FP Entrevista: Dátolo fala sobre o corte de 2010 e sobre seu atual momento no Galo
Preterido por Diego Maradona às vésperas da Copa do Mundo de 2010, o argentino Jesús Dátolo lamentou a sua ausência naquele Mundial. O jogador passava por um bom momento no Napoli (ITA) quando teve a oportunidade de vestir a camisa da Seleção pela primeira vez, marcou dois gols em três jogos – um deles contra o Brasil, “o mais bonito da minha carreira”-, mas o insuficiente para estar na lista dos 23 jogadores que foram para a África do Sul. “Fiquei triste”, contou o jogador em entrevista exclusiva ao Futebol Portenho no último sábado.
Nos últimos dois anos, o meia nascido em Carlos Spegazzini, na Grande Buenos Aires, vive no Brasil. Chegou em janeiro de 2012 no Internacional, marcou um gol logo em sua estreia, e justamente contra o Grêmio. Mas uma lesão na hérnia, meses depois, o tirou de combate. Quando retornou, perdeu espaço no Colorado. A alternativa foi uma transferência para o Atlético-MG, recém campeão da América. Ali, foi improvisado, por inúmeras vezes na lateral esquerda. Até que nas últimas semanas, o jogador voltou a sua posição de origem e, inclusive, já deixou sua marca.
Ainda que com 30 anos, Jesús Dátolo acredita que terá condições de jogar o seu único Mundial. O jogador não foi lembrado por Sérgio Batista ou Alejandro Sabella neste último ciclo. Terá de assistir o Mundial pela TV, por mais uma vez. E garante que apoiará a sua seleção, que ficará hospedada em “sua casa”, no Centro de Treinamento do Galo. “Argentina é Argentina. Tem chances de ser campeã”, disse o jogador ao FP.
Confira a entrevista com Jesús Dátolo realizada no último sábado, por telefone, um dia antes da partida contra o Criciúma, em que foi titular:
Como é voltar a jogar em sua posição de origem depois de tanto tempo sendo testado na lateral esquerda?
Está sendo muito bom. Me sinto muito bem, cômodo jogando na minha posição. É ali que eu posso demonstrar meu futebol, que eu posso fazer o meu melhor
Como tem sido a adaptação ao futebol brasileiro, tanto dentro como fora de campo?
Está muito bem. Tanto dentro e fora. Os brasileiros me tratam bem, recebo um carinho constante. Me sinto bem jogando aqui no Brasil.
Qual a diferença do jeito de jogar nos clubes brasileiros e argentinos?
O argentino tem um jeito e o brasileiro outro. Aqui é mais jogo bonito. Lá é jogo bonito e raça. Os dois são muito bons.
Como você avalia o seu desempenho no futebol brasileiro?
Tive azar com a lesão. Quando cheguei ao Inter fui escolhido como o melhor do Gauchão e depois tiver uma hérnia, passei por uma cirurgia e isso atrapalhou muito. Agora estou voltando ao meu nível e estou muito feliz
Em 2009, você chegou a marcar um gol no Brasil naquela derrota em Rosário. Foi o gol mais bonito que você já marcou?
Foi uma partida diferente, com uma importância do jogo que representa muito para o Mundo. Com certeza foi o gol mais bonito que eu já fiz na vida. Perdemos, mas pessoalmente foi uma lembrança muito boa na minha carreira.
Em 2010, você chegou a estar na lista dos 30 jogadores convocados para a Copa do Mundo, mas depois foi cortado. Qual foi a sensação naquele momento do corte?
Fiquei triste, pois tinha ilusão de jogar o Mundial pela primeira vez. Mas acabei não indo. Mas o futebol sempre tem novas oportunidades e espero novas chances mais a frente e realizar o sonho de ir para a uma Copa do Mundo. Infelizmente não tive chance de voltar agora.
Qual a sua expectativa quanto a Seleção Argentina durante a Copa do Mundo? Acredita em título?
A Argentina é sempre Argentina. Tem muitas chances. Mas muitas seleções também chegam bem, com o Alemanha, Brasil a Inglaterra. Vai ser um Mundial muito disputado. Não sei ao certo dizer quem será campeão, mas a Argentina tem muita chance.
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