Em noite de Lucas Castro, FP acompanha em Avellaneda a vitória do Racing
Desde Buenos Aires – Numa semana importante para o Racing e sua torcida, já que no último dia 7 de março comemorou-se o dia do torcedor racinguista, a expectativa da maioria celeste e branca no início de noite em Avellaneda era quebrar a sequência de maus resultados que perseguia a equipe de Coco Basile no campeonato. Foram apenas dois pontos em quatro jogos e ocupando a incômoda 19 posição, penúltima, a frente apenas do rival e vizinho Independiente. No promedio, apenas três postos separam a Academia do San Lorenzo, primeiro na zona da Promoción. Particular pela sua beleza à moda antiga, o Cilindro de Avellaneda seria o palco de uma festa prometida. A torcida ansiava pela vitória que custava em aparecer por estes lados.
Esta noite o Racing tinha pela frente o All Boys, antigo conhecido de jogos nada amistosos. Baixa na Academia, Gio Moreno não encontrou o seu desafeto Hugo Barrientos, titular no meio de campo, mas a torcida alvi-negra fez questão de recordar a todos no estádio, o motivo dos dois jogadores não se darem bem. ”Esta é a torcida de Hugo Barrientos, a que te rompe os ligamentos” e “Gio medroso” cantavam os fanáticos de Floresta. Assim que as equipes entraram em campo, a resposta. Insultos e xingamentos direcionados para o camisa 5 do All Boys e sua mãe.
A primeira chegada com perigo foi dos visitantes. Num arremate de dentro da área, Saja se esticou todo e salvou o que seria o primeiro gol do jogo antes mesmo dos 5 minutos. O Racing mostrou seu poderio ofensivo para esta noite logo em seguida, depois que Téo Gutierrez aplicou lindo drible e passou para Hauche perder cara a cara com Cambiasso. Depois foi a vez de Santander chutar fraco para a fácil defesa do goleiro do All Boys.
Então aos 18 minutos, Lucas Castro marcou um golaço, deixando a noite com um pouco mais de ar festivo e menos de tensão. Quando recebeu livre dentro da área pelo lado esquerdo do ataque, todos já imaginavam o que o habilidoso destro faria, mas ninguém imaginava que faria com tamanha perfeição. Puxou para dentro e finalizou cravando a bola no ângulo oposto. A única participação de Cambiasso no lance foi a de buscar a bola no fundo das redes, 1 a 0 Racing na frente.
Téo queria mais. Escapou sozinho pela direita e cruzou para o meio da área, na confusão de jogadores a bola ia entrando, mas desta vez Cambiasso foi decisivo e evitou o segundo. Agora no Cilindro, a torcida local já fazia sua tradicional e animada festa. O Racing era superior em campo. O All Boys passava pouco tempo com a bola nos pés e quando a tinha dominada, os tímidos ataques limitavam-se em lançamentos para um valente Matos que brigava como podia entre os dois defensores. Fora o centroavante, Rodriguez, o uruguaio, foi o mais participativo dos visitantes na etapa inicial.
Faltando dez minutos para o intervalo, outra vez Castro fez a festa em Avellaneda. E outra vez com um golaço. De fora da área e com enorme felicidade, soltou uma bomba indefensável depois de uma bola rolada com manteiga por Téo. Pegou de primeira, na veia. Racing 2 golaços a 0.
Na única boa chance do All Boys no primeiro tempo, Matos desperdiçou dentro da pequena área uma sobra após cobrança de escanteio.
Fim do primeiro tempo. Mas durante o intervalo quem botou a música na noite de festa racinguista foi a torcida visitante. Não pararam de cantar durante os 15 minutos destinado ao descanso de jogadores e torcedores. Enquanto a maioria celeste buscava os banheiros ou algo para comer, a torcida do All Boys cantou e comandou o ritmo da festa.
Logo no começo do segundo tempo, Federico Santander mergulhou e cabeceou para uma defesa de puro reflexo de Cambiasso. Foi então que os ânimos começaram a esquentar quando Barrientos, aquele mesmo cuja a mãe havia sido lembrada antes do inicio do jogo, entrou forte no camisa 7 do Racing, amarelo para ele. Muito bate boca e entradas duras de ambos os lados, o que demonstrava que este confronto ganhou algo de grande rivalidade desde a lesão de Gio Moreno no ano passado.
Querendo colocar seu nome na noite dos golaços, Téo também tentou uma colocada desde fora da área, mas a bola não queria entrar quando o colombiano finalizava, o papel dele nesta noite seria o de assistência. Com a bola rolando, Santander perdeu mais um cara a cara com Cambiasso, só que desta vez com os pés. Chutou no goleiro que saiu e fechou bem o ângulo.
Um lance inusitado ocorreu quando Téo dominou a bola com a mão em uma disputa no meio de campo. Todos no estádio perceberam a malandragem do atacante, menos o árbitro Sergio Viola que mandou o lance seguir. A maioria celeste preferiu rir da situação e disfarçar enquanto a minoria visitante reclamava.
Após outra dura entrada, Santader saiu lesionado dando lugar a Sergio Viola. O jogador foi atendido por um grupo de médicos na lateral do campo e precisou sair imobilizado e foi levado direto para um hospital próximo.
A noite era mesmo de Castro. E de Téo Gutierrez. Castro marcou seu terceiro gol no jogo após um terceiro lindo passe do colombiano. Recebeu dentro da área, dominou no peito e tocou no canto oposto do goleiro, Racing 3 a 0 e festa oficialmente decretada na noite de Avellaneda.
A Academia tocava a bola de um lado para o outro fazendo jus ao apelido. A torcida embalava os passes ao som de “olé”. E para o especial da noite, Coco Basile reservou uma substituição já no final do jogo para que pudesse receber os merecidos aplausos de sua torcida, Castro deixou o campo para dar lugar a Aued. Também muito aplaudido, Hauche foi substituído por Fariña.
Final de jogo e vitória incontestável do Racing, um 3 a 0 para afastar a má sorte que faz parte da história deste clube e tentar alavancar uma arrancada que traga coisas melhores a essa fanática e presente torcida, feliz dia, torcedor racinguista.
Confira aos gols da partida
httpv://youtu.be/vzAWsRPPnkA