A partida começou sonolenta e distante da imagem de grande confronto anunciado pelas prévias em geral. O River começou melhor. Passava mais tempo com a posse da bola e a fazia rodar sobretudo no campo de ataque. Porém, sem a devida penetração que leva à marcação de gols. O Instituto começou modorrento, acomodado atrás e respeitando muito o bom conjunto visitante. Apenas Dybala na frente. Isolado e pouco acionado por um meio-de-campo glorioso mais disposto à marcação que a criação de jogadas. Proposta do River: tentar resolver logo as coisas; chegar a um gol para colher tranquilidade. Proposta de La Glória: acomodar as coisas; amansar o ímpeto millionario e tentar ganhar as ações a partir do meio-de-campo.
O defeito da proposta millionaria: pouca articulação na criação das jogadas e pouca apresentação de seus alas para o apoio. A exceção a isso foi Sánchez, que tentava compensar esse defeito com sua garra, talento e chegada pelos flancos da cancha. O defeito da proposta gloriosa: grande disposição de marcação no lugar da criação. Ponto forte na campanha da equipe, a criatividade pareceu ausente na partida. Em lugar de sair tocando a pelota, os locais preferiam fazer a ligação direta. Para quem? Para Dybala. E só para ele. Isolado no ataque, e bem marcado, a jovem promessa quase não viu a cor da bola. Além disso, sentia a partida e não buscava o jogo. A exceção a tudo isso foi Videla, que tentava compensar esse defeito com o passe rasteiro e curto. Contudo, não tinha muito a quem pudesse acionar.
O destaque do primeiro tempo? O técnico Darío Franco do Instituto. Mas não pelo lado positivo. O primeiro erro foi começar o cotejo com Gastón Coronel contundido. Não deu outra; o meia precisou sair do embate. Então no banco havia um monte de gente jovem e um veterano mal das pernas, odiado pela hinchada e figura destoante no meio-de-campo de La Glória. Quem? Encina. Foi justamente este atleta que Franco fez ingressar a campo. Além disso, o treinador armou uma equipe para respeitar o River em demasia. Quebrou a espontaneidade da garotada obrigando-a à marcação cerrada. Tudo bem diferente do que ele fez inclusive no Arroyito, contra o Rosário Central. Como resultado de se deparar com um adversário covarde em campo, o River foi dono da bola na primeira etapa. Não ganhou, mas merecia.
Aos 30, Ocampos fez boa jogada pela direita e chutou forte para a área. Cavenaghi foi para a pelota e a colocou no travessão de Chiarini; no segundo rebote, Ríos jogou por cima do arco de La Glória. A esta situação de gol se somou outra, aos 45 minutos. Ríos tocou para Cavenaghi que de fora da área de Chiarini arrematou mal e viu a pelota sair. Do River foi só. Mas foi o suficiente para demonstrar sua superioridade frente a um adversário medroso e incompetente que nada fez.
Logo no início do segundo tempo, o River demonstrava que as coisas continuariam da mesma forma. Com Cavenaghi chegou aos 25 segundos, mas o atacante chutou no meio do gol e Chiarini defendeu. A pressão millionaria continuou, e dava o recado de quem pretendia vencer. Aos cinco minutos, Ríos arrematou para o arco e Chiarini com a ponta da mão direita colocou a pelota para córner. Uma exceção? Aos sete, Barsottini recuperou a pelota de Cavenaghi no meio e a fez chegar aos pés de Dybala. Bola na trave direita de Chichizola na única chance de gol do jovem atacante. Mas, La Glória não chegou por acaso. Retornou para a cancha disposto a jogar um pouco mais. Prova disso foi que aos 13 chegou novamente. Canever recebeu a pelota de frente para a área e a jogou com perigo por sobre o arco de Chichizola. O jogo ficou franco. Disputado. Feio.
Então dois fatos facilitariam ainda mais as coisas para o River. Erpen recebeu o segundo amarelo e foi justamente expulso por Delfino. Não bastasse isso, um pouco antes, o “brilhante” treinador de La Glória concluiu que precisava fazer algo no ataque. Tirou Dybala e colocou Burzio no lugar. Não trocou somente seis por meia dúzia. Fez pior. Poderia tirar Lagos, mal na partida. Não marcava, não atacava, não passava. Não fazia nada. Todavia, tinha a confiança de Franco porque compunha o meio-de-campo. Sacrificado na partida por um esquema covarde, Dybala deixou o cotejo e o isolado da vez passou a ser outro. O jovem Pablo Burzio, que sequer tocaria na pelota.
Com a expulsão de Erpen, Franco colocou o zagueiro Rébola no lugar de Lagos. Recuado e apenas buscando defender a igualdade, o Instituto ficou completamente sem saída. Melhor para o River, que passou a pressionar ainda mais. Porém, sem a devida organização. Ninguém caía pelo flanco esquerdo. Verdade é que La Gloria havia perdido Erpen pela direita. Porém, o treinador glorioso colocou ali um outro defensor. À medida em que o Millionario se acostumou a atacar pela direita, a defesa local acertou a marcação por ali e bloqueou os ataques visitantes. Precisava haver no River um jogador que fizesse uma melhor leitura do que acontecia e que modificasse o modo de chegar ao arco de Chiarini. Não havia nenhum e o gol não saía. Ainda assim, os comandados de Almeyda chegaram duas vezes com perigo. Aos 32 com Ocampos, que arrematou por sobre o arco; e aos 35, com Villalba, que arrancou bem pela direita e chutou cruzado rasteiro. Não saiu o gol pela boa intervenção de Chiarini. Porém, se o Instituto se mostrava incompetente em todos os sentidos, o River o demonstrava na incapacidade de se aproveitar de um covarde. O Millionario teve campo para jogar. Teve um adversário que se escondia das ações ofensivas e teve um treinador adversário fazendo absolutamente tudo de errado no cotejo. Ainda assim, os comandados de Almeyda não souberam se aproveitar da situação para chegar a vitória. Coisa feia de La Gloria. Algo parecido do River.
Até que o arbitro Delfino assinalou o fim da partida e do castigo para a hinchada que lotou o Mário Kemps e propiciou um milhão de dólares em renda para os cofres gloriosos. Contudo, o apito final de Delfino representou mais. Significou a alegria do técnico e elenco gloriosos. Significou o lamento de Almeyda e principalmente do elenco de Nunez. Contudo, se fosse para sair um vencedor, este seria o River. E seria merecido. Justo. E correto. Pois afinal, o River veio ao Mario Kemps para jogar como grande e para vencer. O Instituto, pelo contrario, veio para se defender. Ganhar um pontinho. Não perder. E continuar apenas sendo o fiel perseguidor de quem cada vez mais deixa claro quem deverá ser o protagonista da B Nacional. O “glorioso” River Plate. Na próxima rodada, o River será local diante do Aldosivi, em sua ultima partida na cancha do Ciclon. Já o Instituto também será local, mas diante do Gimnasia y Esgrima de Jujuy.
Formações:
Instituto Atlético Central: Julio Chiarini; Raúl Damiani, Osvaldo Barsottini, Facundo Erpen e Franco Canever; Alejandro Gagliardi, Leandro Coronel (Hernán Encina) e Ezequiel Videla; Nicolás López Macri, Paulo Dybala (Pablo Burzio) e Diego Lagos (Alejandro Rébola). Técnico: Darío Franco.
River Plate: Leandro Chichizola; Luciano Vella, Alexis Ferrero, Jonatan Maidana e Carlos Arano; Carlos Sánchez, Martín Aguirre (Daniel Villalva), Ezequiel Cirigliano e Lucas Ocampos; Andrés Ríos (Mauro Díaz) e Fernando Cavenaghi (Fabián Bordagaray). Técnico: Matías Almeyda.
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O River dominou, praticamente, o jogo todo. Faltou um pouco de sorte em alguns lances. Quando Almeyda começou a usar o banco, acabou com a pressão que o time vinha fazendo. Quem inventou Villalva e Bordagaray ? E ainda fica uma pergunta: Onde estava a tão falada sensação do campeonato ?