Emanuel Mammana, o ‘quebra-galho’ que já tem alguma história na seleção
Não, ele não superou ainda Maradona no quesito idade: El Diez, que nasceu em 1960 e estreou em fevereiro de 1977 a oito meses de completar 17 anos, segue como o mais jovem estreante na seleção. Nascido em fevereiro 1996, Mammana já tem 18 anos e quatro meses. É na verdade o mais jovem debutante desde Sergio Agüero (com 18 anos e três meses em 2006).
O marcador central do River, que no ano passado disputou o mundial sub-17, foi convocado como sparring para o amistoso de hoje com a Eslovênia face o medo de alguma lesão nos convocados. Acabou premiado aos 32 minutos do segundo tempo, substituindo Javier Mascherano e entrando em campo pela primeira vez por um time principal. Isso porque Mammana sequer estreou no principal do River ainda. E o mesmo já ocorreu exatamente com Mascherano, em 2003.
Masche já havia sido levado por Marcelo Bielsa para a Copa de 2002. Não como convocado, mas também como sparring. A estreia na seleção veio em julho de 2003, em um 2-2 amistoso com o Uruguai. Como Mammana, o volante na época ainda esperava sua primeira chance no River. Além deles dois, outros três jogadores passaram por algo parecido.
O primeiro foi o meia Marcelo Trobbiani, campeão na Copa 1986 usado apenas nos últimos minutos da final, para ganhar tempo, tocando só uma vez na bola – e de calcanhar. Sua primeira chance veio em 1973, na chamada “seleção fantasma” usada para vencer a Bolívia em La Paz, quando ele ainda era um juvenil do Boca (venceu-se, 1-0). A seleção fantasma marcou as estreias também de outros campeões pela Argentina, como Ricardo Bochini e Mario Kempes. Falamos dela neste outro Especial.
Os outros dois vieram em 1980. Primeiro, o atacante Jorge Cecchi, que tinha 17 anos e 7 meses ao jogar no 1-1 contra a União Soviética em 4 de dezembro. Doze dias depois, jogou também no 6-0 contra a Suíça. Ainda é o jogador mais jovem a jogar pela última vez pela seleção principal da Argentina: como sua carreira não vingou, a goleada foi sua última vez na principal – no ano seguinte, ainda jogaria pela sub-20 no mundial da categoria.
Os 6-0 na Suíça, por sua vez, marcaram a única vez do ponta-esquerda Alejandro Débole, outro que não vingou, desenvolvendo o grosso da sua carreira no desvalorizado futebol do interior. Na época, era um juvenil do Ferro Carril Oeste. O técnico Menotti, testando jogadores para o Mundialito no Uruguai, convocou estes e também Carlos Tapia, que tinha 18 anos mas que estreara no River já em abril.
Por fim, os treze minutos de Mammana bastaram para que ele reigualasse Boca e River em número de jogadores na seleção. A dupla principal do país volta a ter exatamente o mesmo número, com 146 cada – o boquense Fernando Gago havia desempatado isso no ano passado, conforme contamos neste outro Especial. O tal Tapia, curiosamente, foi um dos doze que conseguiu isso por ambos os rivais (foi campeão da Copa 1986 já como jogador do Boca, após um troca-troca direto que envolveu também o atual técnico palmeirense, Ricardo Gareca). Clique aqui para ver os outros.
Pingback: Boca só cedeu dois campeões de Copa do Mundo. Um deles, Tapia foi o maior filho pródigo do clube
Pingback: Ramón Díaz e o desafio de virar ídolo em comum entre Corinthians e River Plate