Empate com Vélez afasta River da liderança
O jogo foi daqueles: besta demais. Sonolento e triste. E o mais lamentável foi ver que um dos mais firmes perseguidores do líder Lanús não parece ter futebol para seguir na busca do título. Agora, o Granate pode abrir até seis pontos sobre o Millo. O Vélez mandou no cotejo durante os 90 minutos, mas pecou por falta de ousadia e talvez por dispersão, já que a Libertadores parece ser o seu maior objetivo. No fim, o empate foi justo. Já no clássico de bairro, mais cedo, o Argentinos Juniors obteve sua primeira vitória no Torneio Final, ao bater no All Boys, por 1×0.
Desde o princípio, o Fortín propôs o jogo e intimidou ao River ao jogar no campo de defesa de Barovero. Logo aos 4, o porteiro millonario precisou operar um verdadeiro milagre para evitar o gol de Pocho Insúa. O domínio era amplo e se fazia pelo apoio irrestrito dos laterais fortineros.
Pelo River, Sánchez, pela direita e Vangioni, pela esquerda, tentavam abrir o jogo pelos lados do campo. Quando isto acontecia, o Millo conseguia não só se safar da pressão velezina como levava algum perigo à meta de Sosa. O problema é que, em geral, esta proposta era frustrada pela forte cobertura que o conjunto de Gareca tentava impor por esses setores.
Parte do domínio visitante vinha de uma tática de Gareca de alternar as posições de Insúa e Copete. Por vezes o colombiano caía pelo meio, enquanto “el Pocho” fazia a função de ponteiro direito. Parte disso também acontecia pela incrível apatia que o River demonstrava. Na prática, o conjunto local jogava claramente para não perder, proposta que pareceu contaminar negativamente a sua torcida, que logo diminuiu o apoio aos jogadores em campo.
Só que logo a produção do colombiano caiu drasticamente e isso interferiu diretamente no desempenho da equipe de Liniers. Assim, o cotejo perdeu qualidade e chegou a dar sono à grande massa torcedora que lotou a cancha millonaria. E foi esta a história mais fiel do que aconteceu no primeiro tempo.
Na segunda etapa, o Vélez pareceu contaminado com a modorra local e também desapareceu de campo por um bom tempo. Somente aos 15 minutos é que o Fortín deu o ar da graça para o guardametas local. Após a insistência de vários, Pocho Insúa foi o nome de quem tocou nela por último, para mais uma ótima intervenção de Barovero.
O domínio do jogo seguia com o Vélez, porém a falta de intensidade e de ganância se faziam notar. A equipe apertava o meio-campo do River. Criava várias jogadas, mas não conseguia converter. De certa forma, isto ocorria porque Ramón Díaz colocou Vangioni para brecar as subidas de Peruzzi. Assim, se por um lado o Millo perdeu uma ótima alternativa de ataque, por outro, desqualificou as investidas fortineras porque impediu Peruzzi de ser o homem que carregava a pelota pelo flanco e que, muitas vezes, mudava a trajetória e investia na criação de jogadas no ataque.
As chances de gol minguavam e mesmo o banco de reservas não pareceu ser uma alternativa para uma equipe ou outra. Desta forma, o embate ficou mesmo no zero e, embora o visitante tenha sido ligeiramente superior, fez justiça ao que foi o péssimo espetáculo de futebol em Bajo Belgrano.
Argentinos Juniors 1×0 All Boys
A tarde foi também de clássico bonarense. Em La Paternal, o Argentinos recebeu o Albo para outro embate tão horrível quanto o placar magro de gols. No fim, deu Bicho, com um gol do equatoriano Juan Luis Anangonó, aos 4 minutos da etapa final. Esta foi a primeira vitória do Argentinos, agora comandado por Caruso Lombardi, no Torneio Final. O resultado alivia a situação da equipe com os promédios, já que se continuasse como estava logo o Bicho estaria na zona da degola.
Outros resultados da rodada: Colón 3×2 Tigre; Belgrano 1×1 Arsenal de Sarandí.