Enfim, com cara de grande
Após muitos esforços, finalmente o Rosario Central chega à liderança da B Nacional. Na rodada, bateu no duríssimo Boca Unidos, espécie de asa-negra canalla, e contou com a derrota do Olimpo para ultrapassar em pontos o conjunto de Bahía Blanca. Para alguns, tratou-se apenas de uma vitória qualquer sobre o conjunto de La Ribera correntina. Só que, para os entendidos, o resultado foi simbólico e diz muitas coisas. A principal delas é que o Canalla voltou a ter a fisionomia de gente grande, algo natural, justo e bem de acordo com a história, a torcida e as glórias do mais popular clube de Rosário.
São dez rodadas sem conhecer uma derrota, oito vitórias consecutivas na competição. No cardápio, triunfos contra o Crucero del Norte, em Misiones, até então um local dificílimo para se vencer o Colectivero; um 2×0 no Gimnasia La Plata; 2×1 sobre o Charro, no Merlo Norte e um placar simples, mas importantíssimo, sobre o Sarmiento, em Junín. Ao mesmo tempo, o líder Olimpo baixava a guarda e colecionava pequenos tropeços, como os empates contra o Douglas Haig e Crucero del Norte, em Bahía Blanca, além da recente derrota para o Defensa, em Florencio Varela.
E para chegar à liderança nada melhor do que uma vitória sofrida contra um osso duro de roer para os centralistas: o Boca Unidos de Corrientes.
Na formação titular, jogadores desacreditados, como Toledo, odiado por grande parte da hinchada canalla, “Sapito” Encina, de baixo rendimento na segunda parte da temporada anterior, pelo Instituto de Córdoba entre outros. Contudo, a grande transformação do Central ocorreu no banco de reservas.
Quando foi contratado para substituir Pizzi, Miguel Ángel Russo era uma certeza da direção, mas dividia opiniões entre os torcedores. E se o início do trabalho do novo treinador pareceu não alterar os rumos da equipe, no atual momento todos têm como indiscutíveis os méritos do novo treinador.
Foi Russo quem deu confiança a jogadores em baixa, mas com grande aceitação no elenco. Assim, fortaleceu o grupo e atribuiu certa familiaridade nas relações entre os atletas. Além disso, o treinador solidificou o sistema defensivo, pouco valorizado por Juan Antonio Pizzi.
Russo configurou o Central para atuar preferencialmente no contra-ataque, notadamente nas partidas fora de casa, além de fortalecer a ideia de que 1×0 é o mesmo que uma vitória de goleada. Para tanto, atraiu a atenção dos impacientes para si próprio e tirou os holofotes que antes estavam apontados somente para os jogadores. Como efeito imediato de sua atitude, o conceito de paciência foi massificado dentro do elenco e transcendeu para uma parte significativa dos torcedores, para os dirigentes e para a feroz imprensa rosarina.
Não deu outra. Após muito tempo, finalmente a hinchada canalla sente que tem uma equipe forte e capaz de recolocar seu clube na elite argentina. Com a vitória sobre o Boca Unidos e a derrota do Olimpo para o Defensa, eis como ficou a classificação da B Nacional:
1 – Rosario Central 40
2 – Olimpo 39
3 – Banfield 35
4 – Gimnasia Jujuy
5 – Atlético Tucumán
6 – Gimnasia La Plata 33
7 – Sarmiento 33
8 – Patronato 32
9 – Independiente Mendoza. 29
10- Defensa y Justicia 28
11- Almirante Brown 26
12- Ferro Carril Oeste 26
13- Aldosivi 26
14- Crucero del Norte 26
15- Huracán 25
16- Deportivo Merlo 22
17- Douglas Haig 21
18- Instituto 20
19- Boca Unidos 20
20- Nueva Chicago 17
Outros resultados da rodada:
Aldosivi 1×1 Banfield; Gimnasia (J) 1×0 Nueva Chicago; Dep. Merlo 2×3 Sarmiento; Douglas Haig 3×0 Independiente Mdz.; Instituto 2×3 Almirante Brown; Ferro 1×1 Atlético Tucumán; Crucero del Norte 0x1 Patronato; Gimnasia (LP) x Huracán (às 21h15, no Bosque).