Elementos em comum entre Grêmio e River

Ortega contra Roger “Legado”, no único Grêmio x River pela Libertadores, em 2002: nessa noite, o Tricolor deu de 4-0 no velho Olímpico

Vitrines cheias de taças internacionais, em especial nos anos 90, e um estereótipo de clubes elitistas aproximam River e Grêmio, que nessa terça-feira enfim se reencontram na Libertadores após a reviravolta do Lanús impedir uma final pesada no ano passado. Hora de abordar outros elementos em comum entre os semifinalistas. Em especial, os tricolores que viraram millonarios e vice-versa.

Ambos foram campeões em torneios alusivos aos anos de 1932, 1956, 1957 (Argentino; Estadual), 1977 (Metropolitano; Estadual), 1979 (Metropolitano e Nacional; Estadual), 1980 (Metropolitano; Estadual) 1981 (Nacional; Brasileiro), 1986 (Argentino, Libertadores e Mundial; Estadual), 1990 (Argentino; Estadual), 1993 (Apertura; Estadual), 1994 (Apertura; Copa do Brasil), 1996 (Apertura e Libertadores; Estadual, Brasileiro e Recopa Sul-Americana), 1997 (Clausura, Apertura e Supercopa; Copa do Brasil), 1999 (Apertura; Estadual), 2016 (Copa Argentina e Recopa Sul-Americana; Copa do Brasil), 2017 (Copa e Supercopa Argentina; Libertadores) e 2018 (Supercopa Argentina; Estadual e Recopa Sul-Americana).

Nota-se que tiveram um sofrimento considerável entre meados dos anos 60 e 70 e ao longo dos anos 2000, quando as taças ou não vieram ou escassearam demais, envolvendo até rebaixamentos (em 2004 aos gaúchos, em 2011 aos argentinos). Já os anos recentes foram marcados por renascimento conjunto. Que agora vai vivenciar um belo tira-teima, ao contrário da maior parte dos enfrentamentos anteriores da dupla, nos quais normalmente só um estava em curva ascendente. Duelos entre River e Grêmio são mais raros do que deveriam. Será apenas a segunda vez que a Libertadores reserva esse encontro; o outro foi em 2002, quando os gaúchos venceram as duas partidas das oitavas, em impiedoso 6-1 no agregado.

Ortega (e Cambiasso, ao fundo) já havia sofrido quatro gols em 2001, em 4-2 pela Copa Mercosul. E em pleno Monumental

Já a extinta Supercopa, torneio que entre 1988 e 1997 reuniu só campeões da Libertadores, foi mais pródiga: 1988 (River 3-2 no agregado, nas quartas), 1989 (3-3 agregado, com o Grêmio avançando nos pênaltis nas oitavas), 1991 (3-3 no agregado, com Renato Portaluppi/Gaúcho desperdiçando sua cobrança na decisão por pênaltis favorável aos argentinos) e 1993 (outro 3-3 agregado, com os argentinos avançando nos penais nas oitavas) e 1995, o mais intenso, compensando um pouco a final da Libertadores não ter sido entre a dupla, tal como em 2017 – os argentinos caíram em casa nos pênaltis para o Atlético Nacional. A semanas de decidir o Mundial com o Ajax, o campeão da Libertadores parou diante de um Francescoli iluminado: naquelas quartas, o uruguaio marcou três gols no 4-4 agregado. No Olímpico, Jardel achou espaço entre o goleiro e a trave, mas o uruguaio empatou no último lance do primeiro tempo, em magistral cobrança de falta.

No segundo tempo, Carlos Miguel aproveitou rebote da trave em chute longo de Dinho. Em Núñez, Celso Ayala cabeceou falta cobrada por Enzo para abrir o placar. Já aos 13, o veterano, cobrando direto para o gol, repetiu a categoria demonstrada em Porto Alegre. No segundo tempo, Arilson comandou o empate provisório dos gaúchos, fuzilando de longe no primeiro e iniciando a jogada do empate, feito em gol contra do mesmo Ayala. Mas Francescoli desempataria aos 29 e nos pênaltis o obscuro goleiro Joaquín Irigoytía viveria seu maior momento, pegando os penais de Emerson e Luís Carlos Goiano. O desgaste cobraria o preço, com o Millo caindo em seguida para um combalido mas copeiro Independiente, campeão daquela edição com apenas duas vitórias em oito jogos.

Por fim, houve duelos pelo torneio sucessor da Supercopa, a Copa Mercosul, em 1998 e 2001, ambos pela primeira fase. Há vinte anos, a Banda Roja soube vencer os dois jogos, com destaque para o “espanhol” Juan Antonio Pizzi, autor de três (dois, em Porto Alegre) no 6-3 agregado. O outro seria uma prévia da humilhação millonaria em 2002, com os argentinos levando de 4-2 em casa na estreia. Na volta, vitória gaúcha por 1-0. O River fez o suficiente para ficar em segundo na chave, mas não se classificou. O líder Grêmio sim, com exatamente seis pontos a mais.

Vamos a quem jogou nos dois – com menção especial a Léo Gamalho, que defendeu como juvenil os dois clubes até estrear no futebol adulto já no Internacional:

Delém: apelido de Vladém Lázaro Ruiz Quevedo, o atacante nasceu em São Paulo mas ingressou no Grêmio ainda nos juvenis. Estreou no time adulto em 1954, mas, a despeito de bons momentos como uma assistência para abrir um 3-1 sobre o Estrela Vermelha iugoslavo (em 1955) e um gol para abrir outro 3-1, sobre o Racing (em 1956), ainda era considerado um promissor camisa 10 do time de aspirantes em 1957. Em meados de 1958, interessou ao Vasco, que o trocou por Ortunho. O negócio agradou a todos os lados e Delém chegou à seleção brasileira em 1960, quando despertou atenção argentina na Copa Roca: os dois jogos foram no Monumental e o Brasil soube reverter derrota de 4-2 na ida, em que o vascaíno marcou, com um 2-0 na volta.

O brasileiro Delém e “Chamaco” Rodríguez

Os dois gols foram dele, forçando uma prorrogação vencida pelos canarinhos no placar final de 4-1, a vitória mais elástica do Brasil no clássico na casa rival. Assim, foi contratado pelo River (o que o afastaria da seleção) e se tornou o brasileiro millonario mais notável; em 1961, marcou o gol da vitória em 3-2 sobre o Real Madrid dentro do Santiago Bernabéu, onde Di Stéfano e colegas não perdiam há oito anos para estrangeiros. Não ganhou títulos, sendo inclusive visto como culpado pela perda do de 1962 ao errar um pênalti em pleno Superclásico na penúltima rodada. Ferida cicatrizada pelos longos anos de serviços prestados, especialmente como técnico juvenil de sucesso nos anos 90, polindo diversos ídolos.

Carlos Rodríguez: volante revelado no Ferro Carril Oeste, El Chamaco chegou ao River em 1968 e de cara conviveu com decepções seguidas de um time que chegava muito perto, mas não resolvia o jejum vivido em Núñez entre 1957-75: em 1968, caiu nas semis do Metropolitano para o San Lorenzo e teria ganho o Nacional do Vélez se um zagueiro adversário não impedisse com a mão um gol (sem punição do árbitro); em 1969, eliminou o Boca na semi do Metro para na decisão ser goleado por 4-1 pelo nanico Chacarita, enquanto o título do Nacional foi perdido na rodada final em pleno Superclásico no Monumental; por fim, em 1970 a taça escapou nos critérios de desempate para um Independiente que, para ser campeão, virou em pleno clássico com o Racing a dez minutos do fim.

Em 1971, Chamaco Rodríguez aportou no Grêmio, que por sua vez padecia sob o ciclo que chegaria a um octacampeonato estadual seguido do rival. Ficou lembrado como um volante folclórico e/ou tosco, seguindo carreira por Nacional e Deportivo Cali em 1972. Na Argentina, ficou mais associado ao Platense, clube que dirigiu em quatro passagens diferentes.

Scotta fez o primeiro gol do Brasileirão 1971 e Ortiz venceu a Copa do Mundo de 1978

Néstor Scotta: pinçado do Unión de Santa Fe, chegou em 1970 ao River após destaque com o Tatengue no ano anterior. Não se firmou e em 1971 foi emprestado ao Grêmio junto com Chamaco Rodríguez. Como tricolor, o atacante notabilizou-se em especial pelo gol inaugural do Brasileirão de 1971, em 3-0 sobre o São Paulo, no qual marcou ainda outro. Assim, por muito tempo, foi considerado como o autor do primeiro gol da história do Brasileirão, visão ainda mantida entre aqueles que se opõem à unificação canetada pela CBF com os torneios pré-1971. Mas não conseguiu resolver o jejum vivido também pelo Grêmio no Estadual, a despeito de anotar o seu em 3-1 no Grenal pela competição, em pleno Beira-Rio.

La Tola Scotta voltou ao River em 1972, ano em que o clube perdeu o Nacional para o San Lorenzo (onde jogava seu irmão, Héctor Scotta, por vezes referido como outro jogador do Grêmio, o que nunca aconteceu). Viria a ter mais luz própria no Racing (onde foi narrado “naquela cena” de O Segredo dos Seus Olhos) e no Deportivo Cali, onde foi artilheiro das Libertadores de 1977 e 1978 – sendo vice nesta, na primeira final continental do futebol colombiano. Ainda voltaria ao River como técnico dos infantis, cargo que exercia quando faleceu em acidente automobilístico em 2001. Dedicamos a ele este outro Especial.

Oscar Ortiz: revelado no San Lorenzo, o driblador ponta firmou-se nos azulgranas a partir sobretudo de 1974, como um dos protagonistas do título daquele ano e pelos diversos cruzamentos na medida para os gols de Héctor Scotta em 1975, quando o irmão do gremista acima anotou um recorde individual de gols em um único ano na Argentina (60). Chegou à seleção nesse embalo e foi contratado em 1976 pelo Grêmio, que visava evitar o octa do rival, que acabaria ocorrendo. Ortiz dividiu opiniões no Sul, entre os que reconheciam seu talento e os que o viam como apenas ciscador sem raça.

Dois nomes obscuros no River: o goleiro Cejas (à frente de Kempes, na foto pelos argentinos) e o brasileiro Júlio César

Em 2018, ele esclareceu ao Clarín que os tricolores pretendiam vender-lhe ao futebol espanhol, mas, tendo ganas de ir à Copa de 1978, forçou uma transferência ao River – tempos em que a maior vitrine para manter-se na seleção era o futebol nacional. Ganhou os títulos de 1977 a 1981 e a vaga na Copa, onde conquistou a titularidade na reta final, mesmo sem ser brilhante. El Negro, que perderia a titularidade a partir de 1979, ainda defenderia Huracán e Independiente antes de pendurar precocemente as chuteiras em 1983. Falamos aqui sobre sua carreira, mostrando que quando o Grêmio enfrentou o San Lorenzo na edição 2014, ambas as diretorias o homenagearam em campo. Fica a ideia para se repetir entre Tricolor e Millo!

Agustín Cejas: na Argentina e no Brasil, o goleirão é respectivamente mais ligado ao Racing e ao Santos, camisas onde é ídolo em comum. Como Ortiz, foi um dos reforços do Grêmio para 1976 contra o octa colorado, vindo àquela altura do Huracán vice argentino de 1975. Segundo o escritor e fanático gremista Eduardo Bueno, o arqueiro foi um elemento desagregador no Tricolor e logo estava de volta à Argentina e a seu Racing, onde mesmo veterano mantinha forma tal que esteve entre os pré-convocados à Copa de 1978 – falamos aqui do goleirão. A obscura passagem pelo River encerrou sua carreira, em 1981, como reserva de um fã: Ubaldo Fillol. Foi campeão do Nacional, mas atuando apenas na estreia; queimara-se após um 5-2 sofrido para o Instituto de Córdoba ainda no Torneio Metropolitano.

Júlio César: consagrado como o “Uri Geller” no Flamengo, chegou ao Grêmio vindo do próprio futebol argentino, onde ajudara o Talleres a evitar o rebaixamento em 1981. Chegou dos cordobeses aos gaúchos em 1982, jogando pouco devido a lesões. Nessas condições, foi emprestado ao River, participando da pré-temporada em 1983. Jogou um amistoso com o Estudiantes e outro com o San Lorenzo e só, não ficando os 90 minutos em nenhum. Figurinha ausente das conquistas tricolores daquele ano, teve o empréstimo redirecionado ao Fortaleza.

Sabella, ainda cabeludo, e Hugo de León: ídolos em um, campeões sem brilho no outro

Alejandro Sabella: antes de ser o técnico da Argentina vice da Copa de 2014, Sabella era o clássico armador argentino, daqueles vistos como elegante pelos fãs e lento pelos críticos – seu apelido, El Pachorra (“O Bicho-Preguiça”), é autoexplicativo. Embora torcedor do Boca na infância, profissionalizou-se em 1974 no River, participando da conquista em dose dupla que em 1975 encerrou o jejum millonario de dezoito anos (o time faturou tanto o Metropolitano como o Nacional). Mas só veio a se firmar na titularidade na conquista de 1977, sem a concorrência de Norberto Alonso, que estava no Olympique de Marselha.

Alonso voltou e Sabella foi vendido ao futebol inglês, onde foi um dos primeiros argentinos nas ilhas. Reapareceu na Argentina em 1982, no clube onde seria protagonista duradouro, o Estudiantes bi seguido em 1982-83, pelo qual esteve no lado argentino da “batalha de La Plata” na Libertadores de 1983. Nessa etapa da carreira enfim chegou à seleção, embora sem durar até a Copa de 1986. Chegou nesse mesmo ano ao Grêmio; sem imaginar as exigências físicas do futebol gaúcho, não vingou e em 1987 voltou a seu país para defender o Ferro Carril Oeste. Voltaria a trabalhar no River como assistente de Daniel Passarella.

Hugo de León: o capitão dos títulos internacionais de 1983 dispensa comentários quanto à sua passagem gremista. Sua estadia no River durou ao longo da temporada argentina de 1989-90, emprestado pelo Nacional uruguaio. Com 32 anos nas costas, jogou somente dez das 38 rodadas da campanha campeã nacional, com o Millo confiando mais em Jorge Higuaín (pai de Gonzalo) e Ernesto Corti na dupla de zaga titular e em Jorge Gordillo e José Serrizuela como opções imediatas. Ironia: o segundo que menos jogou no setor foi Serrizuela (16 vezes), mas ele e o uruguaio foram à Copa do Mundo de 1990 e os demais, não.

Amato e Astrada, ícones do River noventista, encararam decepções no Grêmio da ISL

Gabriel Amato: “o futebol me deu mais do que eu o dei”, assumiu esse atacante comum mas com currículo turbinado. É um dos poucos jogadores a vestir as três camisas mais vitoriosas do futebol argentino: Boca, Independiente e River, na ordem em que Amato os defendeu. Nos dois primeiros, acrescentou pouco. Veio ao clube de Avellaneda diretamente do Boca e dali saiu para o Huracán, onde ficou por um semestre, que relançou-lhe a carreira; dali rumou ao River, embora, como Sabella, fosse na juventude torcedor do rival. Sentimento que mudaria ao longo de três vitoriosos anos em Núñez, como um 12º jogador.

Rumou à Europa após o título da Libertadores em 1996. Ia bem no Rangers escocês quando a ISL o levou ao Grêmio. Em um Estadual perdido para o único título do Caxias, fez seis gols em um total de nove marcados pelo clube, saindo sob críticas ainda no início da Copa João Havelange. Foi ao Real Betis.

Leonardo Astrada: colega de De León no título argentino de 1989-90, o volante atuou treze vezes naquela conquista – afinal, disputava posição com dois vencedores da Copa do Mundo de 1986, Héctor Enrique e Sergio Batista, além de Gustavo Zapata. Foi o primeiro título de Astrada e no seguinte, já na era dos torneios curtos, El Negro já se fazia presente em 17 das 19 rodadas. A partir dali viraria não só um ícone do River dos anos 90 como também o jogador que mais venceu o campeonato argentino profissional (dez) e que mais títulos ganhou no Millo (doze, contando-se aí também a Libertadores 1996 e a Supercopa 1997). Ironia: sua família é de torcedores do Boca (“comprava ingressos aos clássicos a meu irmão caçula e depois ficava sabendo que me xingava na arquibancada”, declararia) e há quem aponte que ele, como outros dessa nota, não fugia a esse sentimento.

O chileno Escalona e o uruguaio Loco Abreu, que até fez alguns golzinhos no River

Astrada, que ainda iria à Copa do Mundo de 1998, deixou Núñez apenas por desentendimentos com o treinador Ramón Díaz. Assim, pouco depois de importar Amato o Grêmio trouxe o volante consigo em 2000, na parceria com a ISL. El Negro ficou até dezembro, vivenciando além da agrura estadual também a eliminação na Copa João Havelange para o (ainda obscuro) São Caetano. Voltou ao seu River, pendurando as chuteiras como campeão do Apertura 2003, mesmo com o pai sequestrado. Seis meses depois, já era técnico millonario, obtendo o Clausura 2004 e chegando a duas semifinais seguidas de Libertadores.

Alejandro Escalona: o lateral chileno só realizou uma partida oficial pelo River, seu clube na temporada 2001-02. Voltou a seu país e após subir à primeira divisão com o Everton de Viña del Mar, foi contratado para cumprir a mesma missão no Grêmio de 2005. O acesso veio do jeito épico que se sabe, mas sem que Escalona fosse preponderante. Chegou a formar uma “colônia Mercosul” em 2006 com o uruguaio Marcelo Lipatin e os hermanos Germán Herrera e Julián Maidana, mas logo saiu.

Sebastián Abreu: o recordista mundial de clubes de futebol no currículo teve no Grêmio a sua quarta equipe já no quarto ano de carreira, em 1998. Estava emprestado pelo forte Deportivo La Coruña da época, que o contratara pelos números de matador que o uruguaio tivera no San Lorenzo. Loco Abreu, porém, não vingou. Dez anos depois, defendeu o River em duas passagens em um mesmo ano (!). Ganhou o Clausura 2008, o único título millonario na elite entre 2004 e 2008, mas também conviveu com a lanterna no torneio seguinte. Na Argentina, ainda defenderia o Rosario Central. E no Brasil passaria também por Figueirense e o Bangu, credenciado pela estadia marcante no Botafogo em 2010.

Maxi López e Gastón Fernández chegaram a ser colegas no River. López teve seu brilho no Tricolor, mas “La Gata” não

Maxi López: profissionalizou-se no River em 2001, ano em que figurou nas seleções juvenis. Em 2004 ainda era uma promessa. No espaço de um mês, foi do céu ao inferno em Núñez: brilhou em vitória por 1-0 sobre o Boca na Bombonera pelo vitorioso Clausura, resultado que fez o Millo ultrapassar o rival na tabela (adiante, a Banda Roja terminaria mesmo campeã); foi a última vitória millonaria sobre o rival na casa adversária pelos dez anos seguintes. Só que em seguida o River levou a pior nos Superclásicos válidos pelas semifinais da Libertadores, calhando a Maxi ser o único a desperdiçar seu chute na decisão por pênaltis em pleno Monumental, em noite das mais cardíacas do futebol.

Ainda assim, o atacante cavou uma transferência ao Barcelona, onde tornou-se amigo de Ronaldinho. A relação influenciou-lhe para topar um empréstimo ao Grêmio em 2009, quando pertencia ao Moscou. Em sua boa passagem, notabilizou-se em especial pelo gol da vitória no Grenal do centenário. Com oferta do futebol italiano, o atual talismã vascaíno forçou a saída no início de 2010 para defender o Catania.

Gastón Fernández: promessa da base millonaria, estreando entre os adultos em 2002, La Gata Fernández terminou não lapidado no time principal. Começou a ter luz própria a partir de sua passagem pelo San Lorenzo campeão de 2007 (onde foi artilheiro da única taça azulgrana entre 2002 e 2013) e sobretudo pelas idas e vindas pródigas e vitoriosas no Estudiantes. Esteve nas duas últimas taças do time, a Libertadores 2009 e o Apertura 2010. No Grêmio, apareceu por treze vezes no ano passado, sem marcar, rumando então para uma quarta passagem pelos alvirrubros de La Plata.

Imagem meramente humorística. Foi após o 4-2 tricolor na Mercosul 2001, em pleno Monumental
Caio Brandão

Advogado desde 2012, rugbier (Oré Acemira!) e colaborador do Futebol Portenho desde 2011, admirador do futebol argentino desde 2010, natural de Belém desde 1989 e torcedor do Paysandu desde antes de nascer

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