Antes da bola rolar, muita festa da torcida para a casa de todo racinguista, o Cilindro de Avellaneda. Leva esse apelido em alusão ao seu formato, mas oficialmente foi batizado com o nome de um torcedor ilustre, Juan Domingo Perón, ex-presidente argentino em duas oportunidades e quem facilitou para o clube celeste conseguir o terreno para a construção de sua mítica cancha.
Quando o Racing pintou no gramado, Zubeldía apostou numa jovem promessa: Vietto. O atacante fez sua estreia na equipe titular na última quinta-feira, entrou no segundo tempo da derrota para o Colón que eliminou a Academia da Copa Sul Americana. E naquele dia quase nem jogou. Após alguns minutos em campo, acertou uma cotovelada em um adversário e recebeu o vermelho direto. Um gesto em particular chamou atenção enquanto o jovem deixava o gramado caminhando pela linha lateral. Mesmo sendo expulso com poucos minutos em campo, Zubeldía o abraçou e beijou sua cabeça como quem demonstra total confiança num futuro promissor, como que se aquilo fosse apenas um acidente de percurso.
Hoje Vietto teve a sua chance em 90 minutos de provar que Zubeldía estava certo. E demonstrou. Num primeiro tempo em que o Racing era superior, o time não conseguia encontrar o caminho do gol. Sempre aparecia alguma perna, algum desvio que tirava a bola de sua trajetória. E isso que o time estava completo, contava com os retornos de Corvalán, Diego Villar e Sand. A pressão parecia não surtir efeito até que aos quarenta minutos da etapa inicial, Vietto anotou um golaço, digno do tamanho do Cilindro. Recebeu a bola na intermediária e num chute daqueles de rara felicidade, mandou a bola no ângulo, na junção da trave direita com o travessão. Obra de arte e Racing na frente, 1 a 0.
Euforia total enquanto as equipes se dirigem para os vestiários. O estádio todo canta, às vezes comemorando a vitória e o aniversário da cancha, outras lembrando a péssima fase do vizinho do outro lado da calçada. Não importava, tudo era motivo para festa. Até que…
Sim, até que a bola rolou de novo para os últimos quarenta e cinco minutos. Logo na primeira ação do segundo tempo, Riaño cravou o empate com um belo chute de fora da área que morreu no cantinho inferior direito do goleiro, tudo igual em 1 a 1.
Então brilho novamente a estrela do destaque desta noite; Vietto desviou de cabeça um belo cruzamento de Pillud vindo do lado direito e recolocou a Academia na frente aos 14 minutos do segundo tempo: 2 a 1. O garoto era abraçado por todos seus companheiros e parecia não acreditar na fantástica noite que estava vivendo e que ainda ficaria melhor. Dez minutos mais tarde, mostrou oportunismo e finalizou uma boa jogada tramada pelo sempre talentoso Diego Villar, Racing 3 a 1.
Tudo indicava que a Academia cozinharia o jogo até o seu final administrando a cômoda vantagem. Mas como já diz o primeiro parágrafo desta crônica, com o Racing tudo é sempre muito especial. Faltando minutos para o final de jogo, De Oliveira comete pênalti e é expulso merecidamente. Zubeldía já havia feito as três alterações e um atleta de linha deveria encarar o desafio de defender a cobrança de Caprari. A partida já corria em seus últimos minutos, mas um gol do San Martín poderia representar uma última pressão, com um homem a mais, durante os acréscimos.
Surgiu a segunda figura da noite. Assim que De Oliveira viu o cartão vermelho nas mãos do árbitro Luis Alvarez, Pelletieri não hesitou. Pediu a camiseta do arqueiro, vestiu as luvas e se dirigiu para o gol. Como quem estivesse acostumado àquela situação, abria os braços numa tentativa de diminuir o ângulo do batedor. Batia palmas com as mãos no centro do gol e quando veio o chute, voou para o canto direito e defendeu a cobrança. Simples assim e sem dar rebote!
Depois disso só restava uma coisa a fazer, encerrar o jogo e aplaudir os três personagens da noite: Vietto, Pelletieri e o místico Cilindro de Avellaneda.
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Um cotejo bom para os 62 anos do Cilindro.
Jogo realmente sensacional... por essas e outras que o futebol nos encanta e apaixona.
Cara, Que materia!
O Racing é um dos times que merece passar por uma boa fase novamente, porque nunca vi uma torcida ser tão humilhada e estar na cancha no proximo jogo e cantando muito ainda. Por essas e por outras que o futebol consegue encher meus olhos de lágrimas.