Ex-goleiro Andrada pode ser preso por participação em crimes da ditadura argentina
Para os brasileiros, Edgardo Andrada é o goleiro que levou o milésimo gol de Pelé. Para os vascaínos, um goleiro de saudosa lembrança, campeão brasileiro pelo clube. Mas para os argentinos, El Gato pode estar prestes a mudar de imagem: de bom ex-goleiro do Rosário Central para criminoso político nos tempos da ditadura militar.
Andrada é acusado de ter tomado parte, como membro civil do setor de inteligência do exército, de violações de direitos humanos. Segundo Juan Murray, que advoga a causa, o ex-goleiro está diretamente envolvido no sequestro e assassinato de dois militantes peronistas na cidade de Rosário, em 1983. O advogado apresentou documentos e testemunhas que comprovariam a participação de El Gato no episódio e pediu sua prisão.
Ontem Edgardo Andrada compareceu perante ao juiz Carlos Vilafuerte, e evocou seu direito de permanecer em silêncio. Agora o mesmo juiz terá dez dias para decidir se atenderá ou não ao pedido de prisão.
Edgardo Norberto Andrada tem 72 anos, e foi revelado pelo Rosário Central, clube pelo qual atuou durante toda a década de 1960. Depois de atuar por Vasco e Vitória, voltou para o país natal, onde defendeu o Colón. Ultimamente vinha atuando como treinador das categorias de base do mesmo Central onde iniciou sua vitoriosa carreira, mas foi dispensado das funções algumas semanas atrás, quando veio à tona seu envolvimento com a ditadura militar e a violação de direitos humanos.