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Elementos em comum entre Flamengo e Vélez Sarsfield

Originalmente publicado em 20-04-2021, pelos duelos na fase de grupos da Libertadores daquele ano – e atualizado

Quase um clássico continental nos anos 90 para além do duelo entre Edmundo e Zandoná, Flamengo e Vélez chegaram a ser campeões continentais em um mesmo ano naquela década – em 1996, os cariocas, vencedores também do Estadual (invicto), ergueram em Manaus a esquecida Copa Ouro, enquanto o Fortín, campeões também do Clausura (em seu único bicampeonato argentino seguido), garantiu também a Supercopa. Ironicamente, somente em 2021 é que a camisa rubro-negra começou a duelar com La V Azulada pela Libertadores, com os antecedentes até então se resumindo a encontros pela própria Supercopa e na Copa Mercosul, além de um único amistoso entre dois dos clubes da carreira dos xodós flamenguistas Mancuso e Fillol – que jogaram até lado a lado em 1990, vide colagem de imagens acima.

Embora tenham feito um intercâmbio particularmente intenso nos anos 30, quando amistosos eram comuns e valorizados, apenas em 1993 é que Flamengo e Vélez começaram a se encontrar – inicialmente, em um triangular amistoso envolvendo também o Huracán em janeiro. Foi exatamente na pré-temporada que se seguiria pelo início da era dourada velezana, com a torcida do bairro de Liniers celebrando ao fim daquele semestre o segundo título argentino do time, e o primeiro em 25 anos.

Mesmo assim e em pleno estádio José Amalfitani, deu Flamengo no dia 31: 2-0, gols de Nélio e Nilson. Posteriormente campeões daquele Clausura 1993, os fortineros se garantiram também na Libertadores 1994. E, vencendo-a, passaram a ter vaga na Supercopa a partir da edição 1995. Tratava-se do torneio que, vigente entre 1988 e 1997, reunia os campeões da Libertadores. Era pela Supercopa que o “melhor ataque do mundo” reunido pelo centenário Flamengo conseguia dar liga: mesmo no campo velezano, Edmundo, Sávio e Rodrigo Mendes anotaram um 3-2 descontado por Roberto Trotta e Marcelo Herrera em 14 de setembro.

Então, em 3 de outubro, o reencontro foi mandado pelos cariocas em Uberlândia. Técnico do Fortín nessa Libertadores 2022 durante a fase de grupos, o então zagueiro Mauricio Pellegrino marcou gol contra e a dupla Edmundo (por entre as pernas de José Luis Chilavert) e Romário fechou um inapelável 3-0, mas os dois atacantes terminaram mais marcados pela pancadaria generalizada protagonizada pelos dois atacantes com Flavio Zandoná quando faltavam dois minutos para o encerramento.

Zandoná x Edmundo: o famoso lance de 1995 exaltado em grafites e bandeiras no Vélez

El Chino já declarou que, a respeito da pancada com a qual retribuiu o tapinha do Animal, possui um arrependimento: “tenho algo a favor e algo contra. A favor é que bati nele no Brasil, e contra é que bati nele por trás. Teria gostado de bater nele de frente”. Naqueles nada politicamente corretos anos 90, a vergonhosa surra na bola foi mitigada pela sensação de honra lavada a partir da postura “máscula” do beque, que sequer perdeu o equilíbrio ao receber a voadora do Baixinho. O lance, além de folclore aos saudosistas das “cenas lamentáveis”, virou até estampa de bandeira na torcida argentina.

Aquela Supercopa ainda começava direto em fase mata-mata e aqueles duelos marcaram a estreia de ambas as equipes. Com calendário enxuto após a eliminação, os argentinos se centraram na perseguição ao Boca de Maradona e ao fim do ano celebravam o título do Apertura, ultrapassando Dieguito na antepenúltima rodada.

O Flamengo, por sua vez, abdicou de um péssimo Brasileirão e viu na Supercopa a grande chance de um título no centenário, mesmo que Edmundo terminasse suspenso pelo resto da competição diante daquela confusão; Romário não foi tão punido, mas ao fim os cariocas, mesmo com uma única derrota e sete vitórias em oito jogos na campanha, amargaram o vice para um Independiente copeiríssimo. O Rojo, em contraste, venceu somente duas vezes, mas beneficiou-se pelo melhor saldo nas decisões.

Em 1997, a Supercopa, pela única vez, estabeleceu uma fase de grupos, onde os dois clubes se reencontraram. Apenas o líder avançaria de uma chave pesada, a incluir ainda Olimpia e o futuro finalista São Paulo. Logo a concorrência se limitou à dupla brasileira. E, como em 1997, os cariocas optaram por receber os argentinos longe do Rio: no Orlando Scarpelli, em Florianópolis, Chilavert converteu um pênalti para anotar o único gol em 23 de setembro. Em Liniers, pela rodada final, teve troco com uma exibição de gala de Sávio, autor de três gols em 28 de outubro. Mas, no dia seguinte, o São Paulo garantiu a vaga ao bater o Olimpia.

Ecos de 1995? Chilavert não nega autógrafo, mas reclama do “estado do campo” do Figueirense, usado em 1997. E um pega entre Martín Posse e Juan em 1998

As vagas restritas na Supercopa, excluindo camisas tradicionais ainda não campeãs da Libertadores (a única exceção, admitida na própria edição de 1997, foi o Vasco, após a Conmebol equiparar o Sul-Americano de 1948 a La Copa), fizeram-na ser trocada em 1998 pelas Copas Mercosul e Merconorte. Uma dessas camisas era a do Cerro Porteño, que em 1998 formou com Flamengo e Vélez um grupo que incluiu também o Boca. No José Amalfitani, um gol de Fernando Pandolfi logo aos 5 minutos bastou para o triunfo caseiro em 19 de agosto. Em 30 de setembro, enfim o Maracanã recebeu o duelo e viu Romário marcar os dois gols da partida. Ao fim, quem avançou de fase foi a dupla argentina.

O troco veio na edição 2000, também pela fase de grupos. Em 12 de setembro, Dejan Petković buscou a igualdade no placar aberto por Darío Husaín. E, em 24 de outubro, os times se encontraram no Maracanã em duelo direto pela vaga. Os anfitriões podiam empatar, mas o jovem imperador Adriano e Roma não quiseram saber, assinando o 2-0 no Maracanã, classificando-se junto ao River para os mata-matas. O fim dos torneios com vagas acertadas por convites (Supercopa e a sucessora Copa Mercosul), somadas a longas crises e/ou entressafras que marcaram os dois clubes nesse início de século fizeram o duelo só vir a ser reeditado a partir de 2021. Mas  as lembranças seguiam frescas, a ponto de se proibir no Rio de Janeiro adereços na torcida referentes à batalha campal de 1995.

Em Liniers, um Flamengo ainda treinado por Rogério Ceni ficou duas vezes atrás do placar, em gols de Lucas Janson aos 21 do primeiro tempo e aos 9 do segundo, mas conseguiu voltar de Buenos Aires com os três pontos na estreia: Willian Arão igualara aos 43 do primeiro tempo a Gabigol converteu pênalti para novo empate, aos 17 do segundo, antes de Arrascaeta assinar a virada aos 35. O reencontro, em 27 de maio, já via os dois times classificados, mas sem exatamente tirar o pé, apesar do 0-0 no Maracanã: ambos usarem titulares e o velezano Franciso Ortega chegou a ser expulso.

Além daquele ano de títulos duplos em 1996, os dois times também foram campeões em 1943 (estadual e segunda divisão argentina), 2009 (estadual e Clausura), 2011 (idem), 2013 (Copa do Brasil e Superfinal da temporada argentina 2012-23). Eis, enfim, que suou pelas duas camisas:

Volante e Cosso: as fotos pelo Vélez são dos tempos onde a camisa velezana principal lembrava a do Fluminense (embora os calções fossem pretos ou azuis)

Carlos Volante: ele oficialmente jamais defendeu o Vélez, mas reforçou-o em celebrada excursão que o clube fez pelas Américas na virada de 1930 para 1931 (tempos em que La V Azulada, adotada somente em 1933, ainda não existia, com a camisa velezana principal lembrando a do Fluminense); ali revezou-se com Rodolfo Devoto pelo posto de centromédio. Essa posição posteriormente passaria a ser conhecida como “volante” exatamente em função desse argentino, que veio do futebol francês ao Flamengo já em 1938 – na esteira de um intercâmbio com a delegação da seleção brasileira na Copa do Mundo de 1938; ele improvisou-se como massagista e tornou-se até hoje o único argentino que reforçou o Brasil em um Mundial. No Rio de Janeiro, se consagrou, conforme detalhamos nesse outro Especial, dedicado a Volante.

Em 1939, o Flamengo encerrou seu maior jejum estadual (doze anos) em uma equipe repleta de argentinos: ele, Agustín ValidoAlfredo GonzálezRaimundo Orsi (outro que fugia da Itália, pelo qual marcou o gol do título da Copa de 1934) e Arturo Naón. Volante chegou a ser até os anos 50 o estrangeiro que mais vezes defendeu o Flamengo, onde foi campeão também em 1942 e 1943, pendurando as chuteiras e voltando à Argentina para treinar o Lanús, o time ligado à sua família. Mas foi mesmo no Brasil que ele se consagraria novamente, sobretudo como comandante do Bahia campeão sobre o Santos na Taça Brasil de 1959.

Agustín Cosso: goleador dos mais formidáveis dos anos 30, onde foi artilheiro do campeonato argentino de 1935 pelo Vélez. La Pantera del Fortín estreou então pela seleção argentina em 20 de setembro de 1936, em derrota de 2-1 para o Uruguai pelo troféu binacional “Copa Héctor Gómez”. E em seguida foi contratado pelo Flamengo. Cosso falou desde o início em ficar até 1937 e cumpriu, não se ambientando no Rio de Janeiro longe dos gramados – pois, dentro deles, foi muito bem.

Na Gávea, Cosso fez quatro gols logo no primeiro treino e ao fim deixou excelentes 20 gols (dois no Vasco e três no Botafogo) em 29 jogos pelo Mengão, ainda que o título estadual não tenha vindo. Em 1938, voltou a seu país para brilhar também no San Lorenzo. Poderia ter ido à Copa de 1938 não fosse a desistência da Albiceleste em participar, contrariada em perder a sede do torneio para a França.

Reuben (note o distintivo ainda tricolor nos primórdios da camisa icônica com o V azul) e o goleiro Domínguez – à frente dele pelo Flamengo, o também argentino Doval, carrasco do próprio Vélez em 1971

Emilio Reuben: embora nascido no Canadá, cresceu na Argentina e foi inclusive dupla de ataque de Cosso no Vélez entre 1933 e 1936. Mas a dupla não foi reproduzida no Flamengo: enquanto o parceiro ia à Gávea, Reuben rumou ao Independiente, onde até foi bicampeão argentino seguido em 1938 e 1939. Titular na meia-esquerda principalmente na primeira conquista, perdeu paulatinamente a posição para Antonio Sastre. Apenas em 1941 é que ele virou rubro-negro, jogando pouco, já na reta final do estadual. A posição dele era o ponto fraco dos rubro-negros, com ninguém se firmando até Perácio aparecer no ano seguinte – em que Reuben foi repassado ao Lanús.

Francisco Providente: era uma formidável opção de banco no ataque do Boca entre 1935 e 1937, pois teve média superior a um gol por jogo – fez 43 em 34 jogos, especialmente de cabeça, mas calhava de concorrer exatamente com os maiores goleadores que o clube teve no século XX, os carismáticos Roberto Cherro e Francisco Varallo. Era então desejado pelo Nacional, mas o potencial de Providente fez os cartolas xeneizes reterem-lhe e dispensarem um certo Atilio García – justamente quem, então obscuro, viraria o maior artilheiro dos tricolores e do futebol uruguaio.

Ironicamente, Providente acabou saindo pouco depois, acertado com o futebol europeu. Só que o capitão do navio, cauteloso com a guerra que se avizinhava, preferiu estender a escala no Rio de Janeiro e ele foi autorizado a defender o Flamengo após um imbróglio inicial ser resolvido por telefone. Foram dez gols em 25 jogos em 1938 antes de passar à Roma. Em 1941, ele foi repatriado pelo Vélez para disputar a segundona. Só foi usado dez vezes. Mas marcou igualmente dez gols. Sina…

Rogelio Domínguez: já dedicamos esse outro Especial ao goleirão argentino do Real Madrid penta europeu nos anos 50. Quanto à dupla, defendeu-a já em fim de carreira: estava no River em 1964, mas, sem firmar-se contra a lenda Amadeo Carrizo e preterido em favor do reforço Hugo Gatti, foi cedido ao Vélez. Ainda sem nenhum título na elite, o Fortín germinava o elenco que encerraria em 1968 esse jejum, angariando boas campanhas: Domínguez era o goleiro do elenco que chegou a ficar a um ponto da liderança do Boca ao fim do primeiro turno de 1964 (sentindo na sequência o desfalque do ídolo Daniel Willington, suspenso por sete rodadas). No campeonato seguinte, La V Azulada terminou em terceiro, embora as atuações do goleiro começassem a ser vistas sob declínio. Ele nunca chegou a ser intocável, alternando-se com José Miguel Marín.

Mancuso carregando Fillol (são os jogadores da imagem que abre essa matéria – onde também é possível reconhecer Ricardo Gareca) no cinematográfico último jogo do goleiro, impedindo em 1990 um título do River no Monumental. Até pênalti pegou!

Assim, ele parecia encerrar a carreira ao rumar ao Uruguai para defender o modesto Cerro em 1966. Renasceu e em 1967 disputou a final da Libertadores pelo gigante Nacional. Porém, perdendo o posto para o brasileiro Manga em 1968, chegou ao Flamengo em novembro até sob desconfiança. Mas logo começou a ser até aclamado. Isso foi breve: na penúltima rodada do estadual de 1969, falhou no primeiro gol do Fla-Flu decisivo e depois foi expulso por reclamação ainda aos 38 minutos de jogo. O rival acabou campeão ali e o hermano pendurou as luvas, tachado de “gaveteiro” – termo da época para jogadores subornáveis e costumeiramente usado após falhas de goleiros (a própria transferência de Manga do Botafogo ao Nacional devera-se a insatisfação similar dos alvinegros).

Ubaldo Fillol: o goleirão campeão da Copa do Mundo de 1978 dispensa apresentações e também já lhe dedicamos um Especial. Ele reforçou o Flamengo em uma ideia ousada da diretoria carioca, que buscava em 1983 de uma vez suprir as lacunas deixadas pelo goleiro Raul (aposentado) e pelo ídolo Zico, recém-vendido à Udinese. O argentino não deixou de ser querido e até manteve-se na sua seleção, mas sem títulos naqueles saudosos anos 80 à torcida – houve quem ao fim de sua passagem já pedisse pela volta de Cantarele, mas El Pato segue com o tempo cada vez mais prestigiado na Gávea, e não deixou de externar nas redes sociais sua torcida nas semifinais de 2019 pelo seu “querido Flamengo”, nem felicitações pelo aniversário rubro-negro naquele ano.

El Pato saíra da Gávea para o Atlético de Madrid e foi repatriado pelos argentinos inicialmente pelo Racing, em 1987. Venceu a Supercopa 1988, único troféu oficial da Academia entre 1967 e 2001, mas a derrapagem no campeonato argentino de 1988-89 após lidera-lo ao fim do primeiro turno desmanchou aquele elenco: Rubén Paz foi à Itália enquanto Fillol e o técnico Alfio Basile partiram ao Vélez. Em Liniers, o desempenho como um todo do arqueiro não foi tão vistoso.

Ainda assim, La V Azulada terminou em 5º na temporada 1989-90 e a lenda pôde deixar uma impressão final sublime na partida em que pendurou as luvas, na rodada final do Apertura 1990: até pênalti pegou contra o River numa vitória de 2-1 em pleno Monumental, na qual acabou o jogo carregado (nos ombros do próximo nome, por sinal) e aplaudido pelas duas torcidas mesmo que o resultado fizesse o River perder o torneio para o Newell’s.

Simplesmente veja o vídeo abaixo:

Alejandro Mancuso: embora formado na base do clássico rival velezano, o Ferro Carril Oeste, Mancu sempre foi torcedor fortinero e logo passou a defender o time do coração. Chegou em 1988 e, longe da imagem de violento atribuída no Brasil, era visto como um volante de muita habilidade – conforme destacamos neste Especial quando o ídolo fez 50 anos. Calhou de ele deixar o time em 1993 exatamente antes do torneio que resultou no desjejum de 25 anos, mas ainda assim foi para reforçar o Boca, onde enfim obteve reconhecimento da seleção argentina. Não a ponto de virar ídolo eterno no novo clube, mas para ir à Copa de 1994 como reserva do ícone Fernando Redondo.

O futebol brasileiro o importou em 1995, inicialmente através do Palmeiras. Foi bem, mas no Flamengo é que o volante realmente virou ídolo. Ganhou em 1996 o Estadual (invicto) e a obscura Copa Ouro, além de chegar às semifinais da Copa do Brasil, embora tenha caído de produção como o resto do time no segundo semestre. Em 1997, seduzido pela ideia de voltar a trabalhar com César Menotti, técnico que extraíra o melhor dele no Boca, voltou à Argentina para defender o Independiente.

César Ramírez: reserva da seleção paraguaia na Copa de 1998, teve sua contratação pelo Vélez junto ao Sporting Lisboa bancada pelo conterrâneo Chilavert em 1999. El Tigre, contudo, não se firmou, se limitando basicamente ao time B, no campeonato argentino da categoria – seu único gol pelo principal foi justamente no famoso clássico com o Ferro Carril Oeste marcado pelo possivelmente único hat trick profissional de um goleiro, quando Chila converteu três pênaltis naqueles históricos 6-1 – em plena casa rival.

Já em 2000, Ramírez voltava ao Paraguai, desembestando no Cerro Porteño. Chegou à Gávea em 2005, em um dos piores momentos do Flamengo. Teve sua importância na luta contra o rebaixamento no Brasileirão, ainda havendo quem nutra algum carinho pelo paraguaio – que, inclusive, alimentou o sonho de ir à Copa de 2006, convocação que não veio também pela queda de rendimento no primeiro semestre daquele ano que faz outra parcela da torcida ter lembranças menos doces do Tigre. Venceu já como reserva a Copa do Brasil e em 2007 regressou ao Cerro Porteño.

Ramírez e Canteros

Héctor Canteros: estreou pelo time adulto do Vélez exatamente no vitorioso Clausura 2009, embora se limitasse à reserva de Leandro Somoza. Em 2011, já era titularíssimo em nova conquista do Clausura, chegando à seleção e cavando uma oportunidade no Villarreal. Não deu tão certo na Espanha, mas seguia pé-quente no Fortín – de volta a Liniers, marcou o gol do título da Supercopa Argentina de 2014, até hoje última taça do clube. Mas ele já estava em declínio no próprio Vélez quando veio ao Flamengo, onde era aguardado como um craque. Como tantos argentinos recentes de mesma expectativa, teve bons momentos, mas irregulares. Deixando a desejar, em 2016 já começava a ser emprestado, inicialmente ao próprio Vélez e depois à Chapecoense, que o adquiriu em definitivo em 2018.

Federico Mancuello: com sete anos de Independiente, teve seu grande ano em 2014 – como peça-chave na complicada volta do Rojo à primeira divisão no primeiro semestre e pela luta séria pelo título da elite já no segundo, em campanha ofuscada pela taça ter ido ao rival Racing. O desempenho lhe valeu uma breve passagem pela seleção argentina em 2015 e transferência no ano seguinte ao Flamengo, onde foi mais um argentino de tardes boas aqui e ali, mas inconstantes. Foi vendido ao Cruzeiro em 2018 e foi irregular também em seus jogos pelo Vélez, sua casa a partir de 2020. À altura de 2021, vinha sendo “um nota 6” no Vélez, nos definiu o consultor Esteban Bekerman. Mas no fim, não vingou: sem ter o contrato renovado, acertou em 2022 com o modesto Puebla para jogar no México.

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Caio Brandão

Advogado desde 2012, rugbier (Oré Acemira!) e colaborador do Futebol Portenho desde 2011, admirador do futebol argentino desde 2010, natural de Belém desde 1989 e torcedor do Paysandu desde antes de nascer

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