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Elementos em comum entre Boca Juniors e Fluminense

Os seis duelos pela Libertadores entre 2008 e 2012 corrigiram certa lacuna do século XX, no qual Boca Juniors e Fluminense só se enfrentaram uma única vez. A final da Libertadores 2023, por sua vez, será somente o oitavo encontro, somando aquela maratona que La Copa viu naquela virada de década ao precedente de 1956. O que não significou ausência de intercâmbio entre a Azul y Oro e a Tricolor, muito pelo contrário.

Vale dizer que o próprio duelo de 1956 não deixou de ser copeiro. Em meados do ano, as federações de Argentina, Brasil e Uruguai organizaram um triangular chamado Taça do Atlântico entre suas seleções. Ao mesmo tempo, um torneio de mesmo nome serviu como esquenta e também como pós-festa, mas entre clubes dos três países. No estádio do San Lorenzo, Boca e Fluminense travaram um jogo único pelas quartas-de-final: vitória argentina por 3-1, em 1º de julho. Antonio Angelillo, depois jogador tanto de Internazionale como de Milan e das seleções argentina e italiana, desequilibrou ao anotar os dois primeiros gols (um, logo no segundo minuto) do encontro.

O Boca até chegaria à decisão, mas como não se chegou a um consenso de datas com o Corinthians (o outro finalista), aquele embrião de Libertadores ficou sem campeão e acabou esquecido com o tempo. Vieram então as partidas que realmente marcaram: as semifinais de 2008, onde, no estádio do Racing, os dois Thiagos (Neves e Silva) responderam rapidamente aos gols de Riquelme para arrancar um valioso 2-2 no jogo de ida – para, na volta, o placar aberto por Martín Palermo já no segundo tempo acabar remontado pelo coração valente de Washington e pelo gol contra de Hugo Ibarra em arremate de Darío Conca até Dodô matar o jogo já no minuto 90.

O jogo de 1956 havia sido o único antecedente entre Boca e Fluminense até as semifinais de 2008: Conca observa Palacio e Luiz Alberto, homem retratado na imagem que abre essa matéria

Em 2012, os finalistas de 2023 se encontraram inicialmente na fase de grupos. Dessa vez, o Flu visitaria a temida Bombonera mesmo, onde o Boca àquela altura emendava uma invencibilidade seguida de 36 partidas frente a qualquer adversário. Um cabeceio de Fred abriu o placar ainda antes dos 10 minutos e, embora Leandro Somoza até empatasse quase no reinício do intervalo, os cariocas tiraram outro gol antes dos 10 minutos (do segundo tempo, com Deco) e venceram. Um primeiro troco veio ainda naquela fase: com o Maracanã em obras para a Copa de 2014, o jogo se deu no Engenhão – ainda chamado oficialmente de Estádio João Havelange e não de Nilton Santos na época. Darío Cvitanich e Juan Sánchez Miño abriram um 2-0 que teve direito ainda a Agustín Orión pegar um pênalti de Rafael Moura no fim.

A mesma Libertadores viu novos encontros, já pelo mata-mata, a fase em que La Copa “realmente começa”, nas palavras de Riquelme. O solitário gol de Pablo Mouche parecia pouco na vitória mínima na Bombonera pelas quartas-de-final, considerando que os donos da casa jogaram por sessenta minutos com um homem a mais, após expulsão de Carlinhos. No Engenhão, a partida se encaminhava aos pênaltis: Carleto acertou uma falta ainda aos 16 minutos de jogo, mas os brasileiros não matavam o duelo. Aos 43 do segundo tempo, então, os visitantes construíram um belo contra-ataque de pé em pé até Santiago Silva galopar para fuzilar a sobra de um bate-rebate. Mas, tal como em 2008, o vencedor da eliminatória amargaria um vice-campeonato.

Boca e Fluminense foram ambos campeões em torneios referentes aos anos de 1919, 1924, 1940, 1964 (todos no Estadual e no Campeonato Argentino), 1969 (Estadual; Torneio Nacional e Copa Argentina), 1976 (Estadual; Torneios Metropolitano e Nacional), 1999 (Série C; Clausura), 2005 (Estadual; Apertura, Recopa e Copa Sul-Americana), 2007 (Copa do Brasil; Libertadores), 2012 (Estadual e Campeonato Brasileiro; Copa Argentina), 2022 (Estadual; Campeonato Argentino e Copa da Liga) e nesse 2023 (Estadual; Supercopa Argentina).

Cenas de 2012: Riquelme observa o brilho de Deco na Bombonera, Santiago Silva goza de Thiago Neves ao fazer o gol da classificação

Já dentre os que passaram pelos dois clubes, vale menções honrosas a Heleno de Freitas, que foi tricolor nas categorias de base antes de virar ícone do Botafogo e um flop no Boca; e à família uruguaia Viera, que teve em Ondino Viera (treinador do Uruguai na Copa de 19666) um técnico recorrente nos mais diversos clubes cariocas; dos grandes, só não esteve no Flamengo, dirigindo o Flu nos títulos estaduais de 1938, 1940 e 1941. Milton Viera, seu filho, a quem o próprio Ondino levou à Copa  1966, foi nos anos 60 finalista da Libertadores tanto por Nacional como por Peñarol. E passou rapidamente pelo Boca em 1968.

Eis, enfim, quem passou pelos finalistas – com agradecimentos em especial aos completíssimos sites Estatísticas Fluminense e Historia de Boca:

Moisés: em seu tempo, o nome era grafado Moysés, pelo qual ainda costuma ser referido. Esse defensor formado no Flamengo reforçou em 1934 o Boca junto ao compatriota Bibi. Fizeram a dupla de zaga do campeão argentino daquele ano, mas compondo exatamente o setor mais criticado do elenco, levando o clube a contratar ninguém menos que Domingos da Guia para 1935. Moisés foi novamente campeão, mas limitado a quatro jogos, e foi repatriado em 1937 para defender o Fluminense – a tempo de logo ser campeão estadual, currículo que ele rechearia com as taças de 1938, 1940 e 1941, ainda que normalmente na reserva nesses dois últimos.

Guido Baztarrica: meia-direita que nunca se firmou no Boca (apenas 24 jogos entre 1932 e 1936, metade deles como amistosos), Baztarrica, colega de Moisés na Argentina, soube passar ainda pelo Peñarol antes de desembarcar no Fluminense. Foram 19 jogos como tricolor, entre junho de 1944 e março de 1945. Chegou a marcar o único gol de um Fla-Flu mas, sem se firmar, rumou ao Atlético Mineiro.

O brasileiro Moisés, os argentinos Baztarrica e Cusatti e o paraguaio Barrios: só o primeiro teve alguma assiduidade prolongada também no Fluminense

Vicente Cusatti: também fora colega de Moisés e Baztarrica no Boca bicampeão de 1934 e 1935, mas como titularíssimo na ponta-esquerda – brilhando sobretudo no primeiro título, com 14 gols em 38 jogos, ótimas cifras a um ponta. Mas perdeu drasticamente lugar em 1936 e já estava no modesto Argentino de Quilmes (participando da última vez desse clube na elite, em 1939) quando reforçou uma legião platina no Flu – Ondino Viera treinava também Esteban Malazzo, Américo Spinelli, Ángel Capuano, Armando Renganeschi, Juan Carlos Verdeal e Luis María Rongo. Cusatti, que costumava ser grafado como Cussati (pronúncia espanhola do seu sobrenome) no Brasil, não chegou a se firmar: apenas onze jogos entre junho de 1940 e março de 1942, seu período nas Laranjeiras. Embora levasse junto o bicampeonato de 1940 e 1941.

Rubén Barrios: paraguaio que já jogava na Argentina, a serviço do Huracán, Barrios chegou em 1942 ao Boca. Foi seu único ano como titular e, embora o time acabasse de vice de La Máquina do River, esse meia-direita produziu muito – 14 gols em 27 jogos naquele ano. As coisas se inverteram em 1943, integrando um Boca campeão, mas participando de só três jogos. Em 1944, ele reforçou o Fluminense para um único jogo, em derrota de 4-1 em Montevidéu para o Peñarol. Faria sucesso no Brasil com outra camisa tricolor, a do São Paulo, onde brilhou no restante da década.

Javier Ambrois: centroavante uruguaio notável nos anos 40, veio pouco após participar da Copa de 1954, em um troca-troca entre Fluminense e Nacional, que adquiriu no negócio o goleiro Veludo. Ambrois deixou 17 gols em apenas 19 jogos com a nova camisa tricolor da carreira – notadamente, dois em 3-0 no Fla-Flu. O problema era o resto do time, que terminou apenas em 5º lugar, vendo o rival adiante campeão em um pódio fechado por America e Bangu. Sem se aclimatar ao Brasil apesar do sucesso no gramado, logo voltou a Montevidéu e manteve o pé-calibrado por Nacional (foi o artilheiro do torneio uruguaio de 1955) e seleção: chegou a fazer os quatro dos cinco gols da Celeste tanto no 5-2 sobre o Equador como no 5-3 no anfitrião Peru pela Copa América de 1957. Somados ao gol no 3-2 no Brasil, acabou co-artilheiro daquela edição e se credenciando para reforçar o Boca em 1958. Foram duas temporadas com seus golzinhos, incluindo no Superclásico, mas sem títulos e com média geral abaixo do meio gol por jogo. Seguiria por Lanús e Defensor até pendurar as chuteiras em 1963.

O superartilheiro uruguaio Ambrois foi melhor no Rio, assim como o brasileiro Maurinho, campeão nos dois

Maurinho: outro participante da Copa de 1954, mas pelo Brasil, ainda como atleta do São Paulo. O ponta-direita trocou em 1959 de Tricolor, chegando em junho para a primeira de suas duas passagens pelas Laranjeiras; campeão carioca de imediato por 1959 e do Rio-São Paulo de 1960, apareceu em 1961 em La Bombonera em meio a um boom de brasileiros importados naquele início de década pelos bosteros: foi colega de Dino Sani, Almir Pernambuquinho e Paulinho Valentim, dentre outros. Mas somente este se aclimatou; Maurinho durou um ano e meio, com nove de seus dez gols como xeneize saindo em amistosos, em contraste aos 40 gols em 123 partidas como tricolor. Em 1962, o clube encerrou oito anos de jejum na liga argentina, mas com Maurinho figurando em só dois jogos. Ele ainda esteve no Vasco antes de um segundo ciclo no Flu, em 1963.

Manuel Fleitas Solich: volante que se notabilizou pelo seu Paraguai nos anos 20, reforçou o Boca em 1927 – quando o amadorismo no futebol argentino já era algo de fachada. Brilhava como líder em campo até sofrer uma inoportuna fratura em setembro de 1930, em meio à campanha do que foi seu primeiro título argentino. Em 1931, os xeneizes se juntaram aos clubes mais populares e escancaram o profissionalismo em uma liga rebelde, depois convalidada como oficial. Fleitas Solich pôde participar de dois jogos de um novo título para o Boca, mas já não era o mesmo e no decorrer do torneio passou ao Racing. Como treinador, chegou ao Rio e ao Brasil credenciado pelo título (sobre os canarinhos) dirigindo o Paraguai natal na Copa América de 1953. Consagrou-se no Flamengo a ponto de ser contratado pelo Real Madrid. Virou a casaca em junho de 1963, durando basicamente aquele semestre como tricolor. Acabou deixando o cargo ao fim de excursão pouco proveitosa à Colômbia na pré-temporada de 1964, vencendo só um em cinco jogos.

Alfredo González: hoje pouco lembrado, é o argentino que mais clubes trabalhou no Rio. Esse meia-direita chegou em meados de 1936 ao Boca, vindo do Talleres de Escalada – não confundir com o de Córdoba. González foi produtivo especialmente no campeonato de 1937, com 15 gols em 27 jogos, mas ainda sem títulos. Acabou negociado com o futebol francês, mas abortou tudo com o estouro da Segunda Guerra Mundial e, na conexão carioca da viagem naval que o levaria à Europa, acabou sendo autorizado a manter-se ativo no Flamengo; campeão carioca em 1939, encerrando o pior jejum rubro-negro (doze anos), até foi rapidamente repatriado em 1940 pelo Boca, sendo inclusive apelidado de El Carioca González. O Rio já era mesmo a sua casa: vestiria também as camisas de Vasco e Botafogo nos anos 40; e, como treinador, esteve ainda por Volta Redonda e Madureira, além de comandar o Bangu campeão de 1966, ainda o último estadual que escapou dos quatro grandes. Em 1967, então, foi empregado pelo Fluminense. Não teve êxito (embora se reerguesse no Palmeiras vice da Libertadores em 1968), e justamente para substitui-lo é que os cartolas apressaram o início da carreira de treinador do antigo artilheiro tricolor Telê Santana…

Fleitas Solich e Alfredo González ambos jogaram no Boca e treinaram o Fluminense. González é o técnico da foto direita e esteve em mais clubes cariocas do que Conca e Doval!

Rodrigues Neto: calhou de ser polivalente quando a expressão tinha viés mais pejorativo (insinuando alguém incapaz de se firmar em qualquer posição) do que elogioso (quanto à versatilidade de alguém hábil em mais de um setor). Pinçado no Espírito Santo pelo Flamengo, teve altos e baixos na Gávea até 1976, quando foi um dos envolvidos no famoso “Troca-Troca” na dupla Fla-Flu, junto ao argentino Narciso Doval. Durou um ano nas Laranjeiras, mas que ano: lateral titularíssimo da Máquina Tricolor campeã estadual e semifinalista no Brasileirão até virar novamente a casaca, passando ao Botafogo em 1977. Titular do Brasil na Copa de 1978, foi bem observado pelos argentinos do Ferro Carril Oeste, que tiveram nele um ídolo entre 1979 e 1980 – Rodrigues Neto vestiria até mesmo a camisa da seleção portenha, em 1980. Sob essas credenciais, ele voltou a Buenos Aires no segundo semestre de 1982, mas para um Boca sob severa crise institucional pós-Malvinas e pós-Maradona, atrapalhando-se com isso e com lesões.

Dino Sani: reserva do Brasil campeão de 1958, veio do São Paulo ao Boca em 1961 sob os braços de Vicente Feola, seu comandante naqueles dois elencos. Foi reconhecido pelos xeneizes pela inteligência, e também pelos italianos do Milan, que o contrataram após reles seis meses que o brasileiro viveu em Buenos Aires. Já como treinador, começou o ano de 1981 no Flamengo, justamente na parte ruim, quando o time caiu para o Botafogo no Brasileirão (então realizado no primeiro semestre). Ele ainda seguiria a ponto de faturar o Torneio de Nápoles e o primeiro turno do estadual, mas divergências com jogadores e cartolas fizeram a Gávea recorrer ao recém-aposentado Paulo César Carpegiani para prosseguir a temporada. Dino então rumou ao Fluminense, seu clube de outubro de 1981 a maio de 1982, período em que até levou o Tricolor às quartas-de-final do Brasileirão 1982. Mas só reergueu-se no Internacional seguidamente campeão estadual até 1984 – e assim recebeu ainda em 1984 nova aposta do Boca, que vivia o pior ano de sua história: o time beirou a extinção e o brasileiro não pôde dar certo, com estadia ainda menor: cinco meses que incluíram a pior goleada já sofrida pela azul y oro, os 9-1 para o Barcelona no Troféu Joan Gamper.

José Omar Pastoriza: como jogador e como treinador, ele se associou muito à dupla de Avellaneda, sobretudo ao Independiente. Campeão da última Libertadores e do último Mundial do Rojo, ambos em 1984, El Pato foi visto como o homem mais apropriado para levar o recém-campeão brasileiro Fluminense à “glória eterna” na edição de 1985. Mas o argentino, irritado com o que julgava como falta de apoio dos cartolas, sequer durou um mês no cargo, pedindo para sair ainda antes da estreia na Libertadores 1985; sua única partida foi um 3-3 amistoso com o Volta Redonda, em 16 de junho, semana na qual até concedeu entrevista à Placar detalhando o planejamento para o torneio continental. Mas o jogo seguinte do Flu, dali a doze dias (amistoso contra a seleção de Ilhéus), já teve Lúcio Novelli como treinador antes de Nelsinho Rosa assumir como substituto efetivo do argentino. No Boca, Pastoriza teve seu último grande trabalho como técnico, embora não saboreasse taças – foi vice-campeão argentino de 1988-89, melhor pódio que o Boca pós-Maradona teve no campeonato em meio a uma década perdida. Foi sua única temporada na Casa Amarilla.

Os brasileiros Rodrigues Neto e Dino Sani (que também foi técnico do Boca) e o treinador Pastoriza, de um único mês no Fluminense

Gaúcho: formado na base do Flamengo, chegou a ser carrasco do próprio clube (pelo Palmeiras, em 1988, ao defender pênaltis como um goleiro improvisado) antes de embalar com a Copa do Brasil de 1990 e a artilharia na Libertadores de 1991 – desempenho que rendeu um empréstimo-relâmpago ao Boca apenas para os dois jogos contra o Newell’s que decidiram a temporada argentina de 1990-91, suprindo o desfalque de um certo Gabriel Batistuta para a Copa América. Criticado severamente pela falta de eficiência e empenho naqueles jogos encerrados com perda dramática do título em plena Bombonera (em contexto que significava a permanência de um jejum nacional de dez anos a afligir a apaixonada massa xeneize; seriam onze, ainda o maior do clube), voltou à Gávea para ser a referência ofensiva na conquista do Brasileirão de 1992, o primeiro pós-Zico. Dedicamos em 2016 este Especial póstumo a Gaúcho, que esteve rapidamente no Fluminense como opção de banco naquele elenco semifinalista do Brasileirão de 1995; foram doze jogos, só cinco como titular e um golzinho, exatamente com seu característico cabeceio.

Luiz Alberto: zagueiro revelado pelo Flamengo na virada do século, participando inclusive da Copa das Confederações de 1999, não teve o reconhecimento como o do colega Juan. Após experiências europeias no Saint-Étienne e na Real Sociedad, rodou o Brasil, salvo um terrível primeiro semestre de 2010 em que apareceu no Boca. Chegara à Argentina como peça do Fluminense bivice continental na Libertadores 2008 e na Sul-Americana 2009 e durou pouco mais de de um mês: foram seis jogos atuando os 90 minutos a partir de 26 de fevereiro até ser substituído no intervalo de derrota para o futuro rebaixado Rosario Central em 4 de abril, na primeira vitória dos rosarinos em cerca de vinte anos em La Bombonera. Dois meses atrás, ele opinou sobre os motivos que levaram ao insucesso pessoal, descartando racismo, mas relembrando um vestiário envenenado pelo racha entre a panelinha de Riquelme e a de Palermo. Luiz Alberto ainda é o último brasileiro que defendeu o Boca, apesar do namorico intermitente do xerife tricolor Felipe Melo com a torcida auriazul.

Ezequiel González: revelado no Rosario Central, já vinha da Fiorentina para concorrer na temporada 2002-03 com um Tévez ainda avaliado como possivelmente verde para repor a lacuna deixada pela primeira saída de Riquelme. Era de fato o enganche titular na fase de grupos da vitoriosa Libertadores 2003, enquanto Carlitos estava ocupado na seleção juvenil. O resto é a história conhecida – Tévez estreou nos mata-matas e, derrota inicial à parte para o Paysandu, arrebentou. Equi voltou a seu Central por mais duas vezes antes de aparecer em 2009 na milagrosa fuga de rebaixamento do Fluminense. Também esteve no Brasileirão 2010, a encerrar jejum de 26 anos do Tricolor; mas, sem se firmar (foram só 18 jogos), despediu-se ainda em agosto da campanha campeã.

O brasileiro Gaúcho e “Equi” González: ambos sem se firmar em nenhum, embora o argentino até fosse campeão nos dois

Fabián Monzón: foi o lateral-esquerdo da Argentina campeã olímpica de 2008, ano em que ele foi profissionalizado no Boca – até esteve no elenco semifinalista da Libertadores, embora não chegasse a entrar em campo nos duelos com o Flu. A medalha de ouro nos Jogos de Pequim o levou rapidamente ao futebol europeu, inicialmente a um empréstimo ao Real Betis por uma temporada; repatriado, Monzón seria colega de Luiz Alberto naquele complicado Boca de 2010, mas até conseguiu realizar uma sequência de jogos pela seleção principal no primeiro semestre de 2011. Já estava no Lyon quando foi emprestado no primeiro semestre de 2013 a um Fluminense então com dois títulos Brasileiros nas três últimas edições.

Monzón buscava voltar ao radar da seleção principal, mas não se firmou e acertou sua saída após problemas particulares não revelados. Foi vendido pelos franceses ao Catania para a temporada europeia de 2013-14, o que ao menos o afastou do rebaixamento sofrido em campo pelos ex-colegas cariocas ao fim de 2013. Voltou ao Boca em janeiro de 2015 e, embora não se consolidasse (rumaria já no início de 2016 à Universidad de Chile), foi premiado com o gol do título argentino.

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Último a jogar nos dois, Monzón foi e voltou ao Boca: à direita, comemora seu gol no jogo que assegurou o título argentino de 2015

Caio Brandão

Advogado desde 2012, rugbier (Oré Acemira!) e colaborador do Futebol Portenho desde 2011, admirador do futebol argentino desde 2010, natural de Belém desde 1989 e torcedor do Paysandu desde antes de nascer

One thought on “Elementos em comum entre Boca Juniors e Fluminense

  • Lucas

    Esqueceu de citar o pênalti ridículo não marcado pro Flu nas quartas de 2012, lá na Bombonera, onde o argentino, descaradamente, tirou o gol do Rafael Moura (He-Man) com a mão e a arbitragem da CONMEBOCA mais uma vez aliviou. Isso pra não falar da própria final do ano passado, o nojo que foi. Mas não tem jeito, como os argentinos gostam de dizer: são nossos filhos…

    “En Río de Janeiro vamos a ganar y dar vuelt… … … hahaha

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