Desde Buenos Aires – Final de tarde na capital da Argentina. A temperatura amena suaviza o que antes foi um dia de intenso calor. Os últimos raios de sol se despedem refletindo sua luz ao longo das Avenidas Diagonal Norte e Avenida de Mayo, por onde também caminha uma imensa marcha de torcedores fiéis a um propósito. No encontro destas duas grandes vias, está a Plaza de Mayo, sede do governo nacional e onde outros milhares de fanáticos aguardavam aqueles que saíram do coração de Boedo em uma imensa procissão. Eram bandeiras, faixas, bumbos e camisetas que pintaram o centro de Buenos Aires nas cores do San Lorenzo.
Assim que o relógio marcou seis da tarde, horário de saída dos trabalhadores do microcentro bonarense, inúmeras camisetas do Ciclón surgiam por debaixo dos ternos e uniformes. Aos poucos se somavam à grande concentração de torcedores que faziam das ruas, uma extensão do Gasómetro, era a esperada marcha de 8 de março ou simplesmente 8M como preferiram os idealizadores para criar um logo com a palavra “VOLV8MOS”.
A mesma torcida que sofre com o fantasma do rebaixamento neste campeonato não duvidava na hora de escolher. Se preferem voltar a Boedo ou escapar do descenso? Pergunta de fácil resposta, Boedo é a “terra santa” como eles mesmos definem e por ela, reuniram aproximadamente 100 mil pessoas ontem. “Podemos cair, mas depois subimos. Boedo é a nossa história, nossa vida”, alegava Nicolás Laurenzi, fanático.
Muitos se fizeram presentes. Torcedores ilustres, a “barra brava”, agrupações de sócios conhecidas como “peñas” e famílias, muitas famílias. Impressionava a quantidade de pais e mães que trouxeram seus filhos como quem tenta explicar o que representa Boedo na vida deste clube. Toda uma geração que nunca viu o San Lorenzo jogar no Viejo Gasómetro, gritava pelo retorno a sede da Av. La Plata.
Entre os vendedores ambulantes, a camiseta de maior saída, era uma que estampava um estádio puxado por um grupo de torcedores. Nas costas, escrito em azul e grená: “Eu ajudei na compra da terceira propriedade”. Os fundos arrecadados servem para bancar o projeto de lei “Restituição Histórica”.
Os turistas que escolheram casualmente este dia para fazer o tradicional itinerário da Plaza de Mayo, se surpreenderam com o que encontraram. Não sabiam ao certo do que se tratava e quando eram informados de que tudo era organizado por torcedores de um clube de futebol, americanos, ingleses, alemães e até mesmo brasileiros, faziam uma cara de espanto seguida de um sorriso e da palavra “impressionante”, recitada em todos os idiomas.
Quem sim falou e agradou a todos foi Adolfo Bernardo Resnik, da “Subcomisión del Hincha” e líder do projeto Restituição Histórica. “Esta causa que anos atrás alguns chamavam de silenciosa, saiu do silêncio e resultou neste projeto. O projeto está muito avançado na parte técnica e na parte econômica”, disse Resnik.
Que a demonstração de força de sua torcida na noite de ontem sirva de exemplo a jogadores e dirigentes, para que ambos, como diz uma das canções de arquibancada “não falhem a sua gente, esta que sempre está presente”.
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O San Lorenzo pode não ser lá essas coisas quando o assunto é tradição e títulos. Mas, em termos de mobilização de sua torcida, dá de relho nos dois grandes.
Lembro de 2001, quando a infame ISL estava prestes a fechar parceria com o clube. Essa mesma massa impediu que o clube fosse privatizado.
Na mesma época, os jornais aqui de Porto Alegre eram só elogios aos suíços e seu interesse no Grêmio. O resultado? Eis que o tricolor até hoje luta contra dívidas daquela época, além da divisão política causada entre os que se beneficiaram da roconha e os que não levaram o seu.
Se a torcida do River tivesse percebido quem é José María Aguilar, se soubesse da forma que ele troca favores com pilantras travestidos de jornalistas, se se mobilizasse como os Cuervos, talvez não estaria sofrendo com a flauta xeneize em torno do rebaixamento.