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Foi fácil: Vélez vence Iquique e chega às oitavas de final da Libertadores

Jogadores do Vélez abraçam Sebá, autor do primeiro gol fortinero

Vélez joga para o gasto e vence Deportes Iquique, fora de casa por 3×1. Com o resultado, o Fortín assegura vaga no difícil Grupo IV e deixa a briga pelo segundo posto com Peñarol e Emelec. O feito foi bem mais fácil do que parecia. O conjunto de Gareca teve tanta tranquilidade no jogo, que se deu ao luxo de ficar disperso e até correu riscos, no fim do primeiro tempo. Só que na etapa final, a equipe voltou focada e reassumiu o comando do jogo. Desta forma, os fortineros já estão nas oitavas de final da Copa e, como sempre, entram como favoritos ao título.

Já nos primeiros minutos ficou claro: era o confronto de um bom time de futebol contra um mero coadjuvante das disputas. O estádio refletia o clima do jogo, com suas arquibancadas esvaziadas. Do lado de fora da cancha era possível de se ver a beleza do mar, a arquitetura do lugar e o caráter turístico que reina em Iquique. Dentro das quatro linhas se via um gramado horrível que costuma ser palco de uma equipe mais ou menos na mesma condição: esforçada, mas sem o domínio do toque, da articulação de jogadas, da cobertura dos flancos e da luta errada no meio-campo.

Assim não foi surpresa quando o Vélez marcou logo aos seis minutos de jogo, com Sebá. Falta anotada, arremate executado, um ombro no meio do caminho para desviar e a pelota no arco. O guardametas local sequer se deu conta do que ocorreu. Piscou e a redonda já estava nas redes. O que não surpreendeu foi a tranquilidade com que ele foi buscar a “desconhecida” dentro do arco. Foi como se ele já estivesse muito bem acostumado a levar os golzinhos.

Sem esforço algum o Vélez foi se fazendo o dono do jogo. Percebeu que tava fácil demais e adotou a tática preguiçosa da espera. Esperava pelo erro do pobre rival para golpear. Foram várias chances até que Lucas Romero, aos 18, foi o nome do toque que fez a redonda parar no barbante: 2×0.

Possível não se sabe, mas o Vélez tentou. Sim, tentou dormir em campo e quase conseguiu. Ainda assim teve chances de ampliar à vontade. Não conseguiu e foi murchando aos olhos de todos. E apoiado pelos poucos “malucos” que foram ao Tierra de Campeones. os jogadores locais tiraram da própria alma um pouquinho de futebol. De maneira que o conjunto anfitrião pareceu vivo frente a um adversário que parecia morto ou que administrava mal a sua modorra. Disto resultou certa pressão para a qual os argentinos não pareciam preparados. Papa fez pênalti em Bogado e Díaz foi para bola. Jogou nas mãos de Sosa e, mais uma vez, dimensionou bem a qualidade futebolística do Deportes Iquique: pífia.

Pouco depois, não teve jeito. Sebá Domínguez recuou mal a pelota e Villalobos não perdoou: 2×1. E fim da primeira etapa.

No segundo tempo, o Vélez retomou logo o domínio do jogo. Parte disso ocorreu pela mobilidade de Copete; parte disso porque Gareca sacou Pocho Insúa, um dos mais sonolentos em campo. Mas convém salientar que o Fortín voltou à vida porque parou de dar chances para o azar e de subestimar o rival. Bastou isso para que o conjunto de Gareca voltasse a ser o dono do jogo. E novamente chamou a atenção a pouca energia que os argentinos canalizaram para a retomada das ações.

Aos cinco minutos, Lucas Romero foi o nome de quem fez a jogada e Copete o nome de quem empurrou e guardou a pelota: 3×1 para o Vélez. A partir disso, os fortineros praticaram o equilíbrio entre não se esforçar nem um pouco, mas sem dar campo para o esforçado rival. Desta forma, foi só administrar o resultado e comemorar a classificação às oitavas de final da Liberta. Desnecessário dizer que entra no mata-a-mata com pecha de favorito. Tem sido assim nas últimas edições do Torneio, o que prova que hoje o Vélez Sarsfield é sinônimo de organização e altivez no futebol argentino. Qualidades que não são para muitos.

Joza Novalis

Mestre em Teoria Literária e Lit. Comparada na USP. Formado em Educação e Letras pela USP, é jornalista por opção e divide o tempo vendo futebol em geral e estudando o esporte bretão, especialmente o da Argentina. Entende futebol como um fenômeno popular e das torcidas. Já colaborou com diversos veículos esportivos.

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