Primeira Divisão

Em noite de Sara, Rafaela goleia Tigre no Nuevo Monumental

A partida foi estranha, por certo. O Tigre foi muito mais time do que o Rafaela nos primeiros 45 minutos. Teve inúmeras chances de fazer até mais de um gol. Não conseguiu, porque o guardametas Guillermo Sara, o melhor do futebol argentino, fez milagres no Nuevo Monumental. Assim ficou fácil para Carignano abrir o marcador. No segundo tempo, novamente Sara apareceu. Até pênalti defendeu para a frustração do elenco matador. Assim continuou sendo fácil e Bovaglio e Machín ampliaram para La Crema. Um triunfo que engorda muito os promédios da equipe local. Já no primeiro duelo, o Belgrano passou pelo Godoy Cruz e ficou perto da liderança.

Como sempre ocorre ao atuar diante de sues torcedores, O Atlético Rafaela pensou e tentou ir para cima do Tigre. Se deu mal, pois o rival, bem armado por Arruabarrena, não permitiu que essa história se repetisse. Além disso, o Tigre conseguia encaixar o contra-ataque, o que deixava o conjunto local bem preocupado dentro da cancha.

E foi o visitante quem criou a maior parte das chances de gol. Aos sete minutos, o Matador já havia perdido duas ótimas oportunidades. Só não fez o gol por causa do porteiro Guillermo Sara, um monstro em campo.

Aos 12 minutos, La Crema tramou bem na frente da área de García e a pelota sobrou para Carignano arrematar. Um penal foi apontado pelo árbitro Diego Ceballos sobre o artilheiro. Na cobrança, o próprio Carignano endereçou a pelota para as redes de García: 1×0 La Crema.

A partir daí, só deu Tigre. O Matador adiantou sua marcação, corrigiu alguns erros de posicionamento defensivo e prendeu La Crema em seu campo de defesa. A pressão impressionava porque não tem sido normal vê-la justamente sobre o Rafalea, quando a equipe atua em casa.

O jogo era nervoso e cartões amarelos eram distribuídos a todo instante. No primeiro tempo, foram cinco. E apesar de o Rafaela estar jogado no Nuevo Monumental, era o seu elenco que parecia sentir a confusa arbitragem. Ao fim do primeiro tempo, o Matador desperdiçou sete chances claríssimas de chegar à igualdade. Parte dela foi efeito da tentativa de alguns jogadores locais de tentar reclamar junto de Ceballos e oferecer uma atenção indevida às perigosas investidas dos visitantes.

Em muitos aspectos, o segundo tempo começou parecendo os minutos finais da etapa inicial. No quinto minutos, Sara tentou tirar a pelota de Galmarini e cometeu pênalti. Na cobrança, o guardametas voou para a boa e defendeu a cobrança.

Embora conseguisse se proteger melhor dos ataque do Tigre, o Rafaela retornou melhor e, aos poucos, conseguia equilibrar a partida. A tensão continuava a ser uma das marcas do jogo. Só que o Tigre parecia querer se superar. Até aos 30 minutos, seis cartões amarelos foram distribuídos para o elenco matador.

Em um embate que ficou aberto e com inúmeras chances para as duas equipes, mais uma vez foi La Crema que chegou às redes. Lucas Bovaglio se aproveitou de cruzamento para fazer de cabeça: 2×0, restando somente 15 minutos para o fim da partida.

O Tigre se abriu de vez, e até de maneira pouco compreensível para o contexto da partida e para os poucos minutos que faltavam. Teve até chances de descontar. Contudo, quem novamente chegou às redes foi La Crema. Aos 41 minutos, Christian Machín foi o nome do terceiro. Não deu mais tempo para nada. Uma grande vitória de La Crema, que se afastou bem da zona da degola e engordou bem os seus promédios.

Atlético Rafaela: Guillermo Sara; Cristian Vella, Lucas Bovaglio, Fabricio Fontanini, Juan Eluchans; Walter Serrano, Raúl Ferro, Sebastián Carrera (Fissore), Sebastián Grazzini (Machín); Federico González (Depetris) e César Carignano. Técnico: Rubén Forestello.

Tigre: Javier García; Norberto Paparatto, Alejandro Donatti (Janson), Mariano Echeverría, Lucas Orban; Martín Galmarini, Emmanuel Pío, Diego Castaño, Rubén Botta (Pérez García); Federico Santander e Diego Ftacla (Carrasco ). Técnico: Rodolfo Arruabarrena.

Belgrano 1×0 Godoy Cruz

Pirata não jogou nada, mas Farré se jogou na área. E Pezzotta marcou pênalti

No Gigante de Alberti, o Belgrano recebeu e venceu o Godoy Cruz por 1×0. Resultado importantíssimo para o Pirata, já que ficou a somente um ponto do líder Boca Juniors. Já o Tomba, perdeu a oportunidade de empatar com os xeneizes na liderança do Torneio Inicial. Contudo, o árbitro Pezzotta interferiu diretamente no resultado, já que anotou um pênalti inexistente para o conjunto local.

Do princípio ao fima da partida só um time jogou: o Godoy Cruz. Os mendocinos conseguiram prender os piratas no campo de defesa, bloqueando suas saídas pelas laterais e pressionando pelo centro, a partir do avanço de seus homens de meio-campo. A opção para o Pirata ficou na saída de bola através de Olave, que mandava a pelota diretamente para o campo de ataque.

O resultado é que a pelota sequer encontrava disputantes. Em geral, ela ficava com o porteiro mendocino que a ligava diretamente com os homens da meia cancha. O domínio era absoluto e o Belgrano precisou contar com Olave em uma tarde inspirada. Desta forma, enquanto o Tomba realizava uma das melhores partidas como visitantes, o melhor disparado do cotejo era o guardametas do conjunto cordobês.

No segundo tempo, o Belgrano conseguiu aliviar um pouco a pressão dos visitantes e imprimir alguns contragolpes. Isto ocorreu principalmente pela entrada de Pereyra no lugar de Carranza, o que permitiu ao jovem Lucas Melano que tivesse um companheiro para tramar jogadas no ataque. Em uma de suas raras presenças no ataque, aos 25 minutos, Farré caiu na área em uma péssima cena circense. Porém, a atuação de Farré foi suficiente para convencer Sergio Pezzotta, que anotou pênalti na jogada. Claudio Pérez foi para a pelota e a endereçou às redes de Torrico: 1×0 para o Belgrano.

Com a desvantagem no placar o cotejo ficou finalmente aberto. Isso porque os visitantes se lançaram ao ataque de uma maneira que permitia ainda mais os contragolpes do Pirata. Ambos tiveram chances de chegar às redes, mas o placar ficou mesmo no 1×0. Com o resultado, o Godoy Cruz perdeu a chance de dividir a liderança com o Boca. Já o Belgrano, conseguiu ficar na segunda posição e somente com um ponto atrás do líder.

Belgrano: Juan Carlos Olave; Gastón Turus, Claudio Pérez, Lucas Aveldaño, Juan Quiroga; Martín Zapata (Mansanelli), Esteban González, Guillermo Farré, Jorge Velázquez; César Carranza (Pereyra) e Lucas Melano. Técnico: Ricardo Zielinski.

Godoy Cruz: Sebastián Torrico; Lucas Ceballos, Leonardo Sigali, Leonado Sánchez, Emiliano Insúa (Sánchez); Eduardo Ledesma (Castillón), Nicolás Olmedo (Aquino), Gonzalo Castellani, Nicolás Castro; David Ramírez; e Mauro Óbolo. Técnico: Omar Asad.

Joza Novalis

Mestre em Teoria Literária e Lit. Comparada na USP. Formado em Educação e Letras pela USP, é jornalista por opção e divide o tempo vendo futebol em geral e estudando o esporte bretão, especialmente o da Argentina. Entende futebol como um fenômeno popular e das torcidas. Já colaborou com diversos veículos esportivos.

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