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Empate sem gols em Avellaneda confirma ponta isolada para o Newell’s

Do Cilindro de Avellaneda – Era o jogo mais esperado da rodada. Racing e Newell’s num duelo crucial pela ponta do campeonato. Promessa de bom jogo com duas equipes que estão apresentando futebol de excelente nível. Mas na hora que a bola rolou as coisas não aconteceram conforme o esperado. Dois times com mais medo de perder do que vontade de ganhar. O Racing foi um pouco mais agressivo até mesmo pela necessidade porque jogava em casa, mas um empate sem gols foi o resultado mais justo. Melhor para os rosarinos que conseguiram manter a liderança isolada com 23 pontos. A Academia alcançou 21 pontos e é vice-líder.

AMBIENTE DO JOGO

O sábado amanheceu chuvoso e cinza em Buenos Aires. Mas conforme o dia foi se desenrolando, um entusiasmante calor de primavera acompanhado de um sol a pleno praticamente obrigou os portenhos a desfrutar o dia em algum dos diversos parques da cidade. Como o prenúncio diurno esteve altamente satisfatório, o Cilindro parecia uma extensão do lazer que os racinguistas decidiram dedicar ao dia. Certamente as últimas vitórias deram uma boa ajuda, mas fato é que a torcida compareceu com aquela rara sensação, tão estranha a eles; uma boa oportunidade de ser campeão.

Os leprosos também estavam presentes. E como estavam! Se fizeram escutar durante praticamente toda a partida e deixaram a capital da República da mesma forma como chegaram; com muita festa e líderes.

O JOGO

Quem assistiu somente os primeiros cinco minutos de jogo não tinha dúvidas: iria ser uma goleada do Racing. Foram minutos iniciais de pressão intensa que acabou encurralando o Newell’s no seu campo. Cámpora desviou de cabeça uma cobrança de falta e quase inaugurou o placar. Foi o suficiente para inflamar todo o estádio. Mas foi só. Só isso, mesmo. Dos quarenta e cinco minutos que fazem parte de um tempo de futebol, Academia e La Lepra jogaram apenas cinco deles.

Os visitantes colocaram os nervos no lugar, acertaram a linha de volantes e se fecharam atrás com uma extrema eficácia. Era um muro de concreto em vermelho e preto. Zubeldía insistia em apostar em um erro do adversário, mas nunca ocorreu. Quem esteve mais perto de dar uma mãonzinha ao que pretendia o DT do Racing, era Heinze. Nem de longe lembra aquele jogador que um dia chegou a vestir a camiseta da seleção e disputou uma Copa do Mundo. Impreciso, lento e até mesmo inseguro, perdeu quase todas as disputas de bola que esteve presente. Mas justiça deve ser feita. Levou uma pancada de Camoranesi já quase no final de jogo que parecia mais uma tentativa de assassinato.

Vietto e Centurión eram os dois que  reuniam as esperanças de algo criativo para o Racing. O último foi um dos únicos motivos para ficar na arquibancada até o momento que aguentou. Quando se casou de tanto correr e não ver algo de realmente produtivo em seus arranques, preferiu a substituição. Do lado do Newell’s, Sperdutti era o cabeça pensante. Teve um par de chances, sempre quando disparou sozinho e arriscou o chute a gol.

Final de partida e um empate justo pelo que ambos os times apresentaram. Resultado igual, mas festejado por um lado e lamentado pelo outro.

Leonardo Ferro

Jornalista e fotógrafo paulistano vivendo em Buenos Aires desde 2010. Correspondente para o Futebol Portenho e editor do El Aliento na Argentina.

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