as duas maiores torcidas brasileiras também conheceriam Batistuta. Os xeneizes passaram pelo Corinthians nas oitavas-de-final e pelo Flamengo nas quartas, com o atacante marcando quatro vezes: dois nos 3-1 sobre os paulistas na Bombonera e um em cada jogo contra os cariocas (que perderam por 2-1 no Maracanã e 3-0 em La Boca). A queda veio na semifinal contra o futuro campeão Colo Colo, não sem tumulto, por conta de agressões extracampo dos dois lados. A chamada “Batalha de Santiago” já mereceu um especial do FP, aqui.
As forças logo se redirecionaram ao Clausura, uma vez que o Boca já completava dez anos sem títulos argentinos – o último fora na curta primeira passagem de Maradona, em 1981. Já era o maior jejum doméstico do clube. Em grande dupla com Diego Latorre, Batistuta marcou onze vezes (com destaque para três em um 6-1 no Racing do goleiro da seleção, Sergio Goycochea, com a idolatria angariada na Copa de 1990 ainda fresca) e os bosteros ficaram, de forma invicta, com o torneio. Mas ainda não com o campeonato: naquela temporada, Apertura e Clausura ainda não eram títulos separados, com o formato prevendo uma só taça, a ser disputada em finais caso clubes diferentes vencessem cada turno. Assim, o troféu da temporada 1990-91 seria definido em tira-teima contra o vencedor do Apertura, precisamente aquele Newell’s de Bielsa, cheio de ex-colegas da revelação do campeonato.
Nos dois jogos da decisão contra os rubronegros, o ataque auriazul não foi composto por Latorre e Batistuta, e sim por Gerardo Reinoso e o brasileiro Gaúcho, emprestado pelo Flamengo apenas para aquela ocasião com a artilharia da Libertadores de 1991 como credencial. O sucesso da dupla titular a havia catapultado para a seleção argentina, que paralelamente preparava-se para a Copa América – Batigol estreou curiosamente no Pinheirão em Curitiba, em 1-1 com o Brasil. Aquelas finais argentinas de 1991 ocorreram nos dias 6 e 9 de julho, ao passo que a Albiceleste já jogava desde o dia 8 a sua Copa, com Batistuta marcando dois gols nos 3-0 sobre a Venezuela. Em paralelo, após uma vitória de 1-0 em casa para cada lado, o time de Bielsa soube levar a melhor nos pênaltis em plena Bombonera; Latorre contaria que ele e Bati acompanharam a partida via rádio na concentração em Santiago, terminando ajoelhados quando ouviam “o esforço de seis meses” ir pelo ralo.
Restou curar a ressaca com a quebra de um jejum de 32 anos que a Argentina sentia na Copa América, mesmo desfalcada de Maradona, suspenso por um ano e meio por conta de doping positivo para cocaína. A equipe soube se comportar bem sem ele, e o novato seria a grande referência da campanha redentora, em grande dupla com Claudio Caniggia – com quem comparte semelhanças além da nacionalidade, origem italiana e cabelos compridos: jogaram nos dois principais clubes argentinos; ganharam sem destacarem-se tanto no River; foram depois mais queridos no Boca, ainda que sem medalhas; passariam pela Roma; foram colegas naquela Copa América e nas Copas do Mundo de 1994 e 2002, onde fecharam seu ciclo na seleção; desentenderam-se com Passarella; e encerraram a carreira no Qatar.
Na Copa América de 1991, Batistuta só não marcou no 0-0 contra os anfitriões chilenos no quadrangular final, deixando uma marca em todos os outros jogos – contra o próprio Chile (1-0) e o Paraguai (4-1), na primeira fase (1 a 0); e contra Brasil (o terceiro no 3-2, com seu cabeceio deixando Taffarel na saudade logo no primeiro minuto do segundo tempo) e Colômbia (2-1), no quadrangular final. Até a sua última partida pela Argentina, só uma vez começou no banco. Seus seis gols lhe deram ainda na artilharia da competição. Em seguida, uma nova decepção, integrando o Boca vice da última liguilla, para o San Lorenzo, nas últimas partidas do Batigol pelo campeonato argentino: a conquista com a seleção credenciou Batistuta e seus colega Latorre e Antonio Mohamed à Fiorentina, embora só Bati realmente ficasse em Florença, com o limite de não-italianos rendendo empréstimos dos outros dois.
Na Toscana, o centroavante passaria os próximos nove anos, com desempenhos ascendentes de gols, que fizeram Batigol ser chamado também de “Rei Leão”. Os treze da temporada de estreia, a de 1991-92, subiram para dezesseis na seguinte. E foi nela que Batistuta virou um semideus florentino. Em uma época em que a liga italiana era a mais badalada e equilibrada do mundo, a Fiorentina ficou em antepenúltimo entre 18 competidores mesmo com menos de dez pontos a separando da quarta colocada, a Juventus. A queda veio nos critérios de desempate com a Udinese, que havia somado os mesmos 30 pontos da Viola. A Serie B não deixava de ter um ótimo nível e o atacante seguiu atuando na seleção, emendando o rebaixamento com um bi seguido na Copa América. Na época, a Argentina inclusive ultrapassou o Uruguai como maior campeã do torneio, sem imaginar que seria sua última conquista pelos 25 anos seguintes (e contando).
E coube a Batistuta marcou os gols do último título da seleção principal, ambos no 2-1 sobre o estreante México do veterano Hugo Sánchez. A boa fase seguiu na campanha de 1993-94 da segundona italiana, na qual o atacante de 24 anos fez os gols que promoveram o imediato retorno da Fiorentina à Serie A. Tão popular ficou que uma anedota que se tornaria comum é a de que ele seria eleito prefeito de Florença se concorresse no pleito. Foram cinco pontos de vantagem sobre o vice, quando a vitória ainda valia seis, embalados por 16 gols do argentino – que, em paralelo, também tirava a Argentina do aperto na repescagem que ela precisou jogar com a Austrália para se garantir na Copa de 1994; foi de Bati o único gol do jogo da volta, em Buenos Aires. Um gol “espírita”: da ponta-direita, ele procurou cruzar a bola, que desviou em seu marcador e encobriu o goleiro rival.
Em sua estreia mundialista, Batistuta igualou o feito do artilheiro da Copa do Mundo de 1930, Guillermo Stábile: fez três gols no jogo, nos 4-0 sobre a Grécia, embora o recordado golaço da icônica comemoração de Maradona tenha ofuscado tudo, no último gol de Dieguito pelo país. Maradona já não era o único craque do elenco, a contar com as boas fases também de Caniggia e Fernando Redondo, mas o corte do camisa 10 inegavelmente abalou os ânimos. Batistuta marcou mais um gol, nas oitavas-de-final, onde não evitou o 3-2 perdido em jogão com a Romênia. Foi justamente essa a única vez em que ele marcou e a Albiceleste perdeu. Na retomada do calcio, os gols não pararam de sair: depois dos dezesseis que fizera na segunda divisão, Bati marcou 26 no retorno à elite, números que lhe deixaram na artilharia do campeonato de 1994-95 – onde estabeleceu recorde de rodadas seguidas marcando (onze, exatamente nas onze primeiras).
Sem mais Maradona, a nova referência da Argentina esteve nos ombros daquele goleador firmado. E Batistuta engatou mais uma artilharia em nova Copa América, apesar da queda nas semifinais para a mão de Túlio. E em 1996, pouco após erguer a Copa da Itália com a Fiorentina (com direito a três gols nas semifinais com a Internazionale e novos tentos nas duas partidas finais contra a Atalanta da revelação Christian Vieri) e também a Supercopa local (marcando os dois no 2-1 sobre o Milan), já era também o maior artilheiro da seleção, superando o próprio Maradona – embora o feito tenha sido ofuscado pelo empate do Paraguai com gol do goleiro José Luis Chilavert no Monumental. Depois de um ponto fora da curva na temporada 1996-97, com apenas doze gols na Serie A, eles ressurgiram nas posteriores: nas duas seguintes, Batistuta marcou 21 vezes em cada.
O desafeto Daniel Passarella, que testara Hernán Crespo ao longo de 1997 como centroavante, teve que se render e escalar Bati na Argentina de 1998, embora continuamente o substituísse, como na fatídica eliminação contra a Holanda (que levou uma bola na trave de Bati). Apesar das rusgas, aquela foi a melhor Copa do atacante, que era o artilheiro até o croata Davor Šuker supera-lo em um gol na partida do bronze. Três deles vieram novamente em um só jogo (nenhum outro atacante da Albiceleste conseguiu dois hat tricks em Copas do Mundo), contra a Jamaica, e deixou outro no clássico com a Inglaterra. E os 30 anos somados em 1º de fevereiro de 1999 não pesaram: foi a temporada em que a Fiorentina terminou a primeira metade da Serie A na liderança, perdendo fôlego na reta final. Também não houve consolo na Copa da Itália: a Viola chegou à final e Batistuta deixou seu gol em Gianluigi Buffon, mas o forte Parma do goleirão (protegido na zaga por Fabio Cannavaro) prevaleceu.
Na época, apenas Ronaldo era mais caro que o argentino, e ainda assim por diferença de apenas 500 mil dólares. Mas Bielsa preferiu testar alternativas ao ex-pupilo, convocando uma seleção caseira para a Copa América de 1999. Batigol foi ganhar sequência com Bielsa em 2000, ano em que deixou a Fiorentina como o maior artilheiro da história do time, que ergueu-lhe até uma estátua no estádio Artemio Franchi. Em sua última temporada ali, fez 23 gols (um a menos que Andriy Shevchenko, artilheiro da liga) diluídos na sétima colocação, com alguns marcados nos principais oponentes: dois na Internazionale (derrotada no San Siro por 4-0), dois na dobrada campeã Lazio, um na Juventus, um no Milan e outro na Roma. E foi a Roma quem o contratou, por um valor entre 32 e 35 milhões de dólares. O clube da capital ansiava responder o feito da arquirrival Lazio, que, além de ter faturado a liga e a Copa da Itália em 2000, se igualara aos giallorrossi em número de scudetti.
Mesmo aos 32 anos, Bati demonstrou ótima forma, sendo o artilheiro romanista, com gols que incluíram um no dérbi romano (2-2) e outro sobre a sua antiga Fiorentina (1-0), em que ele chorou. Bati, Montella e Totti fizeram a Roma ter o melhor ataque e, mais do que isso, ser campeã depois de 18 anos do time de Falcão e Bruno Conti. Não só a resposta aos laziali veio rápida, como deixou novamente a Loba na frente – os três títulos a dois mantêm-se até hoje. Infelizmente, a insegurança na Colômbia fez a AFA optar por não se fazer representar na Copa América de 2001, último ano de ponto de bala do atacante. Na temporada subsequente, a Roma perdeu o título italiano por um ponto, resultado que poderia ter sido outro não fossem problemas no joelho do argentino, que só marcou seis vezes (ainda assim, o suficiente para alcançar Roberto Baggio entre os maiores artilheiros do calcio que estavam em atividade). Crespo, Simeone, Ayala e Verón também tiveram desempenhos mais abaixo do habitual em seus respectivos clubes, ainda que isso não afastasse o caráter surpreendente da eliminação na primeira fase da Copa do Mundo.
Na Ásia, a boa impressão inicial deveu-se ao veterano, autor do único gol contra a Nigéria. Àquela altura, ele tinha simplesmente média de um gol por partida em Copas – onze, com o então recorde de Gerd Müller à espreita. Mas seu rendimento nos jogos seguintes não foi o mesmo. Em ambos, Crespo o substituiu já no início do segundo tempo e a história é conhecida. Cruelmente, o gol sueco na eliminação veio um minuto depois que ele deixou o gramado. Foi a melancólica despedida do Batigol das Copas e da Albiceleste. Se Messi o superou (ainda que precisando de muitos mais jogos), Batistuta segue como maior goleador da Argentina em Mundiais; e por ela na Copa América só fez menos que o maior artilheiro da competição, Norberto Méndez. E é o quarto mais veterano a ter marcado um gol pela Albiceleste, atrás de Maradona, Martín Palermo e Ángel Labruna. Sua carreira não durou muito depois, com declínio acentuado na temporada 2002-03 (na qual dividiu-se entre Roma e Inter) – seguido pelas chuteiras penduradas no Al Arabi, como artilheiro da liga do Qatar; e tentativas de novas carreiras como gerente do Colón ou jogador de polo.
Salve Batigol! Mais abaixo, um vídeo com todos os seus gols por clubes argentinos e outro com os 56 feitos com a seleção.
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