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Erros maradonianos custam a Copa

Nunca se espera um placar tão elástico num duelo entre esquadrões de brasão de respeito na camisa. Principalmente quando se trata de germânicos e argentinos, homens que jamais protagonizaram um duelo desequilibrado nas Copas do Mundo. Para que houvesse uma primeira vez, portanto, apenas algo terrívelmente drástico poderia sobrepujar tal igualdade. Eis que a disparidade tática tratou de presentear a Alemanha com uma vantagem inegável. Joachim Löw contou com a estratégia que o trouxe até as quartas. Maradona insistiu nos erros, de modo que o 4 x 0 se tornou inevitável.

Pela primeira vez durante sua gestão, El Diez optou pela continuidade de uma escalação em dois jogos seguidos. A vitória aparentemente tranquila diante do México fez com que ele confiasse no 4-1-3-2, formado pelos mesmos 11 jogadores que triunfaram em Johanesburgo no último domingo. Curiosamente, quando o comandante enfim opta pela coerência, como pediam os críticos, é o momento que se configurou o principal erro. Algo que o treinador alemão não poderia deixar passar.

Löw tambem continuou com a mesma escalação e posicionamento tático. O mesmo 4-2-3-1 que não traz boas memórias aos ingleses. Do lado alemão, porém, esta manutenção estratégica significava o plano perfeito não só para explorar as falhas adversárias, mas para anular a principal preocupação de qualquer um que enfrente a Argentina ou o Barcelona: Lionel Messi, o melhor jogador do mundo.

Primeiro tempo

Não levou muito tempo para que ficassem evidentes as vulnerabilidades da Albiceleste e o fato da tática da Nationalelf saber exatamente como explora-las. Começaram pressionando a saída de bola, para que os atacantes argentinos não pudessem recebe-la com qualidade. Quando atacavam, Podolski era o mais acionado, pois Otamendi era o elo mais frágil na última linha argentina.

O zagueiro do Vélez, aliás, também falhou ao marcar Thomas Müller no gol relâmpago, assim como fez com Luisão na derrota para o Brasil em Rosário. Uma vez mais, o jogo aereo rendia frutos aos alemães e dor de cabeça à Maradona.

A Argentina não chegou a se abater naquele instante. Contudo, na hora de reagir, não conseguia se desvencilhar da marcação alemã, que de quebra ainda se posicionava para contragolpear. No meio, Messi sofria sozinho contra Schweinsteiger e Khedira. Pelos lados, di Maria e Maxi só apareceram na partida quando inverteram as posições. Graças a isso, o novo contratado do Real Madrid achou espaços contra Boateng, mas não se mostrou suficiente para sequer causar problemas a Manuel Neuer.

Segundo tempo

Apesar dos problemas, Maradona não julgou necessário substituir os jogadores que estiveram na etapa inicial. Simplemente ordenou que seus comandados persistissem na pressão pelo lado direito do ataque. Messi continuava sem ajuda para criar, e Mascherano para marcar. Algumas jogadas até saíram, Tevez teria marcado não fosse o rosto de Mertesacker no caminho. Mas ao seguir com as mesmas falhas, a Argentina se ofereceu para sofrer com a arma mais poderosa da Alemanha nesta Copa: o contra-ataque.

Graças a isso, a Nationalelf se desafogou da pressão com agilidade e conquistou a falta do segundo gol, também cometida por Otamendi. Ele também falhou ao deixar que Podolski conseguisse a lateral livre para achar Klose, livre de marcação, marcar o segundo.

Depois desta, Otamendi deixou o campo para a entrada de Pastore, habilidoso meia ofensivo. Só que naquele momento, a alma argentina já havia desmoronado completamente. Não havia organização para atacar e muito menos para se defender da impiedosa Alemanha. No lance do terceiro gol, por exemplo, eram homens de ataque que protegiam o desocupado lado direito, mas sem sucesso. O quarto tento não passou de mera formalidade, mas serviu para reiterar a força alemã como favorita ao quarto titulo.

Aos argentinos resta a desilusão de uma derrota incontestável e previsível, visto que nunca tiveram um time equilibrado, ou tampouco um técnico de qualidade. Maradona representava o orgulho de um país, mas a forma atribulada com que levou a seleção à Copa já evidenciava isso. Nem mesmo o melhor do mundo pode salva-lo, de modo que sua figura como treinador termina como oposto do que foi enquanto jogador. Até mesmo para seus súditos torcedores.

Thiago Henrique de Morais

Fundador do site Futebol Portenho em 2009, se formou em jornalismo em 2007, mas trabalha na área desde 2004. Cobriu pelo Futebol Portenho as Eliminatórias 2010 e 2014, a Copa América 2011 e foi o responsável pela cobertura da Copa do Mundo de 2014

View Comments

  • Foi uma lástima, realmente uma crônica d euma tragédia anunciada, e sua visão de jogo foi perfeita, Thiago.

    Apesar de ter até discutido com brahmeiros no caminho do trabalho, agora com mais calma podemos ver que seria muito difícil ganharmos a copa com Diego como DT, não só pelos adversários, como também pelas defifiências de nossa defesa.

    Achei que 4x0 foi muito, mas se compararmos com o futebol apresentado nas eliminatórias até que fomos longe. Agora é bola pra frente, cabeça erguida, e lutarmos para derrubar o maior culpado por esta nova decepção. JÚLIO HUMBERTO GRONDONA.

  • PERDEMOS, MAIS DA FORMA QUE FOMOS DERROTADOS É NO MÍNIMO HUMILHANTE QUE FIQUE MARCDO PELOS ERROS DA DEFESA QUE NÃO SÓ NA MINHA OPINIÃO MAS NA DE MUITOS ....SÓ RESTA 2014 !!! ... MESMO ASSIM SOU A ARGENTINA EM QUALQUER CONDIÇÃO........

  • Aconteceu algo anunciado há tempos. Diego jamais poderia ser técnico da seleção .Nunca imaginei que uma seleção do nível da Argentina pudesse ter jogadores como Demiquellis, jonas Gutierrez e o sofrível Otamendes que foi uma avenida em todos os lances do gol. Do meio de campo para frente a Argentina é mais talentosa que o Brasil , mas faltou time .
    Foi imperdoável a não convocação de Cambiasso e Zanete. Como brasileiro , espero ver nosso rival forte como antes . Espero que seja tirado algumas lições , mas se continuarem com Maradona ficará dificil.

    Um abraço

  • El lado positivo de una derrota como esta es que por lo menos no va aquedar un mal precedente con Maradona. Lo último que necesita nuestro sufrido pueblo es el ejemplo de un tipo conflictivo, resentido, soberbio y hasta inmoral, que fue improvisado en un puesto que requiere capacitación y competencia técnica, de la cual Maradona no tiene un solo pingo. Maradona se auto postuló a este puesto y fue “ acomodado por la AFA ” para evitar mas cuestionamientos a sus decisiones. Realmente hubiera sido lo peor que nos podría pasar, haber salido campeones. Hubiese sido el triunfo de lo poco serio, el triunfo de la improvisación, de los amigos, de la falta de seriedad, de que con abrazos y besos substituimos el sacrificio, la planificación, el trabajo de análisis, o sea hubiese sido el premio a la chantada…Ya tenemos demasiados ejemplos en nuestro país.
    Hoy estamos llorando por el partido perdido y estamos revolviendo para encontrar a los culpables. Pero la verdad es que los culpables somos todos los argentinos, que nos permitimos durante tantos años continuar con esta dirigencia en la AFA, vieja y corrupta. Es la culpa de dejar que un señor enfermo, drogadicto, egocéntrico, y sin ningún preparo moral e TECNICO, sea el entrenador. Alguien que no consigue ni siquiera conducir su vida, como puede dirigir un grupo de tanta gente con personalidades e egos tan diferentes? Podemos tener excelentes jugadores, como lo demuestran a diario en sus equipos, pero para que estos jugadores tan fantásticos en sus times se tornen un equipo falta mucho mas, falta comando, falta directriz, falta sacrificio y hasta en algunos momentos falta rigor. NO creo que se le haya dado alguna importancia a la parte física, la AFA le dio tan poca importancia a la preparación física, que Maradona terminó llevando a Signorini como preparador físico, que es la misma persona que estaba junto con él cuando fue expulso por dóping en USA/94. Y entonces hoy veíamos como los alemanes le sacaban 4, 5 cuerpos a los nuestros en cualquier corrida, en las pelotas divididas todas eran de los alemanes y en el tercer gol los últimos jugadores que llegaron al cruce del No 7 alemán, fueron Pastore y Higuain. Los que alguna vez jugamos al futbol nos preguntamos que partido intento jugar Maradona , que dos atacantes nuestros son lo que intentan evitar el gol contra Argentina?
    La verdad que nuestro “equipo” no pasó de unas buenas individualidades motivados por arengas, abrazos y besos….En cuanto en frente tenía un equipo de verdad, con espíritu de sacrificio, de voluntad y lo mas importante, había un plan de juego, ya que su entrenador como el propio dijo en la conferencia de prensa, había estudiado las deficiencias de la selección argentina, cosa que nuestro descerebrado “técnico” que por mas que se ponga traje y corbata y lleve un rosario en la mano, sigue siendo un descerebrado, como lo fue, tanto para convocar jugadores como para armar el equipo.
    Este señor si bien es verdad, nos hizo ganar un Mundial, pero ya nos ha hecho perder 2, será que vamos a permitir que nos haga perder el tercero?
    Basta de decir, “yo lo aguanto a Diego…”, el no merece no el aguante que le hacemos los argentinos, nosotros merecemos mucho mas….
    Fuera Maradona! Fuera Grondona! Y toda la banda de la AFA.

  • Acredito que o Maradona trouxe de volta o espírito de paixão para a albiceleste. É sempre fácil apontar culpados, dificil é dar a cara ao tapa.

  • concordo com o willian, grondona não dá.sobre o time, a zaga é fraca (sem samuel então), cambiasso e zanetti fora não existe. sem riquelme (ao meu ver,por causa de veron, pois os dois juntos não dá e, no fim, veron foi barrado),pra que higuaín,tendo milito,aguero e até mesmo palermo. muitos erros, poucos acertos.

    rumo 2014,com dom diego na torcida, por favor.

  • Apesar de seus 36 anos Zanetti fez muita falta, tenho a convicção que seria deiferente com ele na ala direita e cambiasso no meio como volante que sabe sair jogando.
    Creio que o maior erro foi a convocação de Maradona, uma seleção que quer ser campea não deve se dar o luxo de deixar de fora Cambiasso e Zanetti.

    Cambiasso sem sombra de duvida é o melhor volante do mundo . marca muito e tem gols.

  • Com mais uma eliminação precoce em Copas,a Argentina vai se apequenando no cenário mundial,está se tornando uma espécie de Uruguai dos anos 90/00,já se vai uma geração sem disputar uma semifinal sequer,Copa América não vence desde 93,o que me leva a constatar que um futebol talentoso como o argentino ter vencido apenas duas Copas é muito pouco e entre as quatro grandes potências do futebol é a que mais amarela,algo muito estranho.Aliás nem sei se a Argentina segue sendo uma grande potência do futebol,infelizmente.

  • claudemir o que estraga o futebol ARGENTINO E SUA DIRETORIA SENHOR GRANDONA por sinal ele so sai da afa morto gosto muito do futebol ARGENTINO seu campeonato mais e muito fraco o sistema de competiçao e tal pra nao cair os grande assim nao da tem que mudar isso acaba essa MAFIA deles começa a mudar si nao vamos ganhar mais nada bianchi na presidencia ja eo que me resta torce ou sonhar pra melhorar o FUTEBOL ARGENTINO!!!estou errado sera???podem falam mais acho isso e nem diego ficar vai adianta alguma coisa muito menos deus acho isso...
    FUERZA ARGENTINA
    AGUANTE

  • Já era algo previsto de acontecer, pq infelizmente o sistema defensivo da Argentina é muito fraco e contra uma seleção forte como Alemanha não se pode jogar com Otamendi e Demichelis, o que é um suicidio.E sem o Cambiasso e o Zanetti então nem se fala. Maradona pagou pelos seus erros e agora tomará que ele vá embora pq ele como técnico não dá. A Argentina precisa de um técnico experiente e inovador,coisa que o Maradona não é, precisa de um Carlos Bianchi, Ramon Diaz,Miguel Russo e etc....
    Fora Maradona e Julio Grondona, não precisamos mais de vcs, precisamos de renovação.

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